Roberto Cavalli durante coletiva de imprensa para promover parceria com a C&A ©Ricardo Toscani
Roberto Cavalli ama as mulheres. E a moda. E as mulheres. E a arte, e a natureza. Já falamos que ele ama as mulheres? Em São Paulo para apresentar a sua coleção colaborativa com a C&A, que chega exclusivamente às lojas brasileiras da rede no dia 5 de novembro, o estilista esbanjou simpatia (e muitos galanteios às repórteres, que eram grande maioria entre os poucos homens) durante coletiva de imprensa sobre a parceria com a varejista. “A minha marca é muito cara. Andando na rua, uma garota jovem e linda como você me diz: ‘Eu amo a sua moda, mas não posso gastar tanto’. Aceitei [a proposta] porque queria faze-la feliz, vestir a mulher que quer Roberto Cavalli”, explicou ao FFW.
Aos 72 anos, em ótima forma e vestindo um terno impecável adornado com uma echarpe com textura de pele de cobra, o estilista abandonou sua cadeira logo no começo do evento e preferiu ficar em pé, andando para perto das pessoas que faziam as perguntas. Dispensou também a tradução simultânea e falou o tempo todo no seu inglês de pesado sotaque italiano, exceto nos poucos momentos em que a barreira da linguagem foi mais forte que o poder da gesticulação. Ao fim da meia hora de entrevista, que tratou até das famosas festas que promove em seu iate, ele ainda mandou um “Vocês são maravilhosos! Amo vocês!” e fez questão de posar para fotos ao lado das pessoas.
Leia abaixo os melhores momentos da coletiva:
Sobre o que acha da mulher brasileira: “Essa é uma pergunta muito difícil. Meu Deus. O que acho da mulher brasileira? O que eu amo na mulher brasileira? Não sei como explicar; posso te dizer que quando faço os castings para os meus desfiles, chegam centenas de lindas mulheres. Mas então uma delas me olha diferente. E eu pergunto: ‘Você é brasileira?’. E ela: ‘Sim! Como você sabe?’. ‘Não sei. Mas você é diferente das outras’. Elas são diferentes. Elas têm certeza da sua própria beleza. E isso é muito poderoso”.
Sobre o que acha da moda brasileira: “Não conheço muito; só sei de um designer brasileiro cujo nome não vou falar, que me copia e eu não gosto dele, mas é isso. Não conheço muito da moda brasileira, e talvez seja melhor assim, porque as mulheres brasileiras deviam vestir designs italianos”.
Sobre a influência do Brasil na criação da coleção para a C&A: “Não houve nenhuma influência, porque hoje a moda é internacional. Quando uma mulher quer ser sexy, não importa se é russa, italiana, seja o que for”.
Roberto Cavalli posa para os fotógrafos ©Ricardo Toscani
Sobre por que decidiu começar a colaborar com empresas de moda popular: “Tive a primeira experiência há seis anos com a H&M e gostei muito. Porque a marca Roberto Cavalli é muito cara. Andando na rua, uma garota jovem e linda como você me diz: ‘Eu amo a sua moda, mas não posso gastar tanto’. Quando a H&M me pediu para criar para eles, pensei como poderia fazer essa garota feliz. E desde então muitas outras companhias me fizeram propostas. No ano passado, a C&A me convidou, e eu falei: ‘Por que não? Já faz seis anos, o Brasil é o meu país favorito, as minhas garotas brasileiras são muito especiais, e sexy para as minhas roupas’. E aceitei. Porque queria faze-las felizes, vestir a mulher que quer Roberto Cavalli”.
Sobre seu amor pela natureza e pelas estampas de bicho, sua marca registrada: “As pessoas sorriem quando digo que aprecio muito as criações de Deus. Olho ao meu redor e vejo as cores da natureza, aprecio o verde das folhas, a mudança da cor do mar com a variação da luz, e como ela combina com a cor do céu. E então descubro que o “vestido” mais lindo é o que veste a cobra, um leopardo, e comecei a fotografar. Meu primeiro design de leopardo foi feito a partir de uma foto clicada bem de perto. Se você olhar o meu leopardo, você consegue ver até os pelos. Todos me copiaram depois, mas o meu parece de verdade. Onde está o meu celular? (pede o celular para a assistente). Eu estava pescando há algumas semanas, e peguei um peixe (mostra a foto no celular para a jornalista), e o pescador falava “cuidado, ele é perigoso”, mas eu olhava de perto, ele tinha estampa de leopardo, fantástico!”.
Roberto Cavalli ao fim da coletiva para promover parceria com a C&A ©Ricardo Toscani
Sobre como cria suas peças: “Procuro conhecer a mulher, o que ela quer, depende do momento. Quando preciso criar um vestido para o tapete vermelho, ou um par de jeans, penso no que seria sexy. É uma pergunta muito difícil. Vou pensar hoje à noite e te ligo”.
Sobre quem ele convidaria se fizesse uma de suas famosas festas no Brasil: “Todas vocês, é claro, vou mandar os convites. Convidaria a Adriana Lima porque ela é meu tipo. (risos gerais) Convidaria muitas modelos. E nenhum homem”.
A coleção da C&A + Roberto Cavalli é composta por 57 modelos e tem como ponto de partida os best-sellers do estilista italiano, que se estabeleceu no mercado internacional nos anos 1970 com suas técnicas inovadoras de estamparia em couro. Esta linha especial, com preços de R$ 39,90 a R$ 799, é composta por tops, camisas, calças, vestidos, saias, jeans, shorts e blazers, além de sandálias, colares, pulseiras, cintos e bolsas. Têm presença forte, obviamente, as estampas e as figuras de tigre, zebra e leopardo. Os tecidos são seda, jersey de seda, cotton alfaiataria e cotton satin. A lista completa das 47 lojas da rede que receberão a coleção será divulgada no blog da C&A. Veja abaixo alguns dos itens preferidos do FFW: