Ricardo Bräutigam se desligou oficialmente da Ausländer, marca carioca que criou há dez anos, neste início de 2015. Apesar de não se envolver com a grife desde o desfile no último Fashion Rio, em abril do ano passado, ele anunciou oficialmente sua saída nesta quinta-feira, postando um longo texto em seu perfil no Facebook em que agradece amigos e colaboradores que o ajudaram desde o início do projeto.
Desde 2011, Felipe Simão, da marca Toulon, era sócio de Ricardo na Ausländer — um cuidava da parte administrava e, o outro, da direção criativa. No entanto, diferenças entre os dois fizeram com que Ricardo quisesse deixar a marca. Com a associação da Ausländer à marca carioca Limits, Ricardo achou que era hora de negociar sua saída.
Agora, ele parte para novos projetos — que são muitos. De início, deve seguir tocando o festival de música que levava o nome da Ausländer. O Rock The Mountain acontece em 5 de dezembro em Itaipava. Até o meio do ano, ele deve inaugurar um barzinho com cara de pub inspirado em Berlim e Londres. E ele já começou a trabalhar no projeto de uma barraca de praia em Ipanema que comprou com o DJ Zeh Pretim e o publicitário Tunico Almeida. A ideia é que o espaço, que vai se chamar Restinga, tenha atendimento qualificado, produtos diferenciados e um ar cool. Os uniformes femininos serão assinados pela estilista Lenny Niemeyer (os masculinos estão sendo pensados por Ricardo), e no menu vão estar bebidas mais difíceis de se encontrar na praia, como clericot e vinho branco. Ele pretende que esteja tudo pronto para o Carnaval.
Ele criou uma empresa de branding, a The Black Haus, para continuar trabalhando com a experiência que adquiriu em dez anos de Ausländer. Ricardo contou que já houve conversas para que ele faça o casting de alguns desfiles, já que “tirava leite de pedra” nos desfiles da Ausländer. “Nunca tirei um tostão da empresa para fazer desfile.” Mesmo assim, pela passarela da marca passaram nomes como Zombie Boy, Andreja Pejić, Jon Jones, Anderson Silva, Daisy Lowe, Thaila Ayala, Rodrigo Santoro, CobraSnake e Anja Konstantinova.
Com isso, a moda deve ficar em segundo plano. “Vi o quanto é difícil fazer moda. Vi o quão difícil é crescer sozinho. E com sócios é ainda mais difícil.” Mas ele não descarta uma linha de moda praia e camisetas em pequena escala, para os mais chegados.