PARIS, 03 de março de 2010
Por Luigi Torre
Colaborou Augusto Mariotti
DRIES VAN NOTEN: MISSION IMPOSSIBLE!
O voo em que saímos do Brasil estava previsto para chegar em Paris às 14h30. O desfile de Dries Van Noten, marcado para às 15h – parecia missão impossível. Infelizmente, assim foi. O avião com mais de uma hora e meia de atraso desovou a equipe FFW sem tempo hábil para chegar ao desfile do estilista belga. Um começo de viagem truncado, mas uma coleção que, como vimos nas fotos, tocou de maneira excepcional no principal assunto da temporada: a simplicidade.
+ Veja a coleção completa da grife Dries Van Noten Inverno 2010
Dries Van Noten Inverno 2010: o foco do belga está na simplicidade © Firstview
Van Noten pode ser conhecido por seu constante mix de estampas e tecidos de diferentes culturas. Mas em sua coleção para o Inverno 2010, ele achou melhor deixar essa forte característica de lado e focar-se na mistura de proporções e modelagens de diferentes décadas: anos 1950, 60 e 70. O resultado foi uma das coleções mais emblemáticas de sua carreira. Clique aqui para ler a resenha FFW na íntegra.
O DILEMA DE GARETH PUGH
O caso de amor entre Gareth Pugh e Paris é recente, porém avassalador. O estilista entrou para o line up da semana de moda parisiense em 2008, quando ganhou um prêmio da ANDAM (Association Nationale pour le Développement des Arts de la Mode). Em seu primeiro desfile na Cidade Luz, Mr. Pugh levou para a primeira fila gente como Carine Roitfeld, todo-poderosa editora da “Vogue Paris” e entusiasta do estilista: “É incrível ver o nosso calendário se renovando. Gareth Pugh é muito bem vindo em Paris”, disse na época ao portal FFW (que ainda era site SPFW, lembra).
Dois anos se passaram e, no meio do caminho, Gareth optou por uma apresentação em vídeo. Não deu muito retorno, e desta vez o estilista uma vez chamado de enfant terrible volta com força total. Na primeira fila do seu Inverno 2010, power players do mundo da moda que iam desde Grace Coddington (“Vogue US”), passando por Michael Roberts (“Vanity Fair”) até sua madrinha Carine e as editoras Cathy Horyn e Suzy Menkes, a dupla dinâmica do NY Times/International Herald Tribune.
+ Veja a coleção completa de Gareth Pugh para o Inverno 2010
Os demais convidados podiam não ser tão ilustres quanto a elite na fila A, mas certamente chamavam (muito) mais atenção: casacos pretos alongados, jeans skinny, maquiagem preta carregada (em alguns casos quase borrada), ankle boots para meninas e também para meninos. O secto de Gareth Pugh parece um exército de clones do estilista. Impressionante como ele influencia a sua geração de admiradores/clientes.
Gareth Pugh inverno 2010: o estilista londrino parece acorrentado às suas origens góticas © Augusto Mariotti/FFW
Na passarela o que se viu foi um exercício de aperfeiçoamento técnico e sofisticação visual. Numa temporada onde os casacos são peças chave, Pugh destaca jaquetas de couro esculpidas no formato do corpo ou em geometrias desafiadoras. Além da construção aparentemente perfeita, as peças merecem ovação pelo material escolhido: o couro. Costurado, texturizado, emborrachado. Foi um salto nota 10 no quesito elementos técnicos, mas levou nota baixa no quesito originalidade: Gareth parece estar acorrentado à estética gótica que fez sua fama no início da carreira. Clique aqui para ler a resenha FFW na íntegra.
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