Mallu Magalhães no backstage da 2nd Floor ©Felipe Abe/FFW
Nesta sexta-feira (25.05), o Fashion Rio começou com o desfile da 2nd Floor, que trouxe a cantora Mallu Magalhães como convidada especial para cantar na passarela.
Mallu recebeu o FFW no camarim da 2nd Floor logo após o desfile. Sorridente, falou sobre as suas inspirações, a sua veia de estilista e a sua vida no Rio de Janeiro, cidade do seu namorado, o “hermano” Marcelo Camelo, para quem, obviamente, não poupa elogios. “Eu acho ele gênio, na boa”, confessa entre sorrisos.
Os pertences que tinha no backstage, a sua guitarra e o saquinho de comidinhas do “Mundo Verde” de produtos orgânicos, inclusive a jaca seca que ofereceu ao FFW – “Tem que provar, é muito bom!” – foram tudo o que precisamos para desvendar a sua personalidade jovem, descontraída e muito espontânea.
Confira abaixo toda a entrevista:
Você surgiu quando o MySpace estava bombando; acha que hoje ainda é possível isso acontecer?
O MySpace tem um potencial muito legal e a contribuição que ele deu para o mercado da música foi imensurável. Só o que ele contribuiu já dá para ele um status e uma vitória muito grande. Ele mudou tudo. Hoje em dia, tinha que existir um site que concentra-se tanto quanto o My Space. Hoje as coisas me parecem cada vez mais diversificadas e há vários veículos e possibilidades, né? Tem um lugar melhor para vídeo, um lugar melhor para foto, é tudo mais especializado.
Você fez um editorial para a revista “Serafina” em que posou com a foto de Rita Lee. O que ela significa para você?
Foi ideia daquele jornalista interessantíssimo que é muito meu amigo, o Marcos Presas. Ele vem com essas ideias e eu acho sempre super legal. Eu acho que a Rita tem uma contribuição não só musical com os Mutantes, mas também na fundação do rock no Brasil, uma contribuição cultural. A Rita Lee veio e modificou todo o estereótipo feminino, o estereótipo de rockeiro, porque ela era rockeira e bonita e isso mostrou que as pessoas podiam ser bonitas e produzir boa música, não só musica pop. Ela realmente conseguiu fazer uma fusão de muitas caraterísticas.
Mallu posa como Rita Lee na capa do disco “Ovelha Negra” ©Reprodução
Quem são as suas inspirações?
Ah, eu gosto muito do Marcelo Camelo, modéstia à parte (risos). Eu acho ele gênio, na boa. Às vezes eu até falo para ele, “cara, vou te falar, você é um gênio”. Gênio, gênio. Ele faz umas coisas incríveis. Eu gostava muito também do Acabou la Tequila, hoje em dia gosto muito de Manu Chao, da Jane Birkin, que tem trabalhos atuais fantásticos… gosto de um monte de coisa. É só botar na frente que eu aprendo a gostar.
E você costura, não é? É um hobby ou você quer levar para a frente?
Eu super costuro! Por enquanto faço como hobby, mas eu estudo muito, sou formada em alguns cursos técnicos e a minha ideia é conseguir seguir isso profissionalmente também, levar a sério. Mas eu acho que isso é outra fase, né?
Sim, porque você é muito novinha, tem a vida pela frente!
Nem me fale, às vezes fico pensando que eu tenho uns 30 e tantos anos. E fico nessas pensando que já podia ter muito mais coisas! Mas depois eu logo falo para mim mesma “sossega Malu, dezenove!” (citando sua idade)
Você estuda?
Eu faço vários cursos, inclusive de moda eu já fiz alguns mais técnicos, industriais de ficar na máquina mesmo. Depois eu fiz Costura e Acabamento no Senac, tudo super técnico. Porque eu sinto impedimentos técnicos mesmo, às vezes eu quero costurar uma coisa e não sei. E eu quero aprender, então eu vou lá e faço o curso.
E as suas letras, são inspiradas na sua vida pessoal?
São totalmente! Cara, quase que eu preciso esconder. Mas eu acho que essa é a minha contribuição para o mundo. Se tem uma coisa que eu posso fazer pelo mundo, é me entregar totalmente porque eu não sei fazer mais nada, só sei me entregar assim.
Mallu Magalhães no backstage da 2nd Floor ©Felipe Abe/FFW
E já se adaptou à vida no Rio?
Já me adaptei sim, tou aqui há um tempão! É que antes eu não contava para ninguém! (risos)
Amanhã tem show esgotadíssimo de Los Hermanos, você vai?
Lógico! Eu vou! A gente pede um japonês no camarim, menina… Adoro, vou em todos os shows. Vira e mexe vou viajar com o Marcelo, fica mais ou menos cada um por si e é ótimo!
Quais são as três coisas obrigatórias pra se fazer no Rio?
Comer fruta do pé, tomar muito sol e sair caminhando por aí, na zona sul tem vários passeios interessantes. Eu sou muito do passeio.
E a sua tatuagem? É o quê? (Mallu tem uma tatuagem na parte interna do ante-braço esquerdo)
É o Vulcão do Leonilson, aquele artista plástico de São Paulo, sabe?
Significa alguma coisa?
Sim. (risos) Você não perguntou o que significa! (risos)
… E o que significa?
Ah… não vou contar. (risos) É porque eu sou vulcânica.
Tipo um vulcão de emoções por dentro?
Se fosse por dentro tava fácil, o problema é que vem para fora!