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    Sul do país quer se tornar incubador de novos estilistas
    Sul do país quer se tornar incubador de novos estilistas
    POR Redação

    Através da interação entre os principais players da indústria têxtil e escolas da região, o projeto Santa Catarina Moda Contemporânea (SCMC) quer transformar o extremo Sul do país num pólo criativo de moda. “Queremos tirar a imagem de que Santa Catarina é um local que só produz matéria-prima”, diz o presidente do SCMC, Cristiano Buerger, que também atua como CEO da Tecnoblu, empresa produtora de etiquetas, emborrachados, tags, cadarços, puxadores etc.

    scmc-tecnobluLooks da coleção da Tecnblu com as com as alunas da Unifebe, Fernanda da Cunha e Karline da Silva © Divulgação

    O conceito é bastante objetivo: diretores e professores das escolas e universidades envolvidas no projeto (Avessim, Furb, Udesc, Uniasselvi, Unifebe, Univali, Univille, Senai Blumenau, Senai Brusque, Senai Criciúma, Senai Jaraguá do Sul, Senai Joinville e Senai Rio do Sul) fazem uma pré-seleção de grupos de 3 a 4 alunos, que então passam pelo crivo do diretor criativo do SCMC – o estilista Mario Queiroz – e dos membros do conselho. Cada grupo vencedor ganha materiais, infraestrutura, tecnologia e serviços de uma das 15 empresas fabricantes de tecidos e aviamentos participantes (Buettner, Dalila Têxtil, Dudalina, Hering, Iriá, Kyly, Lancaster, Lunender, Marilua, Marisol, Oceano, Soutex, Tecnoblu, Villa Têxtil e Zanotti) para desenvolver uma coleção “conceito” livre de exigências comerciais.

    A iniciativa é o sonho de qualquer novo estilista: não é sempre que a indústria têxtil deixa a concorrência e os interesses privados de lado. Se por um lado a coisa é super legal, por outro esta quinta edição mostrou pouca qualidade e quase nenhuma criatividade nas passarelas.

    scmc-lancasterLooks da coleção da Lancaster com as alunas da Udesc, Alice Sinzato, Camila Fraga e Helena Kussik © Divulgação

    Destaques são poucos: achamos bem interessante o trabalho de roupas com pontos luminosos na coleção da Tecnoblu em parceria com as alunas da Unifebe, Fernanda da Cunha e Karline da Silva – a imagem, forte porém não-novidadeira, não conseguiu se amarrar com o restante da coleção. Da mesma forma, as alunas da Udesc, Alice Sinzato, Camila Fraga e Helena Kussik mostraram uma boa pesquisa de estamparia e volumes em parceria com a Lancaster (empresa de tinturaria e estamparia), mas ficaram muito presas a ideia original. Teve também a energia super clubber dos alunos Andressa Bardini, Augusto Glüher e Camila Gaotti, da Univille, que fizeram dobradinha com a Soutex (atuante no ramo da malharia e confeccção); e o bom masculino da Dudalina (empresa têxtil conhecida por sua boa camisaria) com os alunos da Univali, Fernando Gardelin, Luisa Probst Werner, Talice Broch Radeke e Vanessa Harumi Ito.

    O xis da questão é que o evento se propõe a ser uma incubadora de novos talentos, mas carece de visão de futuro por partes dos alunos, trazendo à tona um questionamento, no mínimo, lógico: nem todo o apoio financeiro do mundo dá conta de tornar um pequeno estudante um grande estilista.

    Estaria o problema nas escolas, que deveriam oferecer mais repertório e conteúdo para os alunos, ou na falta de vontade destes em correr atrás de novas informações e referências que extrapolem as fronteiras da moda? Idéias rasas, referências mal exploradas e defeitos graves na execução das peças fazem da iniciativa, conceito e objetivo do SCMC um projeto muito mais inovador e valioso do que o seu produto final apresentado nas passarelas.

    scmc-soutexLooks da coleção da Soutex com os alunos Andressa Bardini, Augusto Glüher e Camila Gaotti, da Univille © Divulgação

    Fica o aprendizado de que a moda é feita de muito mais do que somente recursos financeiros, técnicas apuradas e materiais de qualidade: moda também é paixão. Talvez seja principalmente paixão. Mas nem toda paixão do mundo dá conta de tornar uma imagem de moda relevante sem aprofundamento teórico e aperfeiçoamento técnico.

    Daí a necessidade de um acompanhamento mais próximo dos profissionais da área criativa de moda (e não só da parte business). Um período mais longo que os quase 365 dias que os alunos dispõem para desfrutar dos auxílios das empresas, palestras e workshops oferecidos, também pode ser uma saída. Ou ainda, buscar alguma forma de orientar os estudantes para uma produção um pouco mais comercial. De repente, com regras e cobranças de resultados, os jovens estilistas sintam a necessidade de ampliar e aprofundar sua visão criativa, buscando formas de conectar a imagem conceitual à realidade atual, sem deixar a criatividade e inovação de lado.

    Afinal, é assim que gira o mercado fashion: em torno dos interesses de consumo, e não dos umbigos dos estilistas. E talvez, nesse início de século 21, não haja mesmo mais espaço para criações ou imagens sem a menor relação com a nossa atualidade. É buscando essas conexões, com mais foco no produto, que o Sul do país poderá deixar de ser apenas um provedor de matéria-prima para se tornar um pólo lançador de novos talentos da moda.

    + Site oficial do evento: scmc.com.br

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