1 – Espaço
Vitorino adora estudar sobre os mistérios do espaço sideral. Pode passar horas conversando com seus amigos sobre extraterrestres e novos planetas (“acho ignorância nossa achar que estamos sozinhos”, diz). Nesta coleção, as inspirações passam por aí. Um planeta rosa recém descoberto pela Nasa (o GJ 504b), estudos sobre ets e o filme “Interstellar”, que fala da descoberta de planos paralelos no espaço, foram os pontos de partida para a criação, tecendo uma colcha para uma menina que a gente não sabe se está chegando da balada de manhã ou se está se arrumando pra sair. Muitas peças, então, foram feitas pensando na força da gravidade, que vemos especialmente na leveza extrema dos vestidos longos. Uma série de quatro peças inteiramente bordadas à mão com Swarovski representa o universo. 18 mil cristais foram usados para os bordados.
+ Veja a coleção completa de Vitorino Campos aqui
2 – Os Môzis
A modelo e amiga Cris Herrmann foi quem desenhou os óculos do desfile, em parceria com a Chilli Beans. Cris está em Tóquio e pela primeira vez não desfilou para Vitorino. “Mas a gente tinha um pacto…”, choramingou a modelo ao saber que não conseguiria vir. O estilista tem uma turma bem próxima, que inclui o stylist Michael Vendola, a modelo Fabi Mayer, o produtor e DJ Max Blum, além de Cris, que acabam influenciando no seu processo criativo. “A gente conversa muito e eles entendem tudo o que eu penso. Expliquei a minha ideia pro Max e ele já veio com a trilha certa. Fiquei passado quando ouvi”. Vitorino, Cris, Michael e Fabi chamam um ao outro de môzi.
3 – Estampa
As estampas que aparecem na coleção na verdade são uma só, impressas em proporções diferentes. No lindo vestido que abre o desfile, ela é 1000% maior, num efeito que quase a gente não vê direito o que é, de tão espaçada que ela está. Em seguida, no look 5, ela está 1000% menor e parece uma padronagem de pequenas ondas. A mesma estampa também ganha outra cara quando aparece em 400%, como no vestido verde (look 18).
4 – Jeans
Essa é a segunda vez que Vitorino trabalha com jeans, que aparece em seu estado bruto, sem nenhuma lavagem. As peças em denim pontuam a coleção com calças bem amplas, às vezes com um excesso de folga no quadril e nas pernas. “Estou gostando do processo inverso na construção, de deixar o movimento quase errado”, conta.
5 – Masculino
No meio do caminho, Vitorino decidiu inserir alguns looks masculinos em seu desfile. É uma novidade para sua marca, que sempre trabalhou 100% com moda feminina. Dois looks foram apresentados, com calças amplas e mais curtas e uma jaqueta com fendas nos braços. A imagem é simples e flerta com a estética moderna e jovem que acompanha o trabalho do estilista. Vamos ver como isso vai evoluir.
6 – Trench rosa
A peça mais linda do desfile. Para conseguir essa textura, ele usou couro com glitter prensado. Mais duas peças formam essa “família”, uma saia e uma jaqueta.
7 – Trilha
Na trilha de Max Blum, as músicas cabeça do produtor de música eletrônica Nicolas Jaar. A sonoridade é viajandona, eletrônica e ao tempo tempo tem seu silêncio e delicadeza, assim como o tema da coleção, e traduz tanto a ideia do espaço quanto a da menina voltando pra casa de manhã. Dois espaços diferentes, de certa forma. Ela não está no espaço sideral, mas no espaço que se abre dentro de sua cabeça.