Neste outono, a loja de departamento americana Nordstrom abriu sua nova unidade em West Hollywood, Califórnia, chamada Nordstrom Local, que diferentemente de suas filiais, não tem nenhum estoque de roupa pronta para serem compradas. Em vez disso, o consumidor pode experimentar as roupas, conversar com stylists e consultores de moda – com direito a manicure e drinks. E, caso você se interesse por algo, há disponível o serviço de retirada no mesmo dia ou entrega.
Essa iniciativa já é explorada por pequenas marcas, como a americana Bonobos, que, através de suas guideshops, não contam com estoque pronto, mas com atendimento personalizado através de um guia e o conceito walk out hands-free, que significa literalmente que você entra, compra, mas sai sem carregar nenhuma sacola.
Aqui no Brasil, quem trabalha assim é a basico.com, que tem lojas físicas e oferece experiências ao consumidor, mas faz a entrega das compras direto na sua casa.
Por mais que possa parecer estranho no momento, esses são só alguns exemplos e é provavelmente como várias lojas funcionarão no futuro. De acordo com alguns especialistas em venda vanguardistas, daqui cerca de uma ou duas décadas o ato de comprar fisicamente irá mudar e, assim, as compras se tornarão mais uma experiência de entretenimento sobre novos produtos e serviços em vez da tarefa mecânica do ato em si. Com isso, os problemas relacionados a compras, como longas filas e até a frustração pela procura de itens esgotados, serão eliminados.
Separamos uma pequena lista de alguns recursos que estarão disponíveis em um não-tão-distante futuro:
Pagamento através da retina
De acordo com o futurista Jim Carroll, com técnicas de identificação da íris ou digitais, poderá se dizer adeus para as longas filas e o uso de dinheiro, carteiras e até mesmo de smartphones. Alguns protótipos, como a Amazon Go em Seattle, exemplificam o grande aumento da conveniência que se dá através de pagamentos via um virtual shopping cart.
Menos compras, mais experiência
Foi aberto este ano na China pequenas cabines direcionadas para “maridos” entediados, que podem jogar videogames em vez de serem arrastados para as compras. É um bom exemplo do conhecimento crescente dos varejistas de como a compra física hoje em dia se faz cada vez menos necessária – e que algumas pessoas, de fato, odeiam.
Portanto, eventos e distrações servem para até mesmo haters aparecerem nos centros comerciais. De acordo com Doug Stephens, fundador da Retail Prophet e autor do livro Reengineering Retail: The Future of Selling in a Post-Digital World, “hoje, 70% de um shopping center é dedicado a varejistas e a maior parte deles vende roupas.Mas o modelo todo vai mudar e 30% será dedicado às compras e 70% a entretenimento, gastronomia e atividades em comunidade”.
Lojas que te reconhecerão
Mais do que nunca, o varejo tem tentado mesclar a experiência online com as operações em loja e essa sincronização logo estará completa. Ou seja, do mesmo modo que um site sabe quem você é quando você está tentando comprar online, as lojas te reconhecerão em seu espaço físico através da tecnologia de reconhecimento facial, recuperando na hora seu histórico de navegação e compras anteriores.
Sabendo de seus gostos pessoais, a loja poderá oferecer amostras gratuitas ou descontos em seus produtos favoritos. E também haverá os benefícios das compras online, com comparação de preços, frete grátis e histórico dos produtos.
Stephens, que usa o termo living websites ao descrever esses serviços, frisa que as opções de produto serão ilimitadas: “Você poderá pesquisar rapidamente tudo o que uma loja vende e encontrar ou personalizar a coisa exata que deseja. Um scan de seu pé será enviado para uma impressora 3D que fará calçados customizados no próprio local”.
Experimente antes de comprar
As lojas encorajarão os consumidores a interagir com seus produtos, com a ideia de que isso pode resultar na fidelização dos consumidores. Ano passado, a Samsung abriu um centro cultural imersivo em Nova York, onde não havia nenhum produto à venda. Em vez disso, possuía uma parede de três andares com telas digitais, um estúdio multimídia e uma cozinha demo para mostrar o uso de aparelhos inteligentes. Lá, o público era recebido com festas, filmes, lançamentos de livros e palestras de pessoas de diversas áreas.
Consumidores do futuro poderão ver, experimentar e até mesmo sentir roupas em qualquer estilo, tamanho, cor e tecido imaginável, graças a scanners biométricos e realidade aumentada. E, provavelmente, não será necessário nem se quer ir até a loja. “Com a realidade virtual, você poderá sentar-se ao volante de uma Mercedes Benz na sua sala de estar para sentir literalmente como é dirigi-lo”, diz Stephens. “Você pode virtualmente visitar um quarto de hotel que você está pensando em reservar ou andar por um restaurante…”