Quinze meses atrás, em março de 2016, a francesa Bouchra Jarrar foi nomeada sucessora de Alber Elbaz na Lanvin. Apenas duas coleções depois, sua saída foi anunciada hoje, como informa o WWD. Tudo indica que isso se deve a um atrito entre Jarrar e a CEO da marca, Michele Huiban.
Em entrevista ao jornal South China Post, no início do ano, a estilista demonstrou certa dificuldade em trabalhar junto à empresa. “Eu queria me dedicar completamente à Lanvin, ao relançamento da maison e da marca, então, fechei a minha própria grife. Mas eu preciso do apoio da empresa toda; sozinha é impossível. Tudo leva tempo para acontecer e depende do que se passa internamente na maison… Eu quero trazer minha expertise, criatividade, know-how técnico e pragmatismo, mas para isso é preciso trocar ideias com quem está na Lanvin há algum tempo”.
É fato que é mesmo preciso ‘dar tempo ao tempo’ para ver um estilista evoluir e dar um novo passo adiante e, para uma marca que vem enfrentando uma crise estrutural e financeira há mais de três anos, um veredito baseado em apenas duas coleções soa um pouco precipitado – ainda que tais coleções tenham dividido a crítica e tenham falhado comercialmente (com uma queda nas vendas de 18.3 milhões de euros no último ano, segundo dados da agência Reuters). A saída de Elbaz – em outubro de 2015, depois de 14 anos à frente da Lanvin, também apontava para uma disputa em sala de reunião, um conflito de poder entre ele e Huiban e também a proprietária da marca Shaw-Lan Wang.
Em comunicado oficial, a marca declarou: “Lanvin e Bouchra Jarrar mutuamente decidiram dar fim à colaboração. Esta decisão tem efeito hoje e Bouchra Jarrar irá se concentrar em novos projetos a partir de agora”. Sendo assim, fica uma lacuna a ser preenchida para a apresentação de Verão 18 da grife francesa.