Radar FFW: 8 marcas nacionais para ficar de olho em 2023
Reunimos marcas que estão nos chamando atenção e prometem se destacar ainda mais esse ano
Radar FFW: 8 marcas nacionais para ficar de olho em 2023
Reunimos marcas que estão nos chamando atenção e prometem se destacar ainda mais esse ano
A moda não está das mais otimistas para 2023, com números bem realistas e sem grande espaço para experimentações. Esse cenário de incertezas influencia na forma de olharmos para as marcas, sejam elas recém-lançadas ou minimamente estabelecidas. Em meio a essas adversidades, no entanto, alguns nomes na moda nacional têm nos chamado atenção. Reunimos aqui 8 deles, pelo seu frescor e amadurecimento.
Toca
Amadeus Galilei, nasceu em Araçatuba (interior de São Paulo), e é o nome por trás da Toca, marca que encerrou a última edição da Casa de Criadores e chamou atenção por trazer frescor ao evento. O mix de referências, o casting vida real e as peças casuais com um quê de estranheza garantiram esse sucesso. O que chama atenção é que a marca, surgida em 2018, iniciou sua popularidade com a bolsa Colosso – ela tem um efeito fluffy e divertido, limitada a fashionistas num primeiro momento, começou a ganhar outras interessadas.
O que torna tudo mais interessante e desejável é que parte das peças são one of kind, por serem criadas a partir de matérias-primas que seriam descartadas, sendo assim, muitas são confeccionadas em pequena escala ou, em alguns casos, possuem uma única unidade. Intitulada “oficina de alfaiataria”, o mais curioso é ver como isso é traduzido para o universo cotidiano, urbano e edgy da marca.
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Rocio Canvas
Cria do projeto Lab da Casa de Criadores, em 2017, Diego Malicheski desde a sua estreia deixou muito clara a mulher que almeja e onde ela está inserida. Prezando com afinco pelo corte, caimento e matéria-prima. Na marca há uma nova forma de ser sexy e propostas de acabamentos para tirar a obviedade do workwear.
O amadurecimento conciso e a imagem consistente fez com que o convite para o SPFW surgisse em 2021. Fiel ao seus códigos apresentou uma das coleções mais interessantes da última edição do evento, em novembro passado, em que brilharam os recortes, plissados e os volumes. Além disso, a Rocio preenche uma lacuna de estilistas que querem dialogar com uma mulher que possui desejos mais concretos e menos sazonais.
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Projeto Mottainai
Pablo Monaquezi é carioca, mas materializou a marca em São Paulo. O ponto de partida vem da cultura japonesa (Mottainai, que em uma tradução simples, significa “não desperdice”). Diferente de outras marcas que se definem upcycling, mas devem quanto ao ineditismo do produto/imagem final, isso não acontece por aqui.
Sua estreia na Casa de Criadores, em dezembro passado, ilustra bem alguns dos seus principais códigos: pegada street, hibridismos, alfaiataria desconstruída e ótimas propostas para jeanswear. A colaboração com artistas visuais e designers são outros pontos marcantes da Mottainai.
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Laura Cangussu
Dracena, cidade localizada no interior de São Paulo, foi onde nasceu a hoje estilista Laura Cangussu. Da cidade pequena trouxe a sua relação íntima e emocional de criar roupas, que floresceu ainda na infância ao observar a relação de sua mãe com a costureira.
Inicialmente stylist, Laura abriu sua marca homônima em agosto de 2019, de lá para cá conquistou clientes com peças fluidas, ótimas estampas, acessórios únicos e uma forma sofisticada de reinterpretar o DNA brasileiro, como mostra a coleção vigente intitulada “Samba”. Merecem uma menção especial os vestidos tomara que caia e a modelagem.
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Lucas Leão
Em um universo tão instável e ávido por novidades como o da moda (e especialmente o da moda nacional), Lucas pode ser quase considerado um veterano. Desde que o carioca lançou sua marca, ele se tornou sinônimo de inovação, tecnologia, tratando a moda como uma pauta para o amanhã.
O que nos chamou atenção foi que mesmo tendo mantido algumas peças casuais e street, Lucas amadureceu bastante na alfaiataria e também no feminino – ambos foram pontos altos de seu último desfile no SPFW. O que nos surpreendeu e nos fez desejar que ganhe cada vez mais foco e destaque em seu trabalho.
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Anacê
Em meados de 2022, Ana Clara Watanabe anunciou sua saída da marca, onde dividia a direção criativa com Cecília Gromann. Nada mais natural que a primeira coleção desfilada solo sob a criação de Cecília causasse curiosidade: quais seriam os códigos mantidos e quais seriam os seus novos códigos.
O resultado exibido no SPFW foi bem elogiado pela imprensa especializada: menos tomboy e mais feminina, a marca propôs ótimas malhas que envolviam o corpo, em coletes e também vestidos. Menos séria e contida, propôs recortes, fendas e adicionou liberdade à alfaiataria – seu carro-chefe. Mostrando que esse novo capítulo promete entregar bons frutos.
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Quadro Creations
Se você é fã de moda urbana já deve ter visto por aí a bolsa Fiodór ou a jaqueta Brubeck da Quadro Creations, marca do designer autodidata Lucas Borges, criada em 2018. Baseada em Santo André, uma das cidades da região metropolitana de São Paulo, a marca nasceu como um exercício criativo de criar uma moda com propósito e função onde as roupas e acessórios sejam um facilitador do dia-a-dia.
Com foco no design funcional por meio do utilitarismo cotidiano, as criações de Lucas levam bolsos estratégicos e fechos elásticos que conferem praticidade e função às peças da enxuta mas interessante coleção de verão que ganhará um segundo lançamento no início de fevereiro, seguida da nova coleção de outono prometida pra março.
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Boldstrap
Jockstrap foi a peça que serviu de ponto de partida para a marca, então nota-se rapidamente que houve uma grande evolução em seu processo, que ainda é regida por uma alta dosagem de sexualidade, mas possui uma série de outros elementos que transparecem esse desejo sem serem óbvias ou literais – fruto de um bom equilíbrio entre criatividade aliada ao apelo e tino comercial.
A última coleção apresentada no SPFW ilustra perfeitamente esse amadurecimento imagético, o universo da Boldstrap parece ir ganhando cada vez mais camadas e mesmo alcançando um público maior, não esquece dos seus pilares abertamente queer, celebrando sempre a liberdade e as inúmeras facetas LGBTQIA+.
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