Submarina. O nome é perfeito para a marca da ex-modelo Marina Dias que será lançada nesta quinta (25.06) com exposição e venda aberta ao público na Plataforma.
Por conta de sua profissão, Marina sempre teve uma proximidade com a moda, mas sua relação com a roupa se dá de forma peculiar: ela gosta de destruir as peças até causar efeitos que as tirem do lugar comum. “Eu gosto de peças com memória pessoal, roupas que são velhas, que têm história, furinhos”, conta ao FFW. E assim, de furinho em furinho, ela foi criando sua coleção de roupas destruídas.
Saía por aí, em festas badaladas, usando uma camiseta branca rasgada e jeans envelhecidos por suas próprias mãos e fazia sucesso. A irmã e as amigas passaram a encomendar peças. “Em Nova York as pessoas ficavam loucas, mas ainda nem pensava em fazer disso um trabalho.”
Sua mãe contou que desde criança gostava de fazer isso. “Ela chegava com o uniforme novinho da escola e eu fazia uns furinhos na barra, já tinha essa coisa de querer roupa velha.”
A ficha caiu quando, em uma visita à loja da Maison Margiela, ela comprou uma malha de lã que considerava a malha perfeita. Ao chegar em casa, olhou para a peça e foi direto ao ponto: “bom, vamos destruir essa malha”. E assim fez. Alguns meses depois, viajou e voltou à loja usando a malha. O diretor de arte da grife estava lá na ocasião, olhou para Marina e perguntou, sério: “quem fez isso?”. E no final, ele ficou impressionado que a peça não tinha envelhecido com o tempo, e sim pelas mãos de Marina. “Daí eu pensei: se esse cara achou legal, então vamos fazer, né?”.
E assim, ela começou a pesquisar materiais para destruir e ver como eles recebem essas intervenções. Fez testes em tecidos novos e velhos para entender como eles destroem e o que funciona e o que não. “Prefiro trabalhar nos tecidos naturais, como algodão, denim, seda, linho.”
Então, após muitos anos destruindo suas próprias roupas e as dos amigos, ela finalmente lança uma linha oficial, com peças focadas no unissex, que podem agradar a qualquer pessoa, como jaquetas, calças, acessórios de couro e peças com um perfume fetichista a partir de R$ 140. Elas estão expostas na Plataforma por uma semana e depois entram para venda online em site próprio.
O processo é totalmente manual, por isso algumas peças demoram a ficar prontas. Marina segue na destruição até achar que chegou ao resultado final.
Curiosidade: após ter escolhido o nome Submarina, sua mãe contou que achou em uma caixa antiga um jogo com um trocadilho de palavras que ela havia feito aos oito anos. Era assim:
Submar
Submarina
Marina
Submarina 076
Lançamento e venda na Plataforma 91 – Rua Major Diogo, 91, Bela Vista, São Paulo
Lançamento no dia 25 de junho, das 16h às 22h
As peças ficam ainda por 10 dias, das 12h às 18h