Por Raisa Carlos de Andrade, em colaboração para o FFW
Lucas Cristino no Fashion Rio Inverno 2014 ©Felipe Abe
O Fashion Rio Inverno 2014 teve um quê de estreia para o modelo Lucas Cristino, número 21 no nosso ranking FFW Models. A presença da mãe, Rogeria Cristino, assistindo suas entradas pela primeira vez, deixou a sensação de que a vida está no eixo, após trocar Leopoldina, no interior de Minas Gerais, por Nova York. “Estou super feliz por isso. Entrar na passarela e saber que ela está em uma das filas faz parecer que é a primeira vez que estou desfilando”, contou.
Um ano atrás, quando entrou para o mercado internacional, precisou de muita persistência para se manter em uma das cidades mais caras do mundo. “Não comecei a trabalhar tão rápido. Mas a agência ajudou bastante, meu booker foi como um pai para mim, minha mãe também me ajudava. Fui me mantendo, até as coisas começarem a dar certo. Agora está tudo encaminhado, consigo me manter sozinho, com meus trabalhos”.
Lucas Cristino e família no Fashion Rio Inverno 2014 ©Ricardo Toscani
A mudança de Lucas foi um período difícil para a família. Mãe solteira, Rogeria trabalha em uma fábrica e vende roupas pela cidade. “Hoje, quando vi o desfile, achei o máximo. Estou muito feliz, muito emocionada. Quando ele foi para Nova York, senti muita saudade. Trabalhei muito para ele conquistar isso que está acontecendo”. Ao lado da caçula Mariana, de 20 anos, Rogeria representa uma realidade familiar perante o mercado. Facebook e Skype, por exemplo, não faziam parte da rotina de comunicação da família, que por conta do trabalho e do custo alto da viagem, ainda não conseguiu visitar o modelo. “Está nos planos”, diz.
Lucas é agenciado por Elian Gallardo, que aponta como diferencial seu interesse em pesquisar marcas que privilegiem a beleza negra. Sem falar inglês, o jovem, que nunca havia saído do Brasil, procurou não dar grandes proporções ao que poderia virar um problema. “Sou desenrolado. Fui para lá sem inglês, mas logo fiz amizade. Dava um jeito de falar, mesmo que fosse errado. Aí me corrigiam, eu falava de novo e saía certo. Em três meses eu já estava falando. Não tinha uma conversação legal, mas me comunicava super bem”. No Brasil para resolver questões burocráticas no consulado americano, ele desfilou para Coca-Cola Jeans, Herchcovitch, TNG, R.Groove e Ausländer, além do Rio Moda Hype.