O Design Museum, em Londres, abriu neste fim de semana uma grande exposição que homenageia o estilista Azzedine Alaïa, morto em novembro de 2017. Azzedine Alaïa: The Couturier foi pensada junto com o próprio estilista, que ajudou na curadoria das peças e estava totalmente envolvido com a mostra até o final de sua vida.
A expo tem co-curadoria de seu grande amigo Mark Wilson e traz mais de 60 roupas raras e icônicas, do início dos anos 80 até suas últimas criações.
Alaïa ficou conhecido por celebrar o corpo da mulher. O erotismo do corpo feminino não era algo a ser evitado, mas, ao contrário, algo a ser adotado. Desde o contorno do seio e do quadril em seus vestidos bandage, até o corpo inteiro vestido em estampa de leopardo, suas roupas evocavam uma poderosa sexualidade feminina.
Ele, que vestiu de Greta Garbo a Grace Jones a Kim Kardashian, foi um dos maiores perfeccionistas que a moda já viu – um vestido poderia levar de cinco semana a anos até ficar pronto. Alaïa evitava desenhar, preferia esculpir com suas próprias mãos direto no corpo das modelos, cortando seus tecidos ali na hora. Por conta disso, ficou conhecido como o mestre do corte.
E certamente, também por conta de seu perfeccionismo, Azzedine geralmente ia contra as regras da moda e ignorava tendências. Ele tinha um processo criativo bem pessoal, mostrava as coleções quando bem entendia e reunia em uma mesma sede seu apartamento, showroom e loja.
Na exposição, seus vestidos são exibidos em grupos divididos pelo próprio costureiro e que refletem temas que marcaram sua carreira, como veludo, inspiração na África e bandage. Junto com as roupas, há fotos inesquecíveis de modelos como Naomi Campbell e Christy Turlington, além de registros de momentos mais íntimos na cozinha de sua casa, onde cozinhava e recebia amigos.
A exposição fica em cartaz até o dia 07 de outubro. Quem tiver a oportunidade, não deixe e ver. Vale por muitas aulas de cultura de moda.