Na edição N43, seis marcas debutam nas passarelas da SPFW. Os estilistas de duas delas nos contam aqui o que impulsionou a criação de suas coleções de Inverno 17.
Alexandrine by Batista Dinho
Dinho Batista nasceu em Recife, onde cresceu ao redor de mulheres fortes. Para a sua estreia como estilista, à frente da linha de prêt-à-porter da Maison Alexandrine, ele tomou como referência mulheres guerreiras do dia-a-dia que exalam sensualidade nas atitudes para criar 30 looks em tons de preto, branco, cinza, off-white e oliva.
“A coleção é muito feminina, mas com corte masculino em algumas peças. Trabalhei com seda pura e tule com transparência para remeter à sensualidade. […] A mulher contemporânea é forte e decidida a desempenhar muitos papeis na sociedade”, conta o estilista, que deu às peças nomes de mulheres.
Amigo da empresária Alexandra Fructuoso, que encabeça a marca, Dinho mudou-se de Recife para São Paulo em 1999 para fazer moda, mas ao longo do caminho acabou tornando-se assessor pessoal de tops como Isabeli Fontana e Michelle Alves e instrutor de passarela de new faces. Em sua primeira empreitada como estilista, entretanto, ele apresenta a técnica autoral e artesanal que já fazia 17 anos atrás. “O handmade de tressê com fitas de cetim e gorgurão é o diferencial desse trabalho. Trago para a passarela um aprimoramento na alfaiataria, que representa 80% da coleção – nas formas, tecidos e acabamento”, completa Dinho.
Sissa
Com a Sissa, a estilista Alessandra Affonso Ferreira mescla uma visão global de moda com o que há de mais particular em seu próprio universo. Para o seu debut na SPFW, ela criou uma coleção inspirada nas lembranças fotográficas do casamento de seus pais, que aconteceu em 1977 na praia de Mombaça, no Quênia, e em referências da arquitetura e dos jardins do Irã, onde eles se conheceram. “Para cobrir as mesas da festa, minha mãe pediu emprestadas as cangas das amigas. Tudo em tons terrosos, com muita madeira, bem natural”, relembra Alessandra.
A Mombaça Dendê, nome da coleção que também alude às raízes baianas da estilista, dá continuidade à primeira coleção com modelagens leves e femininas, referências à natureza e muita estamparia. Flores, folhas, animais e paisagens dão vida às roupas, que incluem peças de moda praia e festa. Na ausência dos motivos de aquarela, camisas, macacões e vestidos lisos ganham detalhes bem trabalhados como amarrações nos ombros e pulsos, recortes ou botões de madeiras. “Quis criar roupas elegantes com estampas atemporais”.