25 desfiles e 5 dias _alguns de chuva, outros de pouco sol e muito calor_ e o Fashion Rio chegou ao fim. Agora é aquele momento de parar e olhar tudo com calma para entender bem as propostas para o inverno 2011. Enquanto não vem o SPFW, listamos aqui quais foram nossas coleções favoritas _e porque!
©Lucas Bori/FFW
Surpreendeu ainda mais com sua já apurada e avançada pesquisa e exploração têxtil. Mostrou-se maduro, com técnica ainda mais afiada e uma visão perfeitamente nítida sobre qual seu papel e onde quer chegar. Prova viva de como a emoção e paixão pelo que se faz, é essencial para um bom resultado.
Imagens dotadas de uma certa imponência e extrema força, mas ao mesmo tempo serenas e delicadas. É assim que, numa constante busca por inovação, Lucas uniu o tricô ao neoprene, material que o permitiu trabalhar formas trapézio amplas, quase como armaduras futuristas. Afastadas ou próximas ao corpo, deram cara nova a moda minimalista que já se mostra característica de seu trabalho. Com uma riqueza absurda de texturas, esses casacos-capas em forma de casulo com pescoço alongado vinham ora com superfícies felpudas, ora metalizadas, muitas vezes sobrepondo-se a lindos vestidos de malhas e tecidos mais leves, com comprimento até o chão. São nessas peças que aparecem também o lindo trabalho de intarsia _ técnica usada para criar “estampas” através de fios de cores diferente. É aí que surgem as transparências conseguidas por um delicadíssimo fio de náilon ultra-tecnológico, responsáveis por fazer algumas peças parecem flutuar sobre o corpo.
©Lucas Bori/FFW
Outra estilista que vem mostrando uma evolução bem consistente nessa sua também terceira apresentação no Fashion Rio. O melhor de tudo é sua coerência de estilo que carrega junto desse amadurecimento. Inspirada nas texturas e cores das carapaças de besouros, trabalhou os anos 1970 de forma nada óbvia, falando de formas e silhueta clássicas, mas totalmente adaptadas à contemporaneidade _mérito que vem em boa parte da ótima cartela de cores e das modelagens acertadíssimas.
Juntou sua já tradicional estamparia com formas soltinhas e tecidos leves _alguns até esvoaçantes. Investiu pesado no comprimento midi _aquele no meio da perna_ e assim imprimiu uma elegância ainda maior sobre sua moda sempre muito sofisticada.
©Lucas Bori/FFW
É como uma revolução silenciosa o que Máxime Perelmuter vem fazendo com sua British Colony. Calcado naquele estilo carioca de ser _e vestir_ dá cara nova aos clássicos com pequenas alterações de modelagem e proporção. Assim, injeta frescor em sua moda que se posiciona exatamente naquele limiar entre o conceitual, com muito apelo de imagem e informação de moda, e o comercial, despertando desejos completamente possíveis.
©Lucas Bori/FFW
Veio de cara nova _ou pelo menos diferente. E não é por menos. O inverno 2011 já tinha um pouco da mão de Sandy Dalal, novo diretor criativo da grife. Foi ele o responsável pela discreta limpeza no visual, apostando numa silhueta mais fluída, proporções alongadas com boas sobreposições de tecidos bem levinhos, com acabamento assimétrico, costura torcidas e alguns drapeados de aparência bem natural. Aliás, ainda que com uma boa gama de tecidos tecnológicos, são os naturais que dominam nesta coleção _algo bom para a marca que vinha há tempos focando em plastificados, emborrachados e afins.
©Lucas Bori/FFW
Ganhou força nesta temporada ao buscar aproximação com o mundo das artes. Mas não por buscar elevar seu capital cultural ou fazer de suas roupas obras artísticas, mas simplesmente por ganhar uma cara mais madura, diferente aquilo que vinha apresentando nas últimas temporadas. Assim, entram os grafismos, as estampas pixeladas os bordados de paetês em forma de estrelas e floras e aqueles geométricos. Com isso surgem proporções e modelagens mais atuais e interessante, nem tão menininha com antes, e com uma pegada mais descolada que parece beber um pouco da fonte do grunge dos anos 90, com pitadas 70s’ ao longo da coleção.