Quando o FFW chegou ao fitting da Osklen (@Osklen), dois dias antes do desfile, se deparou com dois corredores cheios de roupas em diferentes tons de azul. “É um mergulho no azul”, disse Oskar Metsavaht do Verão 2011 da marca, denominado “Oceans”.
A ideia veio de um mergulho feito há 10 anos na ilha caribenha de Mustique, e foi posta em prática após um free dive feito por Oskar em pleno Rio de Janeiro (um free dive é um mergulho sem apetrechos como tanques de oxigênio feito por apneia, nome dado ao controle de ar nos pulmões).
A paleta de azuis da Osklen à esquerda, ao lado do desenho da mergulhadora ©Priscilla Vilariño/FFW
E se a cor escolhida é o azul, o tecido escolhido para se enxarcar do tom é bem conhecido. “A coleção é uma ode ao algodão. Queríamos explorar suas malhas e texturas”, disse. Entre as peças e acessórios, há pitadas de branco e prata, uma alusão ao reflexo de luz na água. Já os sapatos foram inspirados em roupas de mergulho vintage, como a inventada por Augustus Siebe. Coincidentemente, explicou Oskar animado, o mergulhador mais famoso do mundo, Jacques Cousteau, completaria 100 anos em 2010.
A coleção é feita majoritariamente de algodão ©Priscilla Vilariño/FFW
O tingimento foi a parte mais difícil e a mais gratificante da coleção, garante Oskar. Tudo porque o pigmento indigo (natural, como manda o Instituto-e) foi processado de maneira completamente manual pela equipe, e até o próprio Metsavaht colocou a mão na massa – e ficou com vestígios de azul até o dia da visita, quando algumas peças haviam secado pouco antes.
O processo de tingimento foi artesanal ©Lucas Bori/Divulgação
Oskar aproveitou para dizer que a marca não está alheia ao desastre ecológico no Golfo do México, e deve concretizar em breve uma parceria com a UNESCO em prol do patrimônio cultural subaquático — que é o caso de naufrágios, até hoje disputados por caçadores de tesouros e governos.