Pitti Uomo é conhecida pelos frequentadores estilosos e por um forte street style ©Aka Studio/Divulgação
É o que mais chama a atenção, mas nem só de street style se faz a Pitti Uomo, que terminou na sexta-feira (20.06). O evento é a primeira feira de novidades da temporada e, do ponto de vista dos negócios, a 86ª edição foi considerada um sucesso. Mais de 30 mil pessoas passaram pela Fortezza da Basso, em Florença, durante os quatro dias, sendo que mais de 19 mil eram compradores de lojas dos cinco continentes, o que representa um aumento de 5% em relação à edição anterior. O número é o melhor das últimas edições de verão da Pitti, e o resultado se deveu ao constante crescimento na presença de compradores estrangeiros, que são a grande maioria, com um incremento de 2% no número de lojas. Apesar de menor, o mercado italiano teve um aumento de 8%.
A 86ª edição da Pitti Uomo contou com mais de 30 mil visitantes ©Aka Studio/Divulgação
Os números confirmam o que se sentia caminhando pelos corredores da feira, que estava bastante movimentada nesta edição. Os lojistas estavam sempre ocupados atendendo alguém. Dificilmente se chegava a um estande e eles estavam lá parados; era necessário esperar que terminassem de falar com algum comprador em potencial. Marcas brasileiras também estiveram por lá, como a Frescobol Carioca e a Veja (tênis que no Brasil se chama Vert). Harry Brantly, um dos fundadores da Frescobol Carioca, contou no segundo dia de Pitti que já havia sido procurado pelo buyer da Le Bon Marché. A marca participou no ano passado da ação “Le Brésil Rive Gauche“, do Bon Marché, e deve voltar em breve às gôndolas de uma das mais tradicionais lojas de departamentos de Paris. Além das marcas brasileiras, empresas do mundo todo apresentaram na feira suas novas coleções e outras novidades, que chegarão ao consumidor final a partir de janeiro de 2015.
Entre os desfiles, aconteceram duas estreias. Nascido na Argentina e radicado na Itália, o diretor de arte e promotor de eventos Marcelo Burlon mostrou sua primeira coleção. Sob a marca Marcelo Burlon County of Milan, o estilista apresentou uma coleção bem urbana, esportiva e inspirada no strret style, bem como seu amigo Ricardo Tisci faz na Givenchy, mas conseguiu colocar seu ponto de vista inspirando-se na infância vivida na Patagônia. A Au Jour Le Jour, conhecida por fazer uma moda feminina cheia de estampas divertidas e lúdicas, mostrou sua primeira coleção masculina, que também trouxe uma proposta divertida para a passarela. Também foi apresentado um novo conceito para a Z Zegna, marca que foi reestruturada pelo grupo Ermenegildo Zegna, incorporando a Zegna Esporte.
+ Assista ao vídeo do desfile da Au Jour Le Jour na página da Pitti Uomo.
+ Assista ao vídeo do desfile de Marcelo Burlon County of Milan na página da Pitti Uomo.
+ Assista ao vídeo do desfile da Z Zegna na página da Pitti Uomo.
Esta edição da Pitti também coincidiu com a programação especial do “Firenze Hometown of Fashion”, ação em comemoração aos 60 anos do Centro de Florença de Moda Italiana. Grifes oriundas de Florença organizaram diversos eventos, que tinham por objetivo mostrar a força da moda da cidade. A ação conta com investimento de € 2 milhões, mais de R$ 6 milhões, para firmar Florença como uma referência em moda. O que se viu foi um frisson generalizado em torno das ações — até a editora Suzy Menkes andou por lá abraçada com Stefano Ricci, presidente do Centro de Florença de Moda Italiana.
Suzy Menkes, uma das mais respeitadas editoras de moda do mundo, com Stefano Ricci ©Divulgação
+ Leia matéria sobre o projeto “Firenze Hometown of Fashion”.
Mais uma vez, o primeiro dia de Pitti Uomo se sobrepôs ao último dia da “London Collections: Men”. Os organizadores prometem que esta foi a última edição que isso aconteceu e, em janeiro, a Pitti deve começar após a temporada de Londres.
* A repórter Marcela Duarte viajou a Florença a convite de Luisa Via Roma e Texbrasil, com apoio da Pitti Uomo.