Você deve estar estranhando por que a maquiadora Isa Spironelli aparece sozinha na foto acima se ela maquiou Paul McCartney na noite desta terça-feira (25.11) em São Paulo, não é? Então leia o depoimento (emocionante!) abaixo e descubra o porquê.
“A primeira pergunta que me fizeram quando eu contei que tinha maquiado Paul McCartney foi ‘como ele é? É bonito, legal, simpático?’. A primeira impressão foi que ele é mais alto do que sempre imaginei; acho que os terninhos enganam. Meu contato com ele foi de mais ou menos uns 20 minutos, somando o tempo que a assessora levou para me apresentar para ele e o trabalho no camarim. Logo na apresentação, ele me perguntou como se chama quem nasce em São Paulo. Respondi ‘paulista’, e ele repetiu, mas em seguida eu disse que tudo bem se ele dissesse ‘PAUListas’ com sotaque, porque nestes dois dias todos seriam ‘PAUListas’ de coração. Aliás, confesso que nessa hora parecia que meu coração ia sair pela boca a qualquer momento. Quando entrei no camarim para fazer a maquiagem, ele ali sentadinho era o meu cliente. Eu precisava atender às exigências a que fui chamada e entregar o melhor trabalho. E o nervosismo de antes passou num instante!
Quando cheguei, fui recebida por uma assessora que me passou algumas recomendações. Uma delas era que a maquiagem deveria ser feita por completo, com pele corrigida, mas que deveria parecer extremamente natural e que ele não gosta de nada próximo dos olhos. Ela avisou que o cabelo ele mesmo costuma arrumar. Ela explicou que Paul usa os produtos dele, e disse que eu poderia oferecer os meus se achasse mais interessante, mas frisou que ele iria decidir o que seria bom ou não. Então, na hora em que fui fazer a maquiagem, fomos conversando e acabei usando alguns produtos meus e outros dele. Usei uma base em spray, corretivo nas olheiras, pó dois tons mais escuro por baixo da base para dar naturalidade, lip balm, máscara de cílios marrom com a escova quase sem produto e pó HD pra dar acabamento mais preciso. Aí ele fez um ensaio bem rapidinho com a banda e eu fiquei de olho se tudo estava no seu devido lugar. Na volta, ele cruzou por mim, bateu na minha mão, agradeceu falando o meu nome e foi para o palco!
Outra pergunta que todo mundo me fez foi como eu consegui o trabalho. Tenho uma amiga que conheci em uma produção da Ópera Aida em 2007, quando trabalhei de assistente de um maquiador alemão. Vi que ela estava à frente dessa superprodução e ofereci meu trabalho. Ela sabia que eu já tinha experiência nesse ramo, que falo inglês e deu certo, ela me chamou!
E no fim todo mundo queria saber onde estava a minha foto com Paul. Esse foi um dos protocolos que tive de seguir à risca. ‘NO PHOTOS PLEASE’, falou a inglesa de forma bastante categórica, e ‘NADA’ de autógrafos. Eu tinha levado meus discos de vinil na mochila, na esperança que ele autografasse. Mas tudo bem, eles chegaram bem pertinho do Paul, assim como eu. Ainda parece um sonho!”