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    CdC inverno 2010: 4º dia. Confira o que os estilistas João Pimenta, Milena Hamaní, Ronaldo Silvestre, No Hay Banda, R. Rosner e Urussai apresentaram para o inverno 2010
    CdC inverno 2010: 4º dia. Confira o que os estilistas João Pimenta, Milena Hamaní, Ronaldo Silvestre, No Hay Banda, R. Rosner e Urussai apresentaram para o inverno 2010
    POR Redação

    João Pimenta

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    Depois de um verão (2010) e um inverno (2009) dedicado a explorar as formas femininas adaptadas para o corpo masculino, João Pimenta decidiu que era hora de virar o tabuleiro. Segundo o próprio estilista contou ao site SPFW antes de seu desfile apresentado ontem (25/11) no Shopping Frei Caneca, a idéia era “tirar um pouco do lúdico das peças, e acrescentar um pouco de brutalidade”.

    Daí veio a inspiração da Missa do Vaqueiro Nordestino, de onde saem a cartela de cor dominada por tons terrosos e as modelagens de algumas peças. Dos personagens – e principalmente de suas atitudes – saem aquela agressividade que João tanto procurava, traduzida principalmente na aparência rústica dos linhos, couros e moletons utilizados na coleção.

    Já o caimento e corte dão continuidade aos fundamentos da coleção passada, onde peças puramente masculinas acabam hibridizadas com formas femininas, com destaque para os vestidos. Assim, camisetas de algodão são alongadas até virarem túnicas que lembram camisolas. Ou então vem acinturadas com a barra formando uma leve saia, como visto também em muitas das ótimas jaquetas de fechamento trazeiro. Casacos de leves referencias militares, com ombros marcados retos que dão força ao look, também ganham barras longas e fluídas ou então aquelas mini saias que se contrapõem a parte de cima mais encorpada e ajustada.

    Numa verdadeira evolução da coleção passada, onde formas e cortes quase clássicos se fundem a fluidez e delicadeza das peças femininas, João dá mais um show de modelagem e manuseio têxtil. E assim, reforça seu lugar de destaque não só na Casa de Criadores como na moda masculina local, trabalhando de forma universal temáticas essencialmente brasileira.

    Milena Hamaní

    2

    Em sua segunda apresentação na Casa de Criadores, a estilista de moda praia Milena Hamaní, olha para a sensualidade dos cabarés do século XX em seu inverno 2010. Daí vem as várias referências ao boudoir, como rendas, corset e também alguns dos vestidos curtinhos de saia godê e top mais ajustado.

    Porém, ao trabalhar os elementos da roupa íntima de forma um tanto quanto literais – quando não clichês – acaba se perdendo entre a lingerie e o beachwear de fato que se propõe a fazer. Deixando a platéia (e consequentemente o consumidor) em dúvida quanto a natureza da peça. Boudoir e moda praia vivem se cruzando, quando a intenção e falar de uma sensualidade não óbvia e até mesmo mais sofisticada. Porém, os elementos do beachwear devem sempre falar mais alto, como acontecem em algumas poucas peças, como na seqüência de maiôs e biquínis nude rosados.

    Outra boa idéia que também podia ter sido mais bem trabalhada, era as peças com detalhes em crochê. A combinação parece estranha, mas tem lá um quê de interessante. Faltou só trabalhar melhor modelagens e acabamentos para dar mais apelo as peças, principalmente para os vestidinhos que funcionam como saída de praia à la Alaïa,.

    Ronaldo Silvestre

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    Estreante na Casa de Criadores, Ronaldo Silvestre apresentou uma coleção que buscava a cada looks por uma extrema sofisticação e elegância. Seu ponto de partida é a vida de Mata Hari, uma das mulheres mais polêmicas do século XX, e o tema acaba servindo como pretexto para trabalhar algumas elementos que apareceram com considerável relevância nas coleções internacionais para o inverno 2009.

    A mais marcante delas é a silhueta anos 40, repleta de referências a Dior, que aqui são responsáveis por elevarem o grau de elegância e sofisticações dos looks que vem trabalhados em tecidos nobres de tons escuros, sempre com algumas textura ou brilho. A alfaiataria aparece marcada por forte influência militar, em vestidos-blazer ou vestidos-trenchs quase que tradicionais e em boa sintonia com o que está nas lojas lá fora agora.

    O problema é que ao ornamentar e almejar por tamanha sofisticação, Ronaldo acaba envelhecendo alguns do seus looks. Salvo por peças que trazem algum caráter levemente inovador, como as boas jaquetas ou blazers militares de proporções reduzidas. Sem contar que ao se focar tanto em vontades já tanto exploradas e desgastadas, ficam faltando aquele olhar para frente e busca por reais inovações.

    No Hay Banda

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    Na última temporada, as estilistas Claudia Mine, Bruna Santini e Juliana Magro, do coletivo No Hay Banda, apresentam um interessante e promissor trabalho com pregas e drapeados. Para esta estação, prometeram continuar focadas em tais elementos, só que buscando uma atitude um pouco menos feminina, e mais agressiva e rocker.

    Na prática isso implicou em investir numa cartela de cor mais escura, aproximar a silhueta do corpo, e trabalhar com volumes mais discretos, focando-se mais na construção das peças. Porém, tal exercício acabou sendo levado um pouco a sério demais, a ponto de comprometer proporções e vestibilidade das roupas. Ao aplicar costuras sinuosas, recortes assimétricos, pregas e drapes numa mesma peça, acabam exagerando na dose de informação, e muitas vezes pecando na execução.

    Bom mesmo, é quando as meninas se focam em um único exercício por vez, ou dosam a quantidade de elementos num só look. Seja na moulage, nas pregas, nos recortes ou nos drapeados, é quando tais elementos se juntam de maneira bem pontual e mais pensada que as peças saltam o olhar. Como foi no vestido preto com frente toda pregueada, ou então no colete preto também com pregas, no vestido texturizado com volume assimétrico de um lado só ou na jaqueta cinza mescla toda recortada. No fim, ficou parecendo que o inverno 2010 careceu da atenção a detalhes e proporções que se mostram tão interessante neste verão.

    R. Rosner

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    Rodrigo Rosner gosta de fazer moda festa e isso deixou bem claro no seu debut na Casa de Criadores há 2 estações. De lá para cá, veio refinando seu trabalho, eliminando excessos e adequando sua modelagem para uma clientela que apesar de tradicional, gosta de um pouco mais de informação de moda, e até mesmo uma certa ousadia.

    Ousadia, que agora aprece nos decotes que apresentou em seu inverno 2010, ou então nas formas estruturadas com carreiras de paetês enfileirados que circulavam saias e tops de vestidos, emprestando a eles um ar quase sci-fi.

    O ponto de partida é simples e para lá de familiar: sua avó. Com estilo sofisticado e com uma queda pelo clássicos, Rodrigo tira de seu guarda-roupa algumas bases dessa sua nova coleção. Porém, aqueles excessos de ornamentação que antes carregavam demais seus vestidos, voltam aparecer quando texturas ou tecidos brilhantes se juntam a forma ou tecidos muito pesados. E agora, algumas formas e modelagens também mostram um tanto quanto mal-resolvidas. Seja por dificultar o movimento, ou por deixarem a modelo ou cliente desconfortável por revelar tao facilmente algumas partes mais íntimas.

    Não a toa são naqueles modelos de formas mais tradicionais que Rodrigo se sai melhor. Como no longo cítrico com babadinhos nas alças para marcar os ombros (bem anos 40), ou então no branco com estampa de renda – outra novidade desta coleção, que rendeu boas leggings e bodies – e até mesmo naquele looks mais extravagante, do vestido preto com aplicações de pele sintética em toda sua extensão frontal.

    Urussai

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    Depois de duas participações na Casa de Criadores com instalações ou intervenções, a Urussai, marca de Catarina Gushiken e Mariana Dias, passou a integrar o line-up do evento. O motivo? “Porque agora atingimos uma certa maturidade em termos comerciais e de infra-estrutura que nos permite entrar na passarela”, conta Cataria.

    O tema dessa coleção é a estética das tatuagens da Yakuza. Sim, a organização japonesa que até 1990 não permitia a entrada de mulheres no grupo. E são justamente essas mulheres, fortes e dominadoras, que servem de inspiração para a coleção que conta com estampas de 8 artistas diferentes aplicadas sobre camisetas de modelagem ampla, derivadas de quimonos e outras vestes tipicamente japonesas.

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