Rick Genest, mais conhecido como Zombie Boy, foi encontrado morto em sua casa, aos 32 anos – tudo indica que foi suicídio.
Rick ficou conhecido em 2010 quando foi “descoberto” por Nicola Formichetti em um casting feito por redes sociais. À época diretor criativo da Mugler, Nicola se deparou com essa pessoa no Canadá inteiramente tatuada como se fosse um zumbi, e o tornou garoto propaganda da marca de luxo. Rick morava na rua, não tinha passaporte e ainda tinha muitas dívidas para pagar. Formichetti pagou as dívidas, tirou seu passaporte e embarcou Rick para Paris.
Lá ele conheceu Lady Gaga, participou de clipes como Born this Way, foi o rosto da marca de Jay Z, Rocawear, e apareceu em diversos editoriais de moda, inclusive para o FFW quando Rick veio ao Brasil à convite a marca Auslander, que desfilava no Fashion Rio. Nós fotografamos ele na praia, vestido com coleções bem tropicais, em foto de Zee Nunes e styling de Daniel Ueda. Você pode ver o shooting completo aqui.
Seu visual radical fazia com que todos, em qualquer lugar, ficassem olhando para ele com cara de assustado e sem entender se aquilo era de verdade ou uma “fantasia”. “Ao crescer, me apaixonei por zumbis e queria me transformar em um. A forma mais fácil disso acontecer era me tatuar como um. Vejo minhas tatuagens como uma celebração da arte macabra”, disse em entrevista quando tinha 25 anos.
Rick era um extremista. “Gosto de testar meus limites e ver até onde eu aguento. Tenho vontade de ter a ponta do meu nariz removida e talvez tirar uma orelha, por exemplo. Algumas pessoas podem olhar para você e achar que tem algum tipo de problema e não entender o por quê disso. Eu não tenho problemas comigo mesmo, sou realista, inteligente e lúcido”.
Mas em outra entrevista, ele disse não encorajar outros meninos a fazer o mesmo. “As pessoas devem ter suas próprias ideias. Não quero que moleques façam isso e arruinem seu futuro. É uma coisa que deve estar dentro de você, você tem que ter certeza do que quer. Eu sacrifiquei todo meu futuro por conta disso”.
Ainda hoje, lembro-se da sensação de inadequação de Rick em meio às outras pessoas no hall do hotel ou andando pelo calçadão do Rio. Não que ele se importasse, mas havia um peso de estar sempre sendo olhado e observado, o tempo todo. Mas também lembro de como ele era realmente bonito, tímido e com um sorriso doce.