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    FFW em Paris: Formichetti fala sobre inspirações do desfile da Mugler
    FFW em Paris: Formichetti fala sobre inspirações do desfile da Mugler
    POR Camila Yahn

    Inverno 2013 – O FFW está na semana de moda de Paris a convite da Dona Santa Fashion Tour, projeto da multimarcas de Recife Dona Santa. Acompanhe também por meio dos blogs Ju Santos e Dona Santa|Santo Homem.

    Camareiras aguardam momento da troca de roupas no camarim da Mugler em Paris ©FFW

    A primeira parada foi o desfile da Mugler, que aconteceu quarta (27.02) à noite em um galpão no Halle Freyssinet, um espaço bastante usado para desfiles, exposições, concertos e convenções.

    Nós entramos no camarim a convite da M.A.C, que patrocinou a maquiagem do desfile, assinada pela top make-up artist Charlotte Tilbury. O camarim gigante poderia dar espaço para a desorganização, mas tudo estava perfeitamente sob controle. Mesmo uma hora antes do desfile, o clima era tranquilo. Amigos de longa data do diretor criativo Nicola Formichetti, além de seu namorado, andavam pelo local ajudando desde na organização de algumas funções até simplesmente buscando algum amigo perdido na porta.

    Croqui da beleza do desfile, criada por Charlotte Tilbury com produtos M.A.C ©FFW

    A inspiração para a beleza do desfile é uma “Tippi Hedren moderna” (musa de Alfred Hitchcock), com uma maquiagem suave com destaque para os olhos, que receberam cílios postiços e o clássico Lip Glass da marca nas pálpebras para dar um efeito molhado. “Fizemos uma pele luminosa”, explica Tilbury. “As bochechas foram hidratadas e escolhemos um tom de bege para os lábios”. A modelo Elena Bartels, que abre o desfile, é a perfeita tradução dessa nova Tippi.

    O diretor criativo Nicola Formichetti no camarim da Mugler ©FFW

    Se Tippi foi a principal referência para a concepção da beleza, muitas outras ideias inspiraram Formichetti, que conversou com o FFW poucas horas antes do desfile. “Na verdade, essa coleção foi inspirada em Brasília”, conta. Mas não é só isso. “Olhamos para os anos 1950 e 1960, para a arquitetura, os aeroportos, Pan Am…  É uma viagem no tempo e no estilo”. Resumindo, é o glamour do jet set com as curvas de Brasília, misturados ainda às heroínas do cinema noir. “Essa mulher poderia sair de um avião lá atrás nos anos 60 ou aparecer aqui na nossa frente amanhã”, conclui Nicola.

    Entre os melhores looks estão os tailleurs casulo em texturas macias do início (os corais são lindos) e a série das peças de lã com recortes arredondados.

    Final do desfile da Mugler ©Anna Trevelyan/FFW

    A trilha, assinada por Michel Gaubert, um dos mais requisitados produtores do circuito fashion, também acompanha o passo da coleção e insere todas essas referências na música, com timbres latinos, letras em português e trechos climáticos ou mais industriais.

    Na curta trajetória de Formichetti na direção criativa da Mugler, foi um desfile com saldo positivo, mais maduro, feminino e desejável.

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