Lazaro Hernandez e Jack McCollough, da Proenza Schouler, não brincam em serviço quando o assunto é manter sua marca entre os top ten da lista do que há de mais atual na moda contemporânea, acompanhando o espírito do que há de mais novo em tendência de desejo de comportamento de moda. Amplidão (conectando-se à onda Vetements, sem perder o foco próprio) versus sensualidade, masculino e feminino, um toque do movimento sem gênero em algumas peças e uma feminilidade sem banalidade conseguida graças a um shape complexo e recursos que são ora artísticos, ora arquitetônicos às roupas, parte do DNA da Proenza Schouler. Os estilistas seguem com a ideia do movimento a partir de ondulações em camadas feitas com babados no Verão 2016, dessa vez com faixas e linhas gráficas inspiradas no trabalho do artista norte-americano Frank Stella para o Inverno 2017, desfilado na noite desta quarta (17).
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A seguir, os destaques que fazem da coleção da Proenza Schouler uma das melhores dessa temporada da Semana de Moda de Nova York.
O novo Whitney Museum
O desfile aconteceu no novo Whitney Museum, que saiu do aristocrático Upper East Side, onde foi criado em 1966 para expor arte contemporânea norte-americana, e foi para o Downtown de Nova York, aos pés do parque High Line. A marca se vangloria de ter realizado o primeiro desfile de moda no novo endereço de arte que custou US$ 422 milhões, com arquitetura assinada pelo italiano Renzo Piano. A conexão artística foi feita pela inspiração da coleção no artista Frank Stella, que ganhou retrospectiva no museu, com exposição encerrada no último dia 7.
Frank Stella
Uma das principais inspirações da coleção foi o trabalho do artista norte-americano Frank Stella. O grafismo de suas pinturas, as ondulações de suas instalações e a cartela de cores especialmente das obras em preto e branco apareceram no efeito de movimento criado a partir das linhas com textura dos tricôs e das faixas soltas de tecido sobrepostas que chegam a fazer vezes de babados ao se desprenderem e balançarem na parte de baixo das saias ajustadas dos vestidos, ou nas amarrações cruzadas em “x”, que dialogam com a parte mais fetichista do desfile.
Fetiche
A amarração de corset é desmembrada de diversas maneiras e remete ao fetiche de forma conceitual mas também sensual. Ilhoses crescem e viram enfeite no ombro ou criam vazados e mostram a barriga, para logo depois se transformarem em aplicações decorativas em faixas verticais nos casacos e jaquetas. A amarração do corset se desloca para a parte de trás das botas curtinhas de verniz, faz uma faixa com fita cruzada em “x” em cima e embaixo do peito do vestido amarelo ou amarra o tricô azul acinzentado de gola alta, que vai se abrindo com efeito quase rasgado ao longo do corpo.
You see, you buy
Uma prévia do Inverno 2017, batizado de Early Edition Collection, começa a ser vendida algumas horas depois do desfile, às dez da manhã do horário de Nova York (13h, horário de Brasília), no site da marca.
Opostos
Tricôs justos e femininos, efeito corset fetiche versus masculino com alfaiataria grandona, nas calças amplas com muito pano e no colete grande cruzado, ou nas jaquetas quadradas.
Bolsa curta atravessada
Com alça mais curta, a bolsa atravessada na diagonal e usada logo abaixo do peito faz uma mescla com o jeito mais despretensioso de carregar a peça com um efeito cool, quase como se a bolsa fizesse as vezes de um outro acessório para a roupa.