Muita gente da indústria da moda, quando questionada sobre a Era das supermodelos, respondem que, embora aquela época fosse mais glamourosa, as garotas de hoje – Raquel Zimmermann, Daria Werbowy, Natalia Vodianova, entre outras – são mais profissionais (leia-se: não têm ataques de diva).
Mas não é todo mundo que as prefere desse jeito. Em entrevista, John Casablancas, o fundador da agência Elite, disse: “Não gosto de modelos que andam com uma garrafa de água debaixo do braço, que jantam uma folha de salada, têm horário pra dormir. Quero gente profissional, saudável, bonita, divertida, que não tenha medo de sexo, de ser jovem, de ser aventureira, de ser sensual, de explodir um pouco.”
Em 2010, esse pedido ecoa com Donatella Versace. Ao jornal “The Indepedent”, a estilista contou que “agora é um momento ruim” e que as garotas são robóticas. “Precisamos de uma personalidade especial. Precisamos alimentar os egos dessas garotas. Alguém como Kristen McMenamy, que tinha um ego gigante. Lindo”, termina, de maneira super italiana.
McMenamy, que está discretamente ressurgindo no mundo da moda, abandonou sua carreira no auge, em idos dos anos 1990 – ela tinha as sobrancelhas raspadas, um ar andrógino, explosões de humor e ainda assim estava na “Vogue US” todo mês.
A resposta dela sobre sua aposentadoria virou mito: “Estive no Concorde [avião supersônico que saiu de linha em 2003] com Karl Lagerfeld, vestindo Chanel dos pés à cabeça. O que mais há para fazer nesta vida?”
Esse debate ainda vai render.
Kristen McMenamy em desfile da Chanel, em 1991, e nua na nova edição da “LOVE” © Mert Allas & Marcus Piggot