Vestidos pretos de Isabel Marant ©Reprodução
O vestidinho preto é um item essencial no armário de qualquer mulher. Quem o diz são stylists, designers, consultoras de moda, fashionistas e mulheres em geral. Possibilitando vários looks – diurnos com uma rasteirinha ou noturnos com um salto estonteante –, o “little black dress”, como é conhecido universalmente, não deixa ninguém ficar mal em nenhuma situação.
Nos anos vinte, quando a moda parecia não ter nada de relevante comparado às décadas anteriores, Coco Chanel criou um vestido curinga, que rapidamente se tornou um item obrigatório em qualquer closet, reeditado temporada após temporada por vários designers – a única coisa que não vale é tirar a atemporalidade que o vestidinho preto possui.
Mas de onde ele surgiu e quando se começou a perceber que era uma peça obrigatória? O site Refinery29 organizou por datas a sua história, que vale ser lembrada:
Idade Média
Trajes típicos da Idade Média ©Reprodução
Na Idade Média, as pessoas não usavam preto, pois a cor tinha má reputação. Era a cor da má sorte, do mal e do diabo, e quem não era bem-vindo na sociedade se vestia de preto. Esta foi também a época em que corvos e gatos pretos ganharam a sua má fama.
Dinastia Ming
Família nobre na China imperial ©Reprodução
1360 – 1660: Se você tivesse vivido na China imperial durante a dinastia Ming, a cor que usasse diria muito sobre a classe social em que estava inserido. Os populares estavam proibidos de usar cores fortes como amarelo, vermelho, azul e branco, e o preto estava completamente fora de questão. Só a realeza podia usar a cor.
Era “Elizabethiana”
A Rainha Elizabeth I da Inglaterra ©Reprodução
1500: As leis da Europa Elizabethiana que restringiam exibições de extravagância transformaram o preto em uma das cores mais populares. Era bem visto que a nobreza e a burguesia rica usassem longos vestidos pretos.
Peregrinos americanos
Peregrinos americanos ©Reprodução
1600: Ao contrário do que se possa pensar, os peregrinos não usavam roupas pretas durante as suas caminhadas – as mesmas estavam reservadas para ocasiões especiais ou dias de descanso. Para a vida diária, eles baseavam a sua paleta de cores em vermelho, bege, verde e marrons.
Era Vitoriana
Vestido típico da Era Vitoriana ©Reprodução
1880: O preto, sendo a cor do luto, tornou-se muito regrado na Era Vitoriana. Leis rígidas especificavam que, vestidos pretos simples, sem qualquer tipo de decoração, tinham que ser usados durante um ano e um dia. Nos nove meses seguintes era permitido acrescentar renda ou seda preta e outros tipos de embelezamento.
Nas revistas
Coco Chanel com uma de suas criações ©Reprodução
1926: A primeira apresentação do vestidinho preto em uma revista aconteceu nas páginas da “Vogue”, no formato de um vestido justo ao corpo de cintura caída, desenhado por Coco Chanel. Usado com um simples colar de pérolas e um chapéu fundo, naquela época era a epítome do chique.
O New Look da Dior
A silhueta New Look da Dior ©Reprodução
1950: O New Look da Dior basicamente definiu a estética daquela época, com cinturas marcadas e saias de comprimento médio. Atrizes de Hollywood como Rita Hayworth, Elizabeth Taylor e Grace Kelly ajudaram a transformar o vestidinho preto em um look glamuroso.
“Bonequinha de Luxo”
1961: A história do vestido preto pode muito bem ser dividida em duas eras: antes e depois do filme “Bonequinha de Luxo”. Da Givenchy, a icônica peça usada por Audrey Hepburn catapultou o vestido preto para o auge do chique, onde permaneceu durante as décadas seguintes.
Sex and the City
O elenco de “Sex and the City” ©Reprodução
2000: A série “Sex and the City” mostrou uma nova faceta da mulher: ela trabalha, cuida da casa e tem uma agenda social agitada. Para cumprir todos os compromissos da vida moderna, o vestido preto se tornou um uniforme importante, passando de social a sexy só com a ajuda de um par dos famosos Manolo Blahnik.
Hoje
Stella McCartney e Comme des Garçons ©Reprodução
Embora o preto enquanto cor possa ter sido substituído por neons, pastel e outros tons chamativos, o vestidinho preto ainda está em todo lado, embora as mulheres de hoje em dia o procurem com um pouco mais de personalidade. Dos vestidos de bolinhas de Stella McCartney às desconstruções da Comme des Garçons, o vestidinho preto definitivamente não é o vestido da sua avó.