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    Bate-papo sobre tecnologia, inovação e mais no segundo dia do Projeto Estufa
    Bate-papo sobre tecnologia, inovação e mais no segundo dia do Projeto Estufa
    POR Redação

    Por Marília Abib

    Álvaro Machado Dias, neurocientista cognitivo com extenso currículo acadêmico, e Eduardo Oda, matemático computacional fundador do primeiro hackerspace da América Latina, o Garôa, iniciaram o segundo dia de Projeto Estufa no Farol Santander nesta quarta-feira (24.10) com a masterclass Blockchain, singularidade e o sentido da mudança. Ambos trouxeram para o público da moda um diálogo sobre neurociência, singularidade e o rápido desenvolvimento da computação que atualmente presenciamos.

    MASTERCLASS BLOCKCHAIN, SINGULARIDADE E O SENTIDO DA MUDANÇA © GABRIEL CAPPELLETTI / AGÊNCIA FOTOSITE

    MASTERCLASS BLOCKCHAIN, SINGULARIDADE E O SENTIDO DA MUDANÇA © GABRIEL CAPPELLETTI / AGÊNCIA FOTOSITE

    De obras de arte interativas à previsão de comportamentos, tudo pode ser feito com nossas ondas cerebrais – ou com o poder da mente, se preferir. Parece o relato de um filme de ficção científica futurista, mas Álvaro e Eduardo mostram que essa já é a realidade do nosso tempo. Em 2013, Álvaro desenvolveu no museu de Inhotim, em Minas Gerais, a primeira projeção controlada por pensamento e afirma existirem correlatos neurais em nossas decisões, o que permite prever escolhas a partir do funcionamento da mente.

    ÁLVARO MACHADO DIAS © GABRIEL CAPPELLETTI / AGÊNCIA FOTOSITE

    ÁLVARO MACHADO DIAS © GABRIEL CAPPELLETTI / AGÊNCIA FOTOSITE

    Essa mudança de paradigma que a tecnologia causou com um desenvolvimento incrivelmente acelerado nos últimos anos, que nos permite robotizar o pensamento, traz questões angustiantes sobre a possibilidade de não sermos mais os únicos seres pensantes, conscientes. Bots que criam uma nova língua, robôs que entendem mais de física quântica do que qualquer outro humano ou que dominam jogos tradicionais milenares são exemplos de que a inteligência artificial representa um adversário tão ou até mais capaz do que a humanidade. O termo singularidade se refere ao medo/realidade da inteligência artificial mudar o mundo como o conhecemos hoje, substituindo as funções humanas.

    Mas, talvez, enxergar a singularidade de maneira tão distópica seja um erro. Segundo Eduardo, “agora temos uma conectividade maior. A internet possibilita uma troca de informação de mão dupla. Eu não tenho só mais um input através da televisão, jornal ou rádio. Agora eu recebo, produzo e entrego informação, eu participo. Essa via de mão dupla começou a gerar uma mudança que reflete em serviços, em coisas que começamos a utilizar sem nem entender muito o que era. Como o Napster, torrents, e coisas do tipo que vão trazer a ideia da conexão ponto a ponto. A relação eu e você. E não eu com alguma coisa. Esse mindset ponto a ponto vem pensando as relações. E com isso vem pensando também o que seria a singularidade.”

    EDUARDO ODA © GABRIEL CAPPELLETTI / AGÊNCIA FOTOSITE

    EDUARDO ODA © GABRIEL CAPPELLETTI / AGÊNCIA FOTOSITE

    Lina Lopes, artista e consultora em mídias digitais, traz uma perspectiva mais tangível da tecnologia com seus wearables no talk O Corpo Exandido: Experiências em vestíveis inteligentes e biomateriais. “O meu corpo sempre foi o motivador para meu trabalho, grande disparador para várias questões”, declara. A necessidade de usar um corretor postural, devido a sua escoliose, foi o que motivou seus estudos com wearables. Algum tempo depois, Lina já desenvolvia um leitor neural para seu bebê de dois meses, uma prótese dentária que possibilitaria a comunicação via código morse e uma roupa performática inflável para drag queens.

    LINA LOPES © GABRIEL CAPPELLETTI / AGÊNCIA FOTOSITE

    LINA LOPES © GABRIEL CAPPELLETTI / AGÊNCIA FOTOSITE

    Pode parecer que sim, mas nem todas iniciativas do futuro envolvem cálculos inimagináveis e artefatos mirabolantes. É o que mostra Rozália Del Gáudio, Gerente Sênior de Comunicação e Sustentabilidade na C&A Brasil, durante o talk A Economia Circular #VistaAMudança: como fazer uma moda com impacto positivo?  Junto de sua equipe, Rozália luta para que a C&A seja a empresa mais sustentável do varejo até 2020 e afirma que “a moda pode ser uma força para o bem”. Trabalhando cada vez mais com fornecedores A e B, e utilizando algodão mais sustentável, a marca oferece uma moda que permite com que as pessoas se expressem e gerem um impacto positivo.

    ROZÁLIA DEL GÁUDIO © GABRIEL CAPPELLETTI / AGÊNCIA FOTOSITE

    ROZÁLIA DEL GÁUDIO © GABRIEL CAPPELLETTI / AGÊNCIA FOTOSITE

    Para agregar ao intenso dia do Projeto Estufa, Mana Bernardes e Tatiana Dutra explicam como criar preciosidades com resíduos de maneira artesanal, no workshop Preciosidades – o luxo do lixo:  Sistema autoral como ferramenta política de ação criativa. Já Mau Maker, no workshop Brain Machine, ensina como criar uma máquina, que ao projetar luzes e emitir sons, induz um certo estado de consciência no indivíduo.

    E na passarela, as marcas Helena Pontes, e Korshi 01 desfilaram suas coleções no SPFW.

    As palestras e aulas do Projeto Estufa continuam nesta quinta-feira (25.10), com atividades divididas entre o Farol Santander e o espaço ARCA na Vila Leopoldina. Veja a programação completa aqui

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