O desfile estava marcado para às 21h. Mas cerca de 40 minutos antes do horário previsto, a casa que Juliana Jabour e Lancôme escolheram para celebrar sua parceria _e os 75 anos da gigante de cosméticos_ já se encontrava abarrotada do fiel clã de consumidoras da estilista mineira.
Escolhida embaixadora da Lancôme no Brasil, Juliana tinha uma tarefa um pouco mais complexa do que apresentar apenas uma coleção que dialogasse com o universo da marca: linkar sua jovem clientela com alto poder de compra com os produtos da grife francesa.
Segundo apontam as pesquisas de marketing, a Lancôme possui uma imagem envelhecida no Brasil. Para injetar frescor e renovar a cartela de clientes, nada mais lógico do que se unir com uma estilista de grande apelo entre os consumidores jovens e endinheirados. Deu certo.
Na passarela Juliana apresentou um pouco mais do mesmo. Continua explorando novos rumos com tecidos planos _diferentes das malhas (mais elásticas) que costumam dominar suas coleções_ porém sem mostrar evolução. Os comprimentos curtos, estampas coloridas e profusão de babados e demais elementos femininos permanecem fortes.
O desfile abre com uma espécie de colete-blazer desestruturado sobre macacão vermelho-alaranjado com barra abaloada presa por dentro do abotinado azul. Novidades, mesmo, são poucas: a saia drapeada com colete perfecto em couro, aquela preta com brilhos dourados, os vestidos em tons neutros com amarrações, o bom flerte com alfaiataria, principalmente nos looks finais em branco e preto, às vezes pontuados por azuis acetinados.
Porém, ao tentar agradar suas clientes e seu mais novo parceiro, Juliana parece perdida entre dois mundos. A tentativa de unir os universos se mostrou nebulosa, com ideias embaralhadas e pouco foco.