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1 – Tadao Ando e Land Art
Duas referências, uma vinda de Vitorino Campos, outra de Beth Nabuco, culminaram na inspiração para o Inverno 2016 da Animale. “Vi uma exposição do Tadao Ando no Bon Marché, em Paris, e só conseguia pensar nele”, conta o estilista sobre o trabalho do arquiteto japonês autodidata e ganhador do prêmio Pritzer na categoria arquitetura, famoso por seus projetos de concreto com linhas simples e interação com a natureza. Diretora criativa da marca, Beth Nabuco olhou para uma “urban jungle”, nas palavras de Vitorino, indo até o movimento da Land Art, em que as obras são site specifics feitas em integração com a paisagem, utilizando muitas vezes elementos da natureza do próprio lugar para compor o trabalho, como pedras, madeira, etc.
2 – Individualidade
Da união da arquitetura com a natureza surgiu o que o estilista chamou de uma coleção de híbridos, com looks focados na individualidade de cada modelo, com muitas variações capazes de contemplar diferentes tipos de mulher, usando assim comprimentos e propostas de modelagem variadas, da alfaiataria em casacos e peças mais estruturadas à languidez da seda em peças mais soltas e a pegada sexy da renda francesa recortada artesanalmente, com transparência em tops e minissaias.
3 – 20 cores
Seguindo a ideia de criar uma coleção com diversidade de propostas, a coleção explorou uma cartela de cores mais ampla, que ia do rosa claro ao pele queimado, passando por verde escuro, amarelo vivo, laranja, preto, branco, mostarda, cinza claro e escuro. “Exploramos a cartela de cores completa da Animale, com 20 tons.”
4 – Piano clássico
A ideia de Max Blum ao criar a trilha sonora era que ela se relacionasse com o ambiente amplo da nova sala de desfiles da Bienal, totalmente aberta no terceiro andar do prédio. “Queria usar a amplitude do espaço do Niemeyer, com uma música que ficasse como pano de fundo, com respiros, como numa galeria de arte”, conta Max, que colocou uma composição do pianista John Limke com uma pequena intervenção de vocal de um trecho de “Something Special”, do rapper Mikky Blanco como música do desfile.
5 – Estamparia
Vitorino desenhou cada estampa, uma a uma, pensando na mistura entre natureza e homem. O print com toque surrealista com colagem de uma foto de olho em p&b com grafismos inspirados em plantas e desenhos de raízes e folhagens ganha destaque no vestido longo e decotado branco (foto 37).
6 – Beleza
Seguindo a tendência dos principais desfiles internacionais para o Verão 2016, a beleza da Animale é supernatural, com o olho levemente marcado de preto, com make assinado por Fabiana Gomes, maquiadora sênior da MAC. O cabelo de Robert Estevão é natural ao ponto de algumas modelos terem entrado na passarela exatamente com o cabelo que chegaram, com duas espirradas de spray de textura.
7 – Tricô artesanal
Com toda a modelagem e estamparia desenhadas por Vitorino, o tricô da Animale vem especial e complexo. Um dos vestidos, o listrado com faixas transparentes, em cinza, marrom, preto, mostarda e coral, demorou seis dias para ser tricotado na máquina. A blusa da mesma família, três dias!
8 – Bolsas
Essa é uma estação da Animale com foco especial nas bolsas. Pequenas, de mão, com alças de corrente e textura de cobra ou maiores multicoloridas com recortes geométricos, elas são os acessórios mais marcantes do desfile, que também teve botas de cano alto com salto transparente de acrílico.
9 – Casacos
Os modelos de lã de ovelha colorida, em tons como o amarelo forte ou o verde escuro, merecem destaque, ao lado dos casacos sete oitavos de couro texturizado e longos de lã, em tons variados.
10 – Camisa arquitetônica
A camisa, um clássico da Animale, aparece com desenho arquitetônico orgânico, com ondulações que terminam em acabamentos mais rígidos geométricos nas mangas e decote (foto 4).