O arquiteto Peter Marino e o estilista Marc Jacobs em debate lotado na Tate Modern, em Londres, em imagem do jornal “The Telegraph” ©Reprodução
A Tate Modern sediou um bate-papo entre o arquiteto preferido do mercado de luxo, Peter Marino, e Marc Jacobs, amigos de longa data e colaboradores nos projetos de lojas da Louis Vuitton. O evento faz parte da John Edwards Lecture Series, em Londres.
Com mediação de Penny Martin, editora-chefe da revista “The Gentlewoman”, Marc e Marino conversaram sobre a natureza do varejo de luxo e a importância da arte, da arquitetura e da moda hoje.
Mas naturalmente o ponto alto foi quando Jacobs falou sobre Nicolas Ghesquière, que ocupa agora o cargo de diretor criativo na Vuitton. “Ele é um designer brilhante e vai fazer algo completamente diferente. Sempre admirei Nicolas e estou curioso para ver o que ele vai fazer”, disse, segundo o jornal “The Telegraph”, que cobriu o evento. “Nós temos estéticas muito diferentes. As coisas precisam passar por mudanças e estou muito feliz que alguém que eu respeito, admiro e que é um grande talento está lá.”
Ele também foi perguntado sobre como quer dar continuidade a seus projetos na Marc Jacobs, seu único foco. “Estou com um pouco de medo”, respondeu. “Mas é um medo saudável. Eu não sei pra onde as coisas irão.” Marc ainda disse que aprendeu muito trabalhando na Vuitton e que essa experiência também trouxe prestígio para sua marca própria. O estilista continua dividindo seu tempo entre Paris e Nova York e recentemente lançou uma coleção de beleza, a Marc Jacobs Beauty, que ele diz estar indo muito bem.
Entre outros assuntos abordados, o mercado de arte também rendeu bons momentos, já que cada vez mais as grandes marcas tornam-se apoiadoras de artistas, museus e galerias. A flagship da Louis Vuitton em Singapura, projetada por Marino, tem uma peça criada por Richard Deacon, vencedor do Prêmio Turner, feita especialmente para a loja.
O amor de Marc Jacobs pela arte é conhecido muito pelas parcerias que ele viabilizou entre artistas e a Louis Vuitton. Em sua coleção particular, ele tem obras de Cindy Sherman, Richard Prince e John Currin. Peter Marino confessou ser um colecionador compulsivo. Uma compra recente, uma pintura do americano Christopher Wool, foi arrematada por US$ 2 milhões.