Clare Waight Keller confirmou que está deixando a Givenchy após três anos como diretora artística. A estilista britânica fez história como a primeira mulher a assumir o comando da casa francesa, fundada por Hubert de Givenchy em 1952. Foi ela quem a trouxe de volta à passarela da Alta Costura e vestiu uma das mulheres mais fotografadas do mundo hoje, Meghan Markle, que escolheu Claire para criar seu vestido de noiva em 2018, para seu casamento com o príncipe Harry. Era um sinal claro de que sua estrela estava em ascenção.
Os boatos já haviam surgido em janeiro e, agora que oficializou, a coleção apresentada em março foi a última da estilista. Um substituto ainda não foi anunciado. “Focar em um mundo baseado na alta costura tem sido um dos destaques da minha jornada profissional. Eu compartilhei tantos momentos incríveis com os brilhantes ateliês e equipes de design da Givenchy: seu talento e dedicação excepcionais permanecerão para sempre na minha memória”, disse em um post no Instagram. “Meus sinceros agradecimentos a cada um dos heróis e heroínas desconhecidos nos bastidores, por sua contribuição do produto às comunicações e ao varejo, e a todos os membros da equipe global, parceiros e fornecedores. Sem todos vocês, eu não poderia ter trazido minha visão de Givenchy à vida de uma maneira tão bonita”.
Claire veio da Chloé e substituiu Riccardo Ticci que foi para a Burberry. Além da parceria com a duquesa de Sussex, Claire também trouxe outras pessoas interessantes para a campanha da Givenchy, como Marc Jacobs e Charlotte Rampling. Com Claire, a Givenchy vestiu Cate Blanchett, Beyoncé, Margot Robbie e Rooney Mara, entre outras celebridades.
Na Givenchy, Waight Keller uniu as coleções masculinas e femininas e reintroduziu a alta costura. Quando entrou em 2017, a marca tinha receita estimada em aproximadamente 600 milhões de euros anualmente. Mas Bernard Arnault, presidente da LVMH, viu um potencial ao trazer Claire para a direção criativa e na época, ele disse: “Acho que crescerá muito rápido nos próximos dois anos”, segundo o New York Times. Ele também disse que achava que a casa tinha potencial para atingir o tamanho da Dior, que é membro do clube de bilhões de euros.
Porém, a introdução de peças menos caras, como tênis e moletons, tiveram uma recepção morna quando comparadas com as rivais Dior ou Gucci. E Waight Keller não conseguiu criar uma bolsa referência, que é uma arma crucial para qualquer marca. “Ela é uma designer muito talentosa e uma pessoa adorável que eu acho que trouxe muito para a Givenchy, mas este é um momento em que todo mundo está repensando e reexaminando o que é melhor”, disse Anna Wintour, diretora artística da Condé Nast e editora. da Vogue.
Este é um exemplo de que pode ser muito difícil você focar seu trabalho no luxo e na alta costura, para depois ter que vender tênis e moletom. A Chanel deve ser a única marca que consegue atingir essas duas pontas. Que momento mais confuso para uma substituição na direção criativa.