Por Luisa Graça
Desde que passou a se dedicar à prática de exercícios físicos, Amir Slama vem flertando com elementos esportivos em sua marca. Recentemente, chegou até a lançar uma mini-coleção fitness em parceria com Erasmo, marido de Gabriela Pugliese e figura proeminente no nicho. Aliás, Erasmo e seus colegas do Mahamudra Brasil, grupo que promove um método indiano de atividades físicas, fizeram parte do casting do estilista no SPFW N45, vestindo sungas e shorts tipo boxer. A coleção inspirada no Palácio Imperial de Petrópolis trouxe temas e cores da arquitetura do local e voltou a apresentar o maiô como referência de roupa. Antes da coleção principal, uma série de sete looks esportivos abriu o desfile, contando com a participação de “pessoas reais” na passarela, entre elas, a cantora Emilia Pedersen e o influencer Leo Picon.
Adepto da musculação e do muay thai – luta que pratica todos os dias durante 1 hora e 30 minutos, Slama vem buscando caminhos e reinventando sua marca através de referências esportivas, embarcando num fenômeno que só cresce no Brasil.
De que maneira o esporte informa seu trabalho?
Eu fiquei muitos anos sem fazer esporte nenhum, levando uma vida super sedentária, só trabalhando… Super apaixonado pelo que faço, mas achando que quem fazia esporte era meio problemático. E aí eu emagreci muito um período e comecei a ter problemas musculares muito fortes. Fazendo fisioterapia, eu acabei descobrindo a musculação e depois o muay thai. É uma coisa que me encanta, que está no meu dia-a-dia. Não tem como ela não estar presente. Então, comecei a trazer essa veia para o trabalho.
Como você busca equilibrar as referências fitness com informação de moda nas suas coleções?
Eu acho que hoje tudo anda muito junto. Essa mulher, esse homem, são pessoas que trabalham durante o dia e se exercitam logo de manhã cedo e saem à noite… Então, as roupas que permeiam todos esses momentos tem de estar muito em conjunto.
Você acha que esse universo esportivo permitiu que você se reinventasse na moda?
De alguma forma, sim. Eu acho que na moda a gente se reinventa a cada dia. No Brasil, então, duas vezes por dia, né? A gente é apaixonado, encantado pelo que faz e mata leões.
Como essa nova veia tem afetado as vendas da marca?
A gente percebe que nos últimos 2, 3 anos o consumo caiu. Mas o masculino aumentou um pouco, então, uma coisa acabou compensando a outra. O consumidor sempre ditou regras, mas da última década pra cá, isso ficou mais evidente, mais estridente. Então, a gente busca trabalhar com o que o consumidor procura. Hoje eu não tenho uma rede de varejo gigante, procuro acompanhar o meu cliente final na loja, ter contato com ele e, então, ir trabalhando com os desejos e vontades dele.
E o retorno tem sido positivo?
Acredito que sim! A gente esperava um pouquinho mais, mas estamos indo bem.