A ilustradora Catarina Gushiken ©Reprodução
Ex-coordenadora de estilo da Cavalera, ilustradora das melhores e dona de um estúdio que desenvolve projetos para clientes como Brastemp, C&A e Reinaldo Lourenço, Catarina Gushiken é a convidada da vez do FFW Inspirações, que descobre o que tem feito a cabeça do povo da criatividade. E ela compartilha não apenas um, mas três nomes pelos quais ela anda vidrada: os ilustradores franceses Philippe Noyer e Frédéric Boilet, e o japonês Suehiro Maruo. Saiba mais sobre os três e ainda fique por dentro da exposição que Catarina Gushiken está preparando em São Paulo:
Philippe Noyer
O livro comprado por Catarina Gushiken e uma das ilustrações selecionadas pela própria ©Reprodução
“Eu o descobri num sebo, andando pela Brigadeiro, quando voltava do Parque Ibirapuera e fui mexer na seção de Artes. Ele não é conhecido – eu, pelo menos, nunca tinha visto nada dele em destaque nas livrarias; foi um garimpo mesmo! O que me chamou a atenção é que é um universo feminino super delicado, com uma mulher francesa sofisticada, mas num contexto louco de viagens à Ásia, à África, cercada de onças e pássaros tropicais. Já mostrei o livro pra várias pessoas e elas se apaixonaram também e foram procurar mais informações, mas é muito difícil achar referências. Pesquisei e encontrei bem pouca coisa.
Duas ilustrações de Philippe Noyer selecionadas por Catarina Gushiken ©Reprodução
As imagens são lindíssimas e eu gosto muito dessa coisa art nouveau, da delicadeza, a natureza, as formas orgânicas, a postura delicada da mulher; me identifiquei bastante. As minhas preferidas dele são as pinturas dos anos 1940 e 1950, mas o livro tem obras nos anos 1940 até os 1970″.
Frédéric Boilet
A capa e uma imagem de “O Espinafre de Yukiko”, de Frédéric Boilet ©Reprodução
“Ele tem um estilo de HQ tipo “La Nouvelle Mangá” e é um trabalho muito legal, que mistura o romantismo da nouvelle vague e o erotismo japonês. A impressão que se tem quando olhamos a obra dele é que ele desenha sobre fotografias, até pelo ângulo das imagens.
Imagem de “O Espinafre de Yukiko”, de Frédéric Boilet ©Reprodução
A história do Fredetic Boilet – de verdade, que aconteceu mesmo – é que ele foi morar no Japão, e muitas obras dele são como relatos de relacionamentos que ele manteve com várias japonesas. Ele tem uma publicação incrível chamada “O Espinafre de Yukiko”, que é como uma narrativa da história que ele teve com uma dessas mulheres”.
Suehiro Maruo
A capa e uma imagem de “O Vampiro que Ri”, de Suehiro Maruo ©Reprodução
“O Suehiro Maruo é um japonês que faz HQs de horror, com um estilo romântico e delicado, mas também com um quê de bizarro, do lado freak japonês. Na verdade se eu falar pra alguém que conhece o trabalho do Suehiro que eu acho o estilo dele romântico, a pessoa vai achar que eu sou louca (risos).
Imagem de “O Vampiro que Ri”, de Suehiro Maruo ©Reprodução
Mas é que ele é mais agressivo, principalmente se comparar com o Philippe Noyer, por exemplo, mas ele tem o traço delicado, o que é um contraponto muito legal. A minha obra preferida dele é “O Vampiro que Ri”; acho que é porque foi a primeira que eu vi, então já li meio apaixonada. É uma história romântica contada de um jeito louco”.
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Para quem quiser conhecer mais do trabalho de Catarina Gushiken – ou para quem já for fã –, a artista terá uma mostra individual na Z Carniceria, em São Paulo, de 6 de julho a 6 de agosto. “É um trabalho bem diferente do que eu geralmente faço; eu sempre coloco muita cor, texturas, pensando no figurino e nos acessórios que compõem o universo da personagem, mas desta vez é tudo muito mais limpo. Estão todas nuas, desenhadas com grafite, e o único adorno é o fio que, na instalação, vai quase que costurando e tecendo uma roupa tridimencional”, ela contou ao FFW.
Por um Fio
De 6 de julho a 6 de agosto de 2011
Z Carniceria
Rua Augusta, 934, Bela Vista, São Paulo
Entrada franca