Por Raisa Carlos de Andrade, em colaboração para o FFW
Valdemar Iódice no camarim antes do desfile de estreia da sua marca no Fashion Rio ©Felipe Abe
Sob a intenção de fixar ainda mais a marca no Rio de Janeiro, que recebeu seu primeiro ponto de venda no Rio Design Barra, na Zona Oeste da Cidade, a Iódice apresentou sua coleção nesta terça-feira (16.04) no Fashion Rio.
Minutos antes do desfile, Valdemar Iódice falou ao FFW sobre a mudança do SPFW para o FR, a indústria de moda e a razão por ter demorado tanto a apostar no mercado do Rio, lugar onde sua modelagem é tão bem aceita que deverá resultar em outro ponto de venda em breve. “Não digo que é um desfile para a carioca, porque distribuo a marca para o Brasil inteiro. Visto uma pernambucana, uma paraense… Faço um produto para o Brasil, para a mulher brasileira. Não faço um produto universal, mas quando uma mulher é feminina, é feminina no mundo inteiro. Gosta de decote, de fenda… Faço para esta mulher. Agora, todo mundo no Rio gosta da marca. As pessoas gostam, se identificam”. Veja o desfile da Iódice Verão 2013/14 aqui.
A troca de evento é para agregar. Não se trata de uma preferência pelo evento ou sua localização. “Não é nada contra o São Paulo Fashion Week, até porque o evento também é do Paulo (Borges), que está na luta com a gente e sabe que a vida não é fácil”, conta. Iódice acompanhou as transformações do mercado desde o fim da década de 80, período em que fundou sua marca. “Acho que houve uma evolução de trabalho nas marcas. Neste tempo todo, as grifes foram ficando mais profissionais e ganhando mais identidade. No meu caso, de 87 para cá, fiz desfiles antes do Morumbi Fashion, onde exibia 120 looks. Nós criamos tudo isso. Tudo isso era um sonho do Paulo Borges, fazer uma semana de lançamento no Brasil. Nós conseguimos muita coisa. E hoje tem a concorrência, né? Acho que a concorrência que vem de fora é saudável”, avalia.
Sem se preocupar com a presença voraz do baixo custo, Valdemar Iódice explica a fórmula que o fez sobreviver às crises mercadológicas. “O que vale para a companhia, a espinha dorsal, é o produto: tem que ter qualidade, tem que ter matéria-prima boa, design, estilo, modelagem, ser bem costurado. Se você tem esse alicerce, é durável”, diz. “Acho que cada um tem um caminho. Quem quer fazer preço, quer fazer muita coisa. Eu não preciso ter preço barato, eu preciso ter preço que justifique o que eu faço. Aí vou conseguir vender muito… Tenho público para isso”.