Marca: Chanel
Estilista: Karl Lagerfeld
Destaques: Há dois lados que valem comentário no desfile da Chanel: as roupas e a “passeata”. A apresentação revê como mote os eventos de Maio de 1968, em Paris, quando a população foi às ruas em passeata e universidades foram ocupadas. Vamos começar pelo que realmente importa: as roupas. Foi um dos melhores desfiles da marca em termos de novidade e frescor para a Chanel. O destaque? As estampas florais de aquarela, originalmente pintadas pelo próprio Lagerfeld. Elas aparecem escondidas logo no primeiro look, em Cara Delevingne, e começam a aparecer em camisas, gravatas e lenços, para então ter seu grande momento em looks inteiros estampados. É certamente o ponto alto em um desfile com quase 90 looks. Há também espaço para o oposto dessa explosão de cores: minimalismo e looks de uma ou duas cores apenas, como o vestido branco (um dos hits do verão), o PB e a série de três microvestidos-cardigans listrados, como o usado por Gisele. Como acontece nos desfiles da Chanel, há muitas opções em vez de uma narrativa a ser desenrolada. Os ícones da marca estão lá, acompanhados por florais e listras, tons vibrantes e neutros, maxi e minimal, calças, saias, vestidos, dia e noite. Como Lagerfeld disse ao Style.com, “mais um modo de vida do que a moda em si”. O estilista conseguiu recriar os códigos da marca, há muitas peças e acessórios desejáveis na coleção.
Sobre a performance: O assunto já se mostrou polêmico. Como uma marca que representa o ápice do consumo e que tem uma visão única sobre a mulher pode se apoderar de eventos de rua que têm por trás uma necessidade de transformação real? O que Karl e Gisele têm de fato a protestar? O feminismo parece ser um assunto próximo a Lagerfeld, que diz que sua mãe foi feminista. E não podemos esquecer de Coco Chanel, que por meio de suas criações, ofereceu transformações de fato ao guarda-roupa feminino, libertando a mulher de roupas apertadas, tradicionais e antiquadas. Ok, tudo não passa de uma encenação, uma brincadeira, mas que vêm de encontro com acontecimentos realmente sérios, como a passeata em Hong Kong, em que quase um milhão de manifestantes lutam pela democracia, e pelo discurso de Emma Watson na ONU pedindo igualdade entre homens e mulheres.
Mas repare nas fotos do final do desfile: o público inteiro de pé fotografando, para em seguida tuitar e instagramar loucamente. Mais uma vez, após o hit do desfile no supermercado, a Chanel consegue engajar sua plateia nas redes sociais como ninguém.
O que vai pegar: Já dá pra imaginar Anna Dello Russo e outras ultrafashionistas desfilando por aí com as peças estampadas. Certamente elas também ganharão sua versão fast fashion mundo afora. O mesmo vale para as botas estampadas e listradas e as dezenas de bolsas novas (veja tudo na nossa área de Detalhes).
As escolhas da editora: O terno de tweed colorido, lindo, com o forro estampado com floral; o look total floral, o mais forte do desfile; a bota sem salto listrada marinho e branca e a bolsa branca, eterna.
Só mais uma coisinha: A Chanel recriou um boulevard parisiense à perfeição dentro do Grand Palais, onde sempre faz seus shows. Eles expandiram em 25 metros o espaço, totalizando 130 metros com ruas e prédios cenográficos. Lagerfeld relembra os eventos de maio 68: “havia um ar de liberdade que nunca havia sentido antes em Paris. Hoje, tudo é proibido. O politicamente correto matou tudo”, disse ao Style. No casting, Gisele foi uma das poucas modelos com permissão para aprovar seu look antes. Que, por sinal, ela adorou.
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Marca: Stella McCartney
Estilista: Stella McCartney
Destaques: Vista uma roupa da Stella, fique deslumbrante e mesmo assim vai dar a impressão de que você se arrumou em um minuto. Esse é o segredo da designer britânica: peças descomplicadas, frescas, despojadas e que vestem a mulher contemporânea como uma luva em qualquer ocasião. Não foi diferente com esse desfile de verão, que mostrou uma série de looks soltos, deliciosamente (e belamente) confortáveis. Macacões, camisas, tops e saias, vestidos – é o guarda-roupa completo em tons tranquilos e com modelagem solta. Vale destacar os vestidos “print on print” do final, que caem como uma brisa gostosa no meio do calor intenso. E muitos sapatos baixos para acompanhar o clima.
O que vai pegar: Tudo é “pegável”, mas os de estampa xadrez e patchwork do final são os destaques da coleção.
As escolhas da editora: Dá pra escolher todos os looks? Mas vamos lá: o look da Saskia, o look 31, o conjunto nude e o vestido que parece uma borboleta : )
Só mais uma coisinha: O desfile aconteceu na Opera Garnier e teve na primeira fila a cantora Neneh Cherry, que veio de Londres de Eurostar, e a atriz e primeira-dama do Grupo Gucci (dono da marca Stella MCCartney) Salma Hayek.
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Marca: Céline
Estilista: Phoebe Philo
Destaques: O desfile abriu com a linda “This Woman’s Work”, de Kate Bush. Phoebe usava uma camiseta de Kate que comprou em um show recente da cantora em Londres. “Não imaginava o quão vulnerável ela era e ser vulnerável é uma parte importante de ser criativo”, disse ao site Style.com. Assim, totalmente inspirada pela música, Phoebe tomou o risco e fez uma coleção prática e usável, que mistura trabalho e glamour, irmã, amiga e uma das principais estilistas do mundo. As propostas são quase básicas, a maior parte de alfaiataria em preto e branco, top e calça, com alguns recortes nos ombros e na cintura. De repente entram vestidos florais e leves, nada que converse com o que estava acontecendo antes. E essa é a pegada da coleção: Phoebe se deixou ser livre e aberta aos seus desejos.
O que vai pegar: As sapatilhas com elástico e as bolsas já estão dando o que falar nas redes sociais e sites de moda. Hit certo.
As escolhas da editora: O primeiro look, impecável, e os vestidos florais, românticos ao estilo esperto de Phobe Philo. E as sapatilhas. Quero de todas as cores.
Só mais uma coisinha: Alguns acessórios, como os broches, dão um toque surrealista à coleção.
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Marca: Givenchy
Estilista: Riccardo Tisci
Destaques: Faz algum tempo que olhamos os desfiles da Givenchy procurando a estampa ou a camiseta que vai ser sensação da temporada e das ruas. Não desta vez. Tisci volta ao seu início na maison, quando criava coleções provocativas e fortes. Suas mulheres são guerreiras e gladiadoras hiper sexies – mas que ninguém se meta com elas. Outra referência são as vestes Tyrolean, vestidos tradicionais associados aos costumes nacionais da Áustria. A bordo de roupas que misturam couro e renda, elas compõem uma imagem de uma nova Joana d’Arc, com botas peep-toe de esquentar qualquer temperatura morna. Aliás, vale notar que as peças são muito elaboradas, a nível Alta-Costura em alguns momentos. Não à toa, as hashtags que Tisci usou para definir a coleção são: #couture #dark #sex #blackandwhite #romanticism #rock e #sensual. Mistura boa.
O que vai pegar: Os vestidos curtos recortados do início são mais fáceis do que os de couro, que certamente irão custar muitas fábulas, além de serem mais fáceis de produzir comercialmente. #blacksummer
As escolhas da editora: As botas, o top de renda (look 6), os vestidos com tiras de couro (22, 23 e 24).
Só mais uma coisinha: Olhando no Instagram pela hashtag #givenchyshow, em vez de fotos de desfile, sabe o que mais aparece? Imagens de Kim Kadarshian sozinha, com Kanye e, especialmente, com a filha North West. E a gente querendo ver os posts sobre o #desfile. Ainda sobre Instagram: o perfil de Tisci é super ativo e ele é o mestre das hashtags. Na Givenchy, as modelos ganham outro status: todas querem ser #RTgirl (as meninas de Riccardo Tisci), como Mariacarla Boscono. Mas ele não deixa ninguém de fora. Numa foto em que mostra a newcomer Serena, ele escreve #welcometothegang
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Look da Maison Martin Margiela, que encontrou diversas maneiras de trabalhar com as flores ©ImaxTree
Marca: Maison Martin Margiela
Destaques: Após apresentar uma coleção bem comercial na temporada passada, a marca belga volta às suas origens com uma apresentação que desconstrói a alfaiataria e tem nas flores, especialmente nas margaridas, uma referência importante e que pontua toda a coleção. O mais interessante é como o time de criação encontra diversas maneiras de mostrar as pequeninas flores que, olhando de longe, mais parecem poás. Elas estão pintadas à mão nos óculos escuros, estampadas ou aplicadas em bolsas, tops, saias, jaquetas e sandálias. Às vezes, uma única peça traz três padronagens de flores juntas, como no look 32. E nada parece exagerado ou fora de lugar. O outro gancho, a alfaiataria, aparece em formas assimétricas com bastante uso da risca de giz (look 3). É o clássico que vira novo, uma das regras estéticas da MMM. Segundo a marca, esta é uma coleção cheia de memórias. A preocupação comercial aparece no final do desfile, na foto 34, um look com calça jeans e tricô que não chega a conversar com o resto.
O que vai pegar: Se quer comprar algo da Margiela, por favor, não compre o jeans! Aposte em peças que tenham a cara e o histórico da marca. As peças de alfaiataria são sempre boas escolhas. Certamente os acessórios com margaridas são mais fáceis de emplacar no verão.
As escolhas da editora: A sandália estampada, a capa de margarida e o colete com amarração de ilhós.
Só mais uma coisinha: Adivinha quem estava na primeira fila? Acertou se disse Kanye West! O onipresente cantor-produtor-estilista chegou chegando dizendo pros repórteres que não iria falar nada com ninguém. Ele sentou ao lado de Renzo Rosso, dono do grupo que detém os direitos sobre a Margiela. Lembrando que a marca criou o figurino da turnê Yeezus (está tudo lá na “FFWMAG” 36, você leu?).
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Look 40 da Dior: delicadeza, flores, formas e a bota mais cool da temporada ©ImaxTree
Marca: Dior
Estilista: Raf Simons
Destaques: A Dior aponta para um verão calmo com uma coleção clara e que traz elementos caros ao estilista, como as flores, as formas (trabalhadas à la Dior) e as cores suaves. Raf mistura o esportivo em tops e bermudas com uma silhueta que remete às peças da realeza no século 16, com a cintura bem fininha e as saias armadas, uma referência também ao legado da maison (veja aqui). O destaque fica por conta das chemises e dos vestidos que parecem camisolas brancas, amplas e compridas. E o floral, que aparece pequenino em jaquetas, macacões e saias é pura delicadeza.
O que vai pegar: A leveza dos looks brancos e a delicadeza das flores caem muito bem nos dias quentes, mas os acessórios certamente devem fazer a cabeça de Diorettes e fashionistas mundo afora. A marca lançou uma nova bolsa no desfile e exibiu um dos calçados mais legais até agora, uma bota-polaina, de cano alto e baixo, que já imaginamos nos pés de Carine Roitfeld e Anna Dello Russo.
As escolhas da editora: As “camisolas”, que não dá vontade de tirar nunca mais, e as botas, em especial esta verde.
Só mais uma coisinha: Quem apareceu na primeira fila da Dior? Isis Valverde, que foi como convidada da marca, vestindo um look Dior e devidamente maquiada. Ela estava bem bonita. As marcas grandes, como Dior, LV e Chanel têm o costume de levar meninas conhecidas de diversos países até o desfile para representar o seu país e assim chamar a atenção para a grife. Inclusive, a divisão da Dior no Brasil acaba de nomear suas novas diorettes: Paola Orleans e Bragança, Lelê Saddi, Helena Bordon, Giovanna Meneghel e Lalá Rudge. Entre as famosas globais estavam Carla Bruni, Marion Cotillard, Natalia Vodianova e Dakota Fanning. E com muito orgulho, conto que a brasileira Waleska Corczevski fechou o desfile!
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Look 11 do desfile da Lanvin, que mostra alfaiataria impecável e clássica ©ImaxTree
Marca: Lanvin
Estilista: Alber Elbaz
Destaques: O clima parece o mesmo de muitas temporadas, a mesma luz, o mesmo ar misterioso de sempre. Em 55 looks, Elbaz vai do sóbrio ao jovem, respeitando as raízes da casa, fundada em 1909 por Jeanne Lanvin. Alfaiataria impecável, longos de seda e cetim, muitos looks pretos e monocromáticos (azul, branco…), enfim, o que Alber sabe fazer de melhor. Mas falta um ar fresco tomar conta. A jovialidade aparece nas sandálias rasteiras, que quebram a rigidez e a seriedade vistas até mesmo nos vestidos curtinhos.
O que vai pegar: As peças mais clássicas e limpas são sempre mais fáceis de emplacar no caso da Lanvin, além de oferecerem corte impecável.
As escolhas da editora: Adoro os acessórios da Lanvin, como os braceletes (23) e colares (8 e 19).
Só mais uma coisinha: O desfile começa com modelos mais velhas, entre elas as tops dos anos 1990 Amber Valetta e Kirsten Owen. Talvez porque a marca não tem conseguido se rejuvenescer e tem nas mulheres de 40 + suas principais clientes.
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Estranha leveza na coleção do americano Rick Owens ©ImaxTree
Marca: Rick Owens
Estilista: Rick Owens
Destaques: Para quem saiu do universo romântico da Nina Ricci, o desfile de Rick Owens foi uma chicotada. O cultuado estilista americano tem na estranheza sua principal ferramenta estética e suas apresentações são sempre instigantes. Desta vez ele até que pegou leve, literalmente falando, trabalhando com tules e camadas deles, que resultou em uma coleção delicada – ao seu modo. Mas a ideia de Rick era fazer com que o tule parecesse concreto. Por mais que pareça simples, o manuseio dos materiais é muito sofisticado, como na “colmeia” do look 28. Os vestidos, muitos tomara-que-caia, caíam pelo corpo como peças únicas. Ao final, looks mais encorpados e absurdos, como a veste preta com três espaços extras para os braços (look 43).
O que vai pegar: Rick Owens não faz roupas que vão pegar. Ou você pertence ao grupo – e pode pegar por isso – ou não.
As escolhas da editora: Os looks com os vestidos retos usados com maxicoletes (1 e 15).
Só mais uma coisinha: O styling também teve as mãos de Panos Yiapanis, diretor de moda da “Love”; o make é de Lucia Pieroni, que usou uma pintura de corpo lilás para dar o efeito estátua (ou fantasma?) de algumas modelos. Na passarela, nossa Daiane Conterato dá o ar da graça enquanto Kanye é a atração da primeira fila.
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Look 13 da Nina Ricci, que mostrou belas combinações de cores ©ImaxTree
Marca: Nina Ricci
Estilista: Peter Copping
Destaques: Na Nina Ricci, o romance passa longe do clichê. O estilista olhou para a década de 1940, quando a economia da França estava em frangalhos por conta da guerra e Nina criou vestidos inspirados na Alta-Costura para que as mulheres não esquecessem a beleza da moda, mesmo em tempos difíceis. Então a coleção tem esse feeling 40’s, especialmente no que diz respeito às formas, ao mesmo tempo que tem uma imagem contemporânea e clean. Há ótimos vestidos e boas composições de tops e saias (sempre midi e com fendas instigantes), mas o destaque fica por conta da combinação de cores nos looks, como rosa e laranja; azul e marrom; vermelho e azul e por aí vai. Tudo muito leve, extremamente feminino e desejável.
O que vai pegar: O estilo retrô com a cintura no lugar, que pontua a coleção, como no look 9.
As escolhas da editora: Apesar de não gostar de marrom, a combinação com o azul no look 13 é de muito bom gosto, além do look ter um toque despretensioso com o top de tricô. E o vestido rosa e laranja, uma das combinações cromáticas mais felizes que existem.
Só mais uma coisinha: Parece que é quase certo que Copping fechou com a Oscar de la Renta, o que faria deste seu último desfile para a Nina Ricci. Peter está à frente da marca desde 2009.
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It’s getting hot in here! Balmain e seus vestidos body conscious ©ImaxTree
Marca: Balmain
Estilista: Olivier Rousteing
Destaques: O termo “body-conscious” é sempre o mais acertado para traduzir o estilo da Balmain. Eita marca que gosta de apertar a mulher. Linhas gráficas, vazados (Balenciaga também fez) e um clima bondage apareceu nos vestidos, que começam mais minimalistas, em preto e branco, e explodem em uma mistura de cores no final, meio tribal, meio Mondrian até. Bom o recurso de usar materiais transparentes, um mais plastificado, outro com uma segunda pele bem fininha, para mostrar a pele de uma maneira bem geométrica e calculada. Exala sexualidade, mas tem uma inteligência por trás. Mas olha, arrasa na magreza se quiser usar os vestidos da Balmain.
O que vai pegar: Se depender de Kim Kadarshian e Rihanna, que estavam na primeira fila, os vestidos mais que justos e as peças super recortadas irão virar febre nas noitadas mundo afora.
As escolhas da editora: O vestido preto com recortes horizontais (look 12) traz um feeling Helmut Lang anos 90, é sexy e moderno.
Só mais uma coisinha: Foi o casting mais bombado da temporada até agora. Só divas na passarelas: Jourdan Dunn, Karlie Kloss, Joan Smalls, Rosie Huntington Whiteley, Kasia Struss e Saskia de Brauw. Ah, Rihanna e o casal Kimye marcaram presença na primeira fila. Kim, claro, estava bem de olho nos vestidos justíssimos da marca. Inclusive, Olivier disse que sua coleção foi inspirada por uma foto de paparazzi da Rihanna usando um top transparente. Ruim de marketing ele não é.
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Look 15 da Balenciaga, que destaca-se pelo desenvolvimento e trabalho com materiais ©Reprodução
Marca: Balenciaga
Estilista: Alexander Wang
Destaques: Wang está cada vez mais afiado em suas pesquisas para modernizar os padrões da Balenciaga. Não, este não foi seu melhor desfile para a marca – nem o mais fácil – e ainda há quem suspire pelos tempos de Nicolas Ghesquière à frente da grife. O fato é que Alexander Wang é mais jovem e americano, e leva toda sua pegada street e sportswear da vida nova-iorquina para o universo elaborado da Balenciaga. Mas ele tem feito um trabalho eficiente no que diz respeito ao uso das matérias-primas, que é o que mais chama a atenção nesta coleção. O destaque fica por conta dos vazados/redes de tamanhos e cores variadas (branco, preto, rosa antigo, lilás – este, o mais bonito), resultando em uma estética minimalista, moderna e tecnológica.
O que vai pegar: Huummm, difícil saber…
As escolhas da editora: Os looks 14 e 15, lilás e coral, respectivamente, que traduzem a impecabilidade no manuseio dos materiais e em tons frescos para o verão.
Só mais uma coisinha: Valem menção os sapatos baixos, uma das tendências mais fortes desta estação.
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Look 4 da Rochas, que equilibra a feminilidade ultradelicada com um toque esportivo ©Imaxtree
Marca: Rochas
Estilista: Alessandro Dellacqua
Destaques: Uma coleção para vestir fadas e ninfas contemporâneas. Hiperfeminina, com renda inspirada na era vitoriana, pássaros e flores pintados à mão, longos vestidos em tons delicados e com transparências que ficam entre o inocente e o sexy. Mas não é só isso. Com styling de Panos Yiapanis, diretor de moda da revista “Love”, essas novas princesas não são tão comportadas assim e têm um pé no sportswear, com amarrações espertas na cintura que lembram quimonos, e a letra R aplicada em camisas e jaquetas assim como vemos em peças esportivas. A coleção sai do modo etéreo e entra no preto e branco com looks mais construídos até chegar à série final, dos dourados e dos pretos longos para a noite, construindo um guarda-roupa completo para as jovens meninas ricas irem do dia para a noite.
O que vai pegar: O estilo proposto nos looks de saias esvoaçantes e femininas usadas com camisa (1, 4 e 32).
As escolhas da editora: O look 4 tem a delicadeza e a feminilidade da coleção, com um toque atual por conta da camisa e do cinto-laço displicente.
Só mais uma coisinha: A top dos anos 90 Kirsten Owen apareceu no desfile (fechou, inclusive) para deleite dos fashionistas das antigas. A stylist e figurinista Arianne Phillips chamou a coleção de “dream wardrobe” e a dupla Anna Dello Russo e Giovanna Battaglia enlouqueceu com os sapatos da coleção em uma passadinha pelo backstage. “A ponto de roubar os sapatos do desfile”, postou Giovanna em seu Instagram.
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O mix inteligente de estampas e padronagens de Dries Van Noten ©Imaxtree
Marca: Dries Van Noten
Estilista: Dries Van Noten
Destaques: O estilista belga mostrou mais uma de suas orgias de estampas que só mesmo sob suas mãos podem surtir um efeito desejável. Mesmo com tanta informação visual, a leveza se fez notar. Estampa sobre estampa, de listras a abstratas, aparecem em túnicas, calças-pijama, jaquetas, batas, casacos-roupões, tudo nos materiais mais ricos possíveis, como sedas e chiffons especiais e em cores vibrantes. O desfile teve um clima descontraído, que culminou com as modelos sentadas e deitadas na passarela de “grama” criada pela artista argentina Alexandra Kehayoglou, como se estivessem em um piquenique em uma comunidade hippie. É a coleção que vamos querer e ainda não sabíamos.
O que vai pegar: As peças mais descontraídas, mas não menos fortes e elegantes, como as batas, calças amplas e os casacos com shape de roupão de banho.
As escolhas da editora: As camisetas amplas, deliciosas para o verão, como as dos looks 31 e 53, e o look completo que abre o desfile.
Mais uma coisinha: A brasileira Daiane Conterato desfilou para a marca, que aqui no Brasil é vendida na loja de Gilda Midani. E nós estamos adorando a modelo com pegada de menino que abriu e fechou o desfile do Anthony Vaccarello, a argentina Mica Arganaraz.
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Look 23 de Christophe Lemaire traduz a simplicidade com inteligência do desfile ©Imaxtree
Marca: Christophe Lemaire
Estilista: Christophe Lemaire
Destaques: Como estilista que ficou por quatro anos como diretor criativo da Hermès, Lemaire aprimorou mais ainda os pontos que o tornaram respeitado: bom gosto indiscutível, estética clean, bom uso de cores (aqui, quase que só usou branco, marinho e vermelho) e silhueta descomplicada ao mesmo tempo em que aplica suas ideias e seu toque pessoal. Na Biblioteca Nacional de Paris, Lemaire mostrou uma série de looks simples, mas fortes e com cortes precisos. Há um trabalho com volume que ele consegue a partir de diferentes comprimentos num mesmo look e algumas assimetrias. No geral, é uma coleção tranquila de digerir, com muitos separates para compor diversos estilos de looks, como os vestidos facílimos (o de alça marinho do look 8 e o branco solto do look 9).
O que vai pegar: As ótimas jaquetas que permeiam a coleção e os vestidos objetivos e frescos (fotos 8 e 9).
As escolhas da editora: O look vermelho total (23), para usar assim mesmo, a parka (25), o vestidão branco para todo e qualquer verão (9) e o top super confortável com ombro de fora (look 28).
Mais uma coisinha: Os looks com calças, bem caretinhas, não chegam a fazer diferença na apresentação. É compreensível que o estilista tenha entregue essas opções como uma forma de compor um guarda-roupa completo, mas poderiam ter sido trabalhadas de formas mais desejáveis.