Paulo Martinez é uma figura adorada de verdade. Quando seu nome foi chamado no último dia do Pense Moda 2009, houve gritinhos, palmas e elogios que ele, brincalhão, fingia nem ouvir.
Logo de cara, disse: “não gosto da palavra stylist, mas amo editor de moda”. Atualmente, é este o cargo que ocupa na “MAG!”, que Martinez chama de “um presente dado por Paulo Borges”, onde ele tem liberdade para criar praticamente o que quiser.
Como professoras, ele citou Ivete Vieira Lopes, da revista “Moda Brasil”, e a lendária Regina Guerreiro, homenageada do último Prêmio Moda Brasil: “Ivete me ensinou a imagem pura, e Regina me ensinou a nunca olhar o último número, e sim olhar um livro.”
Ele, que é dono de uma “biblioteca razoável”, cita obras de grandes mestres como Richard Avedon, Helmut Newton, Bruce Weber e Norman Parkinson como itens obrigatórios de referências. É a falta delas, aliás, que ele considera o maior problema dos jovens talentos.
“O jovem de hoje acha que sabe tudo. Ele precisa estudar, ser humilde”, disse. Martinez aproveitou a chance para alfinetar os trabalhos editoriais atuais: “quando eu comecei, não havia internet nem celular, era tudo mais difícil, mas fazíamos coisas geniais. Hoje caiu-se na mesmice, vê-se pouca cultura.”
O trabalho de um stylist, segundo Paulo, é aprender a contar histórias para deixar os itens desejáveis. “Só assim você faz o leitor comprar a mesma calça preta todo mês”, brinca.
A também stylist Flavia Pommianosky fez uma das últimas perguntas da sabatina: “depois de tantos anos, o que inspira você a continuar trabalhando?” Paulo respondeu: “como você bem sabe, é a paixão.”
Alguém duvida?