©Juliana Knobel
Na emblemática data de 11.11.11, às 11h11 da noite, a cidade de São Paulo ganha uma nova casa de shows no bairro da Liberdade, com assinatura de um trio de peso (além de outros sócios “invisíveis”): o jornalista Lucio Ribeiro, o empresário Facundo Guerra e o produtor Andre Juliani. De certa forma, trata-se de uma re-inauguração: o novo projeto mantém o nome e ocupa o prédio de um empreendimento originalmente aberto em 1952 como um cinema, que em seus primeiros anos servia de ponto de encontro da comunidade japonesa e exibia filmes de vanguarda de diretores como Akira Kurosawa e Yasujiro Ozu – até que nos anos 1980, o cinema foi desativado e o espaço passou a ser usado para abrigar cultos religiosos.
Andre Juliani, Lucio Ribeiro e Facundo Guerra ©Juliana Knobel
“Esse projeto não só revitaliza um cinema de rua, importante culturalmente já que quase todos sumiram, como também retoma um espaço muito importante nos anos 1950”, afirmou Facundo Guerra em entrevista ao FFW. Mesmo assim, o empresário, por trás das já estabelecidas casas noturnas paulistanas Vegas, Z Carniceria, Volt e Lions, fez questão de frisar que o olhar do novo Cine Joia é para frente, e não para trás: “Ao mesmo tempo em que respeitamos a história do local, não queremos que ele seja ‘vintage’; daí toda a intervenção tecnológica e estética”.
Geral do Cine Joia, com teste de mapping ©Juliana Knobel
Isso porque um dos principais atrativos do Cine Joia é a comunicação visual com mapping, técnica de projeções em 3D que cria efeitos de realidade virtual. Facundo explicou que essa é uma tecnologia recente, que começou a ser utilizada há cerca de três anos, mas que até agora só havia sido usada em projeções externas, em grandes monumentos. Até agora. O Cine Joia, segundo Facundo, será a primeira casa de shows no mundo a utilizar essa tecnologia que cria uma “pele de luz”, que, ironicamente, retoma a vocação da casa de trabalhar com projeções. A ideia, ele disse, é fazer com que o sistema de mapping, desenvolvido por uma empresa argentina, funcione como suporte para as bandas que se apresentarão no local, sempre com um visual personalizado. “O problema que eu sempre encontrei é que o público sempre se encaixa à casa de show – ela acaba sendo meio morta. A gente queria que fosse o contrário; a experiência das pessoas vai ser única, sempre”, ele prometeu.
Lucio Ribeiro acrescentou: “Eu, como frequentador de shows, sentia falta de um lugar bacana que oferecesse boa técnica, som, capacidade de público”. E o jornalista fala como bom entendedor, já que, além de frequentador de shows, ele é o organizador do Festival Popload Gig, que, – surpresa! -, já tem edições anunciadas para acontecerem no Cine Joia: o Kings of Convenience, banda de indie-folk da Noruega, toca na nona edição do festival (08/12); e o The Rapture, grupo norte-americano de rock, vem para a décima (25/01). Lucio finalizou: “Essa é uma casa que São Paulo merece e precisa, e eu espero que as pessoas entendam e abracem esse espaço de convivência feito para as pessoas se sentirem bem”.
O Cine Joia fica na praça Carlos Gomes, 82, na Liberdade, em São Paulo. A festa de abertura acontece só para convidados no dia 11.11.11 às 11h11 da noite, com o som da Traditional Jazz Band e uma atração surpresa. Mais informações sobre a casa e a programação de shows no facebook e no twitter do Cine Joia.
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