Foi mais ou menos nessa época, no ano passado, que a dominação mundial do OnlyFans começou. A plataforma, que funciona como uma rede social e tem a proposta de oferecer conteúdo exclusivo por assinatura, tem a maior parte de seus usuários no ramo de produção de conteúdo erótico e sensual amador.
O boom da plataforma aqui no Brasil aconteceu nos primeiros meses de quarentena e isolamento social. Ao mesmo tempo em que supria, em parte, o contato físico e sexual através das redes sociais, também apresentou uma alternativa de renda inusitada para várias pessoas que tem passado dificuldades da pandemia, seja por terem perdido emprego e retração econômica.
Um ano depois, o OnlyFans segue consolidado no cenário internacional, com um crescimento menos expressivo que o TikTok, mas notoriamente estável. Hoje, ainda, a rede social adquire novos contornos para criativos das mais diferentes áreas, servindo como uma plataforma de assinatura de conteúdo exclusivo que tem se desvencilhando do teor sexual, exclusivamente. Cardi B foi uma das primeiras celebridades a usar a plataforma para dar informações exclusivas para seus fãs sobre novos lançamentos; aqui no Brasil, Anitta também se tornou adepta da plataforma com conteúdos ousados, apesar de não-sexuais.
Uma série de outros criativos e artistas emergentes também tem encontrado refúgio na plataforma como uma forma de monetizar seu trabalho, fora da “terra-sem-lei” do Instagram.
Página da cantora Anitta no OnyFans
Essa parcela de usuários se tornou tão representativa na plataforma, que o OnlyFans criou o seu primeiro fundo para apoiar artistas emergentes da indústria criativa. A iniciativa começa quatro artistas para serem apoiados com a verba de 140 mil reais, que serão selecionados por um júri composto pelo CEO do OnlyFans, Stefflon Don, o designer Henry Holland e Suki Waterhouse. A iniciativa vem na linha de apoiar novos criativos e estender a atuação da plataforma para além do conteúdo erótico com, por exemplo, performances exclusivas do OnlyFans. A escolha por músicos ingleses quer estreitar a diferença com artistas norte-americanos – onde a adesão à plataforma já é bem maior.
https://twitter.com/OnlyFans/status/1372504341555388426?s=20
A ideia de utilizar plataformas de assinatura como forma de monetizar o trabalho de artistas e criativos independentes não surge com o OnlyFans. Outras plataformas como o Patreon e o Apoia-se, aqui no Brasil, já apresentavam a proposta de conteúdo exclusivo sob assinatura e com a adesão de alguns artistas e produtores de conteúdo. No entanto, a popularidade do OnlyFans e a interface no formato de rede social foi fator decisivo para fazer do serviço uma plataforma de maior adesão para criativos independentes.