Marca: Coven
Fundada em: 1993
Diretora criativa: Liliane Rebehy
Idade: 47 anos
Background: Foi na faculdade de arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais que Liliane Rebehy descobriu sua vocação para a moda. Ou melhor, para a moda feita de tricô. O repertório adquirido na faculdade, onde aprendeu a projetar um edifício do zero, onde conheceu o estilo de grandes arquitetos e de artistas plásticos marcou seu trabalho, que traz na essência um conceito parecido. “O tricô te dá a possibilidade da experiência completa de criação, desde o tecido ao acabamento, e é isso que imprime uma identidade tão forte ao produto”, resume a designer.
Desde 1987, quando entrou em contato pela primeira vez com as linhas e fios que transformaria em roupas até a criação da Coven foram anos de experimentações tocando o curso universitário e o projeto de moda paralelamente. Em 1993, quando a Coven foi criada, o mercado fashion ainda torcia o nariz para o tricô. Havia Sonia Rykiel em Paris, claro, mas no Brasil a técnica era ainda associada aos pullovers e cachecóis de avó, peças casuais com conforto mas nenhum apelo de design.
A partir de Belo Horizonte, Liliane começou a mudar essa impressão. E a proposta era radical desde o início: cores contrastantes, grafismos em uma coleção feita 100% de tricô, de calças a saias, vestidos a tops e casacos. O processo sempre foi artesanal. Hoje todas as peças de tricô são feitas na fábrica própria da marca, em Belo Horizonte, uma preciosidade em tempos em que mesmo grifes de high fashion exibem etiquetas made in China. Acessórios e outros poucos produtos que não são de tricô foram acrescentados, estes, com produção terceirizada.
Em 2003, quando a grife começou a desfilar no Fashion Rio, ganhou projeção nacional, recebendo boas críticas da imprensa especializada brasileira e internacional, como a Dazed Digital, versão online da revista Dazed & Confused. Em 2015 a marca fará sua estreia no São Paulo Fashion Week, na edição Inverno 2016, que acontece em outubro.
Estilo da marca: A brasilidade da Coven existe, mas passa longe do estereótipo da roupa tropical. Mineira, ela carrega esse know how de confecção artesanal e decorativista, misturando referências art déco na cartela de cores e no desenho geométrico com shape próximo do corpo. O resultado é uma imagem ao mesmo tempo artesanal e urbana, contemporânea com sensualidade insinuada, na medida.
As texturas de bordados e flocados e do próprio tricô, mesclado com diversos fios, de algodão e seda a lurex, são outra marca registrada da Coven. “Nosso desafio é dar leveza ao tricô e continuar surpreendendo as pessoas, porque acredito que o desejo de consumo tem a ver com a surpresa que o produto provoca”, disse a designer, numa entrevista recente.
Nas coleções mais recentes, dá para notar a mudança de mood das roupas, especialmente na cartela de cores, mais clara e solar, bem diferente do tom sombrio e rebuscado do início (não à toa, o nome Coven significa uma convenção de bruxas, o que pode dar o tom místico misterioso do início da grife). O trabalho artesanal primoroso continua, com mais foco na pesquisa de materiais e mistura de outros tecidos, como as saias de tricô com mistura de faixas de tule transparente.
Onde vende: Rua São Paulo, 2159, Lourdes, Belo Horizonte, tel.: (31) 3292-6898 e em multimarcas como farfetch.com.br, gallerist.com.br eshop2gether.com.br
Quem usa: Mariana Ximenes, Juliana Santos (da multimarcas Dona Santa), Bruna Bittencourt, Sophia Abrahão, Helena Bordon
Site: www.coven.com.br
Instagram: @coven_oficial