A entrada de John Galliano na Maison Margiela surpreendeu – e dividiu – o mercado. Ele foi nomeado diretor criativo como uma tentativa ousada de Renzo Rosso (dono do grupo que controla a marca) de levantar a Margiela e a tornar mais conhecida e lucrativa. Muitos não conseguiam nem imaginar o que poderia sair daí, tamanha a diferença entre o recluso Margiela e o showman Galliano.
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Muitas vezes, ser ousado é recompensador. É o que mostram os últimos números apresentados pelo empresário, que revelam um crescimento de pelo menos 20% desde que Galliano entrou. Muitas celebridades de peso passaram a vestir a marca e a revista “Paris Match”, uma das que mais vendem na França, publicou em sua capa uma foto da advogada Amal Clooney com um vestido da Maison Margiela. Anna Wintour também usou um look da grife para a cerimônia do British Fashion Awards, aval importante dentro da indústria.
Como as peças da primeira coleção prêt-à-porter criada por John ainda não chegaram às lojas, esse aumento é um indicador da aceitação do estilista como diretor criativo da marca e desse novo momento. “John é um profissional excelente. Ele não é um designer, mas um costureiro que transforma conceitos da Alta-Costura em roupas e acessórios de prêt-à-porter”, disse Rosso ao site Reuters.
Uma das grandes revelações que Renzo contou à Reuters foi que ele consultou Margiela sobre a contratação de John. “Ele disse que eu não poderia dar à marca um presente maior, já que Galliano é um dos designers que ele mais admira”. O estilista belga ainda teria encontrado com John por algumas horas, dando algumas orientações, mas o encorajando a transformar a marca em um projeto seu.
Segundo a Reuters, Margiela, que deixou a moda em 2009, vive recluso em Paris e passa a maior parte do seu tempo pintando.