A stylist e designer Vandinha Jacintho em foto tirada na noite londrina ©Reprodução Instagram
Linda, estilosa, bem nascida, glamourosa e sempre pronta para uma boa festa. Muitos (bons) adjetivos cabem na hora de traçar um perfil de Vanda Jacintho.
A stylist, 34, também dona da marca de beachwear Beach Couture, tem novidades para 2014. Após uma colaboração bem sucedida com a designer de sapatos Sarah Chofakian, Vandinha está mudando os rumos de sua grife, que deixa de ter biquínis e foca nos acessórios. Os panneaux estampados (tecido longo que pode ser usado como vestido de praia e transpassado de maneiras variadas) que faz, usados pela descolândia jet setter, ainda continuam no portfólio da marca. A partir de fevereiro, ela lança um novo site que reúne todo o seu universo: stylings, e-commerce e a Beach Couture, que a partir do próximo verão passa a se chamar Vanda Jacintho.
Os últimos anos foram malucos na vida de Vanda. Ela dividia-se entre Brasil, China e Vietnã para produzir as peças da BC, até que desistiu. “Biquíni e lingerie eu só acredito feito em grande escala”, conta, sobre sua experiência. Resolveu focar então em uma paixão antiga, os acessórios, e se mudou para Londres em busca de bons cursos profissionalizantes.
Agora, entre São Paulo e Londres, ela foca em seu trabalho como stylist, assinando capas para revistas como “L’Officiel” e “Vogue”, e planeja com cuidado os próximos passos de sua nova marca.
Em que momento você está com a Beach Couture?
A BC está na ativa com os panneaux e passa por uma fase de transição. A partir de março deste ano será uma marca focada em acessórios.
Como serão esses acessórios?
A nova marca terá acessórios que imitam casco de tartaruga, mármore e marfim.
Seus panneaux são hiper bonitos e hits nas praias mais bacanas. Onde você busca ideias e inspiração para estampas? Da última vez que nos vimos, você contou que estava maluca, indo e vindo da China e do Vietnã para produzir.
Parei de fazer os biquínis em 2009 por uma questão operacional. Naquela época fazia na China os biquínis para a Topshop, e no Vietnã para a Beach Couture. Desmanchei uma sociedade, que era quem fazia o operacional, e sem este suporte achei melhor parar com os biquínis. Biquíni e lingerie eu só acredito feito em grande escala.
Já minhas inspirações são bem cotidianas e clássicas. Um mix entre o contemporâneo e o clássico. Eu vejo beleza nas coisas do meu mundo. Raramente me inspiro vendo uma exposição, que é super arte ou moderna. Vou muito a museus ver a parte de cerâmica, também costumo ir a parques e orquidários, pois adoro flor.
Cássia Ávila na praia com panneau da Beach Couture ©Reprodução Instagram
Algum tipo de mulher te inspira na hora de criar?
Sim, penso em algumas mulheres como Carmen Haid (dona do Atelier Mayer), Diana Vreeland, Aninha Piva Palaia (estilista, sobrinha de Eliana Tranchesi, dona da marca Bless)…
Você criou uma linha de sapatos em parceria com a Sarah Chofakian. Como foi esse processo?
A colaboração com a Sarah surgiu naturalmente. Eu faço as campanhas da marca, e ela comentou que gostaria de uma participação maior minha. Então fizemos uma linha composta por 10 pares, divididos em temas como: To Dance (são todos de cetim), To Work, To Have an Endless Summer e To Die For. A coleção está à venda agora nas lojas da marca.
Você pensa em vender suas peças para fora do país?
Tenho planos de vender fora sim, mesmo porque quando fazia os biquínis o forte eram as vendas para o exterior, como Inglaterra, Grécia e Japão. Vi alguns showrooms em Londres já, mas ainda estou em negociação.
Em meio a sua marca própria e as mudanças que você está planejando, como está o seu trabalho de stylist?
Meu trabalho como stylist é o meu maior foco. Ultimamente tenho feito capas e editoriais para a “L’Officiel” e campanhas para Pop Up, Lolitta, Cris Barros, Loungerie… Gosto muito de trabalhar como stylist, exercitando as tendências. Inclusive vejo meu trabalho de designer como uma extensão do que faço como stylist.
Quando você foi para Londres? Conta um pouco da sua experiência lá e por que Londres.
Vim para cá em agosto de 2013 para fazer um curso de shoe design logo após aprovar a colaboração com a Sarah. Sentia que precisava me aprimorar em algumas áreas da minha carreira. Já tinha vontade de ter mais produtos na Beach Couture, mas ainda não sabia exatamente o quê.
Mas logo voltei para o Brasil por 20 dias para fotografar algumas campanhas e decidi ir para Londres mais uma vez por três meses. E então fiz mais cursos, como trend prediction e acessórios voltados para resina.
Londres é minha segunda casa. Me formei aqui em 2002, e tenho amigos de longa data por aqui. Fora que é uma cidade super inspiradora. Meu tempo lá me ajudou na transição da Beach, estudei tendências e aprendi a trabalhar com as mãos, coisa que ainda não tinha feito.
Você consegue definir o seu estilo? Ainda pega coisas do guarda-roupa da sua avó? Eu lembro que tinha muita coisa linda dela que você usava…
Tenho uma referência bem forte dos anos 80 e 90 no meu estilo. Mas hoje em dia só compro preto e acessórios. Prefiro um look todo preto com um sapato colorido e bijoux vintage. Nós temos que saber envelhecer e usar looks coerentes.
Envelhecer, Vandinha? Mas você ainda é jovem, gata!
+ Os panneaux criados por Vanda estão à venda na Thelure, marca de sua irmã Stela Jacintho