Por Vinicius Alencar
Dentre todas as profissões que tem a moda como denominador comum a de stylist tem um lugar de destaque. E os motivos são inúmeros, dentre eles, acredito que um se destaque: o stylist conseguiu se adaptar a todas as mudanças do mercado com resiliência, afinco e ganhar popularidade, tal qual estilistas, fotógrafos, modelos e, claro, celebridades – as edições Stylists Stars da The Hollywood Reporter não me deixam mentir.
Stylists são responsáveis por criar storytelling, uma estética e disseminar imagens, inserindo frescor e influenciando e desafiando a indústria de forma provocativa e criativa. Sensíveis e atuando como parabólicas, stylists conseguem captar novos estilos e inserir uma assinatura pessoal em cada imagem que produzem, seja nos editoriais, desfiles, campanhas ou vestindo personalidades. Assinatura essa que necessita de tempo, constância e certa dose de determinação.
Após observar o trabalho de inúmeros talentos e conversar com diferentes nomes da indústria (de Renata Correa, um dos nomes referência da profissão e que inclusive lançou um curso sobre a profissão com FFW Aprender, até o jovem designer Rodrigo Evangelista), chegamos a 4 nomes que ilustram bem essa nova geração de stylists brasileiros: Maika Mano, 31 anos, de São Paulo, Victor Borges, 25, de João Pessoa (PB), Carlos Esser, 27, de Brusque (SC) e Ode, 23, de Itajubá (MG).
Nessa conversa eles compartilham um pouco da sua trajetória, suas referências e conselhos para aqueles que anseiam trabalhar na área.
Como iniciou na profissão? Foi algo que já tinha vontade? Ou acabou surgindo de uma forma inesperada? Qual a sua formação
Maika Mano: Eu estudei moda e durante esse período me senti bastante perdido, a faculdade foi muito mais difícil do que eu imaginava, me demandou entregas que eu não estava. Por isso, quando me formei, decidi continuar estudando para tentar encontrar esse caminho e fui fazer uma pós graduação. Quando eu estava para me formar na pós, ainda não sabia exatamente qual área profissional mais me emocionava e me apetecia. Nesse período eu trabalhava como vendedor numa loja na Augusta e lá foi a primeira vez que tive contato com produção de moda.
Nós atendíamos alguns produtores de moda que iam até a loja pra produzir pra publicidade e foi aí que eu tive, em anos, um interesse primeiro e maior em uma área. A partir dali decidi que queria fazer isso quando concluísse o curso. Assim que terminei comecei a me relacionar com alguns produtores em busca de oportunidades. Cheguei a fazer 2 ou 3 trabalhos como produtor quando fui convidado para assinar um editorial com o Adriano Damas e nesse editorial foi quando eu tive uma explosão criativa interna muito grande e transformadora. Desde então não parei mais. Então aconteceu de uma forma muito natural, e eu me apaixonei mais por essa atmosfera e trabalho a cada oportunidade que tive, abracei com muito amor e perseverança.
Victor Borges: Eu vim das Artes Visuais mas sempre tive muito interesse em moda. Comecei a trabalhar de forma inesperada após conhecer alguns fotógrafos e desenvolver editoriais autorais. Através desses projetos fui começando a ganhar visibilidade no meio e a ser chamado para meus primeiros trabalhos remunerados.
Carlos Esser: Eu sempre acho essa uma história engraçada, mas como a maior parte das histórias que dizem respeito ao início das coisas na minha vida. Acho que isso que dá um pouco a minha personalidade, e ao Áries que habita em mim. Eu iniciei nessa jornada fazendo assistência para uma amiga na minha cidade, a encontrei em um restaurante Subway no horário do almoço, e ela estava indo para uma meia diária de uma campanha em uma dessas lojas de móveis que tem espaços com showroom, conversamos um pouco e ela perguntou se eu gostaria de acompanhá-la neste trabalho, pra conhecer, etc. Eu não fazia ideia do que se tratava na prática, estava no último semestre do meu curso Técnico em Produção de Moda no SENAI, já havia passado pela matéria de styling/produção de moda, mas na prática tudo provavelmente seria diferente. Resumindo, eu fui acompanhá-la, e quando saí de lá, na semana seguinte, fui até uma gráfica express, e pedi que fizessem uma arte para cartões de visita com meu nome escrito embaixo; stylist e produtor de moda, era uma arte em preto com um manequim rabiscado e as fontes em dourado. Era o auge do Facebook, então eu aconteci totalmente no digital já, comecei a produzir materiais autorais com pessoas que eu gostava do trabalho, e divulgar. No primeiro ano meu fluxo de trabalho era muito pequeno e foi bem difícil, mas no segundo as coisas começaram a melhorar e depois disso não parei mais, claro que a cada ano, mês, semana, eu estava buscando entender cada vez mais o que fazer para dar certo, eu já me identificava com o que estava acontecendo, mas queria mais, e sabia que poderia mais.
Ode: Na minha pré-adolescência, eu assistia religiosamente toda quarta-feira no canal Boomerang o reality show Temporada de Moda Capricho que escolhia na época o novo estagiário da revista. Desde então, passei a sonhar a trabalhar com moda. Mais tarde, lembrando das provas deste programa de TV, resolvi começar a produzir imagens com fotógrafos que conheci pelas redes sociais de maneira completamente autodidata.
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Como funciona seu processo criativo? Como faz para conciliar um briefing com o seu olhar?
Maika: Pra ser sincero, meu processo como um todo é muito natural. Obviamente nesse mercado a gente precisa sempre racionalizar a emoção, mas a tradução do meu olhar acontece naturalmente, eu não fico pensando demais. O único processo que sempre tenho em qualquer trabalho é a pesquisa de imagem. Ouço muito as pessoas que trabalham comigo e toda atmosfera envolvida naquilo também, o resultado do meu trabalho é também sobre um trabalho em equipe. E aí as minhas interpretações vão diluindo nesse processo de pesquisa e relação com outros criativos.
Victor: Meu processo criativo tem como pontapé inicial a pesquisa em diversas fontes – livros, músicas, filmes e imagens – sobre o tema/projeto proposto. Após essa fase de maturação e entendimento, começo o meu brainstorming para depois partir para a execução das ideias.
Outro processo bem presente nas minhas criações e que adoro, é partir da pesquisa de alguns materiais plásticos que não sejam roupas prontas. Que deles eu consiga desenvolver técnicas e experimentar, anexando-os depois, de forma que componha o styling junto a peças de roupas já existentes.
Carlos: O meu processo criativo se inicia de formas diferentes para cada projeto ou situação. Ele pode partir de um um pensamento, uma situação vista, um sentimento, mas acho que o start inicial para todos os formatos é sempre me sentar, reunir minhas ferramentas de pesquisa (internet, revistas, livros, filmes), e pesquisar mais coisas que desmembrem essa ideia inicial em algo mais concreto, nem sempre funciona, as vezes e quando possível, é necessário deixar que tudo venha de uma maneira mais orgânica com o tempo.
Quando o assunto é briefing unido ao meu olhar, acredito ter várias engrenagens de mercado que precisam ser analisadas com cuidado para que o projeto seja entregue com maestria. Para projetos comerciais, costumo trocar muitas informações com as equipes de estilo e de marketing da marca, quero saber de tudo, questiono até coisas que dizem respeito ao comercial da empresa, pois sei que existe um fim para tudo isso que estamos produzindo, que é fazer com que a marca venda a coleção em pauta.
No momento de inserir um pouco do meu olhar no trabalho, a dosagem certa é fundamental, que inclusive é uma característica bem presente no meu trabalho, cada projeto dispõe limite do quão longe criativamente você pode ir, alguns mais, outros menos, e você precisa se familiarizar com isso. Normalmente eu vou até onde eu acredito ainda ser algo belo e interessante comercialmente.
Quando se trata de um briefing pautado por um veículo, para um editorial, acredito ser uma análise mais voltada ao criativo mesmo, e nesse caso eu posso ir mais longe. Sou uma pessoa bem questionadora no geral, e faço provações a mim e à equipe para que juntos encontremos um caminho interessante a seguir. Nem sempre alguns detalhes precisam fazer tanto sentido, gosto de criar uma imagem que dê liberdade para que as pessoas interpretem de acordo com a visão, vivências, e experiências delas.
Ode: Meu trabalho é um exercício prático de terapia e minhas imagens surgem do que preciso resolver comigo mesma no momento em que sou comissionada ou tenho estrutura para produzir algo independentemente de comissionamento. Desde que me tornei travesti, trabalho apenas para o exterior e sou procurada para criar, logo, por conta de ser um mercado muito menos ortodoxo que o brasileiro, sou comissionada para executar meu olhar e são raras as vezes que preciso enclausurar minha criatividade por conta de um briefing.
Victor Borges: autoral, campanha Esfer e capa Harper’s Bazaar Brasil
QUAIS ACREDITAM SER OS ELEMENTOS QUE MELHOR RESUMEM A SUA ASSINATURA AO CRIAR UMA IMAGEM?
Maika: As minhas vivências e o amor pela arte são os principais elementos que influenciam diretamente na minha identidade. Eu venho de uma realidade pobre e de pouco acesso a arte e a cultura, mas tive o privilégio de ter uma família que me incentivava a exercer quem eu era. Com isso ao longo da minha trajetória eu precisei ressignificar muitos lugares pra poder exercer esse amor. Percebo o quão esse olhar de ressignificar ainda está muito presente apesar de já ter acessado lugares que não imaginava conquistar.
Victor: Eu diria que uma característica do meu trabalho é trazer a sensualidade através das formas e no jeito de vestir o corpo usando sempre das texturas e volumes para criar novas formas. Gosto sempre de revelar a pele como parte da vestimenta e busco representar o “calor” brasileiro e mais especificamente do Nordeste, que é o lugar de onde eu vim.
Carlos: Sobre elementos que melhor resumem minha assinatura, diria que o bom acabamento, o cuidado redobrado com a roupa, caimento, a junção das cores e texturas, e como essa roupa desenha tudo. Mas também penso que ao decorrer dos anos essa assinatura foi se transmutando e passou por alguns lugares, houve um momento que muitos me colocavam em um lugar de uma olhar clássico, chic e minimalista, e eu gostava brincar perguntando: “O que é chic pra você?” [risos].
Hoje, acho que o que mais resume minha assinatura é a criação de uma imagem que tenha algo de excêntrico, não gosto de nada muito morno ou correto, no meu íntimo, preciso de algo que comunique um certo erro, um toque de um gosto duvidoso, ou que algumas pessoas ao verem a imagem questionem se de fato ela é boa ou não, acho que nesse momento eu chego em um lugar mais feliz como criativo.
Quais são suas referências? Ou se tivesse que compartilhar, quais imagens estariam no seu moodbaord…
Maika: Olha, eu vou te contar qual é a minha principal referência. A Lady Gaga. Ela foi a artista que me fez compreender o que era styling, identidade e que a moda é pura arte. A coragem dela me inspirou diretamente para que eu acreditasse que eu poderia fazer aquilo também. Acho extremamente fascinante as construções imagéticas que ela trouxe pra moda. A imagem que estaria no meu painel é a primeira imagem de divulgação da era ArtPop da Gaga.
Victor: Acredito que o que mais me inspira são pessoas autênticas, seja no seu jeito de vestir ou na forma de expressar quem são, sem se importarem com opinião alheia ou com estarem seguindo uma determinada moda. Além disso, minhas maiores referências estão universo das artes – mais especificamente instalações e esculturas – também me estimula bastante no momento de criar.
Carlos: Eu me interesso por inúmeros assuntos além da moda, e sou uma pessoa muito observadora o tempo todo. Muitas coisas me inspiram, como a natureza, o mar, a rua, a psicanálise, o comportamento das pessoas no geral, a música, a arte, o cinema, a dança, e obviamente a moda. Mas diria que não tenho referências cravadas, cada projeto exige de mim sair de um lugar de conforto e buscar inspiração em lugares que talvez nunca visitei, experiências que nunca desbravei.
Ode: Minha maior referência é minha própria vida, minhas memórias e meus sonhos, então, por este motivo, quase nunca olho trabalhos de outros stylists e me sinto inspirada de alguma maneira (exceto o da Kyle Luu, uma amiga conhecida por ter desenvolvido a imagem dos dois últimos álbuns da Solange, que, embora seja asiática e tenha outra cosmologia, é a única mulher trans racializada trabalhando com frequência no mercado global e me inspira a persistir nesta carreira).
Me identifico como travesti (travesti é uma identidade substancialmente brasileira, latino-americana e do sul global) e meus castings, neste momento, são majoritariamente compostos por pessoas que também se identificam como tal. Isto, ladeado ao fato da minha recusa de ser a única travesti nas equipes que monto, talvez seja o elemento principal do que faço hoje.
Apesar de travestis serem pessoas trans, pessoas trans não são necessariamente travestis, e o Brasil não é o país que mais mata pessoas trans, é o país que é mais violento com travestis e mulheres trans. Deste modo, no nosso país vemos um mercado que explora de forma extrativista nossas imagens, mas se recusa a nos dar oportunidade de trabalho e, assim, contribui para a nossa permanência enquanto meros assuntos e na margem. Vemos imagens de pessoas como eu sendo produzidas por pessoas cis ou pessoas trans que não são travestis e não possuem repertório para transformar a travestilidade em signos semióticos.
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Ao longo da carreira quais foram os trabalhos pelos quais têm mais apego ou que acredita terem sido marcantes, decisivos ou desafiadores?
Maika: Acho que um trabalho que é muito forte e importante até hoje pra mim, é a primeira campanha que fiz da Emannuelle Junqueira. Era um lugar completamente desconhecido pra mim, nunca havia trabalhado com noiva e a Emannuelle me deu completa liberdade para fazer o que quisesse. E foi um dos trabalhos que mais me joguei criativamente, até hoje. Eu criei sem medo ou receio algum, tentando ressignificar essa imagem padrão que as noivas carregavam há tanto tempo. Acho que ele foi muito importante para o mercado entender quem eu era.
Victor: Acredito que todos os trabalhos que desenvolvi tem um significado especial para mim – até os negativos, pois serviram como experiência. Mas dos mais recentes, foi incrível a experiência de desenvolver a direção criativa e styling da primeira campanha da marca Ésfer, do meu amigo de longa data, João Viegas. Não posso deixar de citar também a experiência de trabalhar no processo de um desfile presencial que é sempre bem legal e bastante desafiador.
Recentemente colaborei para um veículo impresso super importante que sempre foi um sonho, ao lado do fotógrafo Lufre. Tê-lo ao meu lado nesse projeto foi bastante significativo, afinal começamos juntos na nossa cidade natal e nesse dia éramos dois nomes nordestinos tendo a oportunidade de criar algo grande. Foi uma super experiência tanto de aprendizado quanto de realização, mas ainda não consigo compartilhar essas imagens, a edição ainda está pra sair.
Carlos: O trabalho que eu tenho mais apego até hoje, foi meu primeiro editorial em São Paulo fotografado para Osklen (Camel, 2018). Esse foi um editorial construído entre amigos, fotografado pela Gabriela Schmidt com beleza da Sua Abreu, nós três estávamos chegando na cidade, e acho que isso também deixou ele especial de alguma forma, pois marcou a entrada em um universo ainda muito novo pra mim, além disso, eu particularmente acho um trabalho belo. O segundo eu diria que foi minha primeira capa para a Harper’s Bazaar Brasil, esse eu diria que foi desafiador, marcante e decisivo [risos]. Recebi o convite para essa matéria, minha primeira capa, e quando consegui emplacar na matéria a modelo Linda Helena, fiquei muito feliz. O terceiro diria que é a campanha Serpent para a marca Adriana Degreas.
Ode: Ter feito o styling simultaneamente à direção do meu primeiro filme chamado Restituição publicado no SHOWstudio; transformado a lendária travesti Marcinha do Corintho em santas que eu via na minha cidade natal acompanhando minha mãe nas missas aos domingos e numa pomba-gira para a última edição da revista francesa CENSORED e meu próximo filme sobre a mesma chamado Divina; e vestido o multiartista e meu melhor amigo Edgar, sua mãe Dona Maria e o bode Amiguinho na casa onde eles vivem na zona rural entre Guarulhos e Mairiporã para a capa da edição de setembro da revista sul-africana Bubblegum Club.
Qual a melhor parte e o maior desafio de atuar como stylist, seja conceitualmente ou estruturalmente falando, na sua opinião…
Maika: A melhor parte é poder exercer quem eu sou através do meu trabalho, através da arte. Eu acho isso um privilégio enorme e aproveito cada oportunidade de criar, com a liberdade criativa que conquistei. Acho que o pior é lidar com um mercado que foi construído e estruturado pela elite. O que fez com que a moda se tornasse inacessível e arrogante. Lidar com o abuso de poder e o deslumbre das pessoas me frustra muitas vezes.
Victor: A melhor parte é poder entrar num trabalho, desenvolver um trabalho numa marca e conseguir criar e agregar nessa identidade, realmente deixar um rastro por ali e tornar a coisa memorável na melhor versão . Unindo minha estética + da marca.
O maior desafio é conseguir desenvolver um trabalho autoral e consistente com uma boa edição quando estamos diante de um momento ruim no país onde atualmente sofremos com a escassez de produções e acervo de grandes marcas no país. Em contrapartida, temos as marcas de novos designers nos surpreendendo com suas criações. E que é incrível poder contar com essas marcas na hora de criar imagens frescas.
Carlos: Conceitualmente, a melhor parte é termos a oportunidade de nos expressarmos e criarmos coisas que nos orgulhem, a pior parte diria que é o bloqueio criativo que surge em alguns momento, mas mesmo assim precisamos criar. Estruturalmente, a melhor parte é a não rotina estabelecida, acabo conhecendo muitas pessoas, muitos lugares, viajo através trabalho, conheço culturas novas, sempre tem uma sensação de frescor rondando, porque os projetos iniciam, terminam, e já se inicia outro, tudo muito rápido.
A pior parte eu diria que é a falta de aproveitamento do real papel de um stylist por algumas marcas, ainda existe um gap muito grande no Brasil entre o que nos solicitam e o que de fato podemos entregar. Nossa profissão foi criada com a proposta de ser uma extensão de um estilista, e penso que poderíamos colaborar muito mais se as marcas estivessem preparadas estruturalmente e criativamente. Levanto aqui esse debate, se alguém quiser continuar, só me procurar, juntos somos mais fortes hehe.
Ode: A melhor é criar um mundo paralelo onde posso imaginar cada detalhe. A pior, no Brasil, é nem a imaginação me possibilitar ignorar tamanha transfobia e racismo no mercado de moda.
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Para alguém que queira atuar na área, qual conselho daria?
Maika: o primeiro conselho que eu daria é pra tentar não ter uma visão deslumbrada sobre o mercado. Os estereótipos existem mas a realidade é de muito trabalho. Se você quer trabalhar com moda, você não pode achar que está num filme. As demandas são gigantes e muito difíceis de administrar, é preciso muito pé no chão e determinação.
O segundo conselho é fazer com muito amor e tentar pôr em prática o máximo possível do seu olhar, fazendo trabalhos autorais, trabalhando com vários profissionais, ampliar suas relações criativas, experimentar sem medo de julgamento. Você vai encontrar outros profissionais no caminho que vão te ensinar muita coisa e isso também é muito importante. E por fim, pra mim uma das chaves do sucesso é a humildade. Seja humilde!
Victor: Pra quem está começando eu diria para sempre lembrarem daquela chama e disposição do início da carreira… da vontade de criar “aquela imagem”. Muitas vezes nos pegamos no piloto automático, ainda mais no momento em que temos tantas imagens sendo produzidas e consumidas nas redes sociais o tempo inteiro… é necessário pensarmos na importância de trazer o nosso olhar para o projeto que estamos nos propondo a desenvolver e que esse é o nosso diferencial.
Carlos: Diria para buscar conhecimento, referências e inspirações fora da moda, e encher seu olhar de coisas que você se identifica e que lhe preencham. Depois todo esse conhecimento será aplicado à moda de maneira natural.
Mas acho que meu conselho número um seria para que as pessoas consigam separar bem o que é trabalho e vida pessoal, que tenham seus princípios enraizados, que tenham resiliência e sabedoria. A moda pode ser muito cruel em alguns momentos, mas é possível fazer moda sem se auto agredir.
Ode: Pense bem, principalmente se você não for uma pessoa cis, branca e rica, pois é uma área extremamente cruel e excludente com determinados corpos. A inclusão que clamam é uma falácia.