PARIS, 10 de março de 2010
Por Luigi Torre
Fotos Augusto Mariotti
Cintura no lugar, bustos favorecidos, quadris acentuados e tecidos sofisticados. Para o Inverno 2010 da Louis Vuitton, Marc Jacobs pisa no freio e tira um tempo para apreciar as coisas belas da vida. “Num momento onde qualquer um pode ter qualquer informação com um clique no computador, é bom reduzir a velocidade e pensar nessas coisas, nessa beleza eterna”, comentou o estilista momentos após seu desfile no Cour Carrée du Louvre, aqui em Paris.
Aproveitando o chafariz da locação, Marc Jacobs soltou suas modelos numa passarela redonda com apenas um minuto de atraso. As meninas vinham à bordo de formas voluptuosas, saias amplas de comprimento no meio da perna, com cintura bem marcada, top justo evidenciando os seios e um combo de casacos sensacionais: sempre em lã, de alfaiataria, nas mais variadas texturas, retos, terminando um pouco abaixo da cintura, alongados em corte evasê.
O mais marcante, contudo, não são as roupas que talvez sejam mesmo retrôs de mais para mulheres que podem não dispor dessa pausa para apreciação de “belezas etentar. Mas o fato de Marc Jacobs, assim como Miuccia Prada, ter abordado uma moda para mulheres mais amadurecidas. Uma mulher adulta, com formas já bem desenvolvidas e que sabe explorar sua sensualidade de diversas maneiras, que consegue favorecer suas curvas. A tradução derradeira desta vontade veio no casting: Lara Stone, Laetita Casta, Alessandra Ambrósio, Adriana Lima, Karolina Kurkova e até a lendária Elle Macpherson fechando o desfile. Marc Jacobs, na Louis Vuitton, engrossa o coro da pergunta que não quer calar nesta temporada: estaria a moda entrando num período de mudanças sociais?
Depois de anos em busca da juventude perdida, parece que os estilistas finalmente conseguem aceitar que o tempo passa para todos.
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