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    FFW em Milão: a Sicília de Dolce & Gabbana, as party girls da Pucci e + do fim de semana
    FFW em Milão: a Sicília de Dolce & Gabbana, as party girls da Pucci e + do fim de semana
    POR Redação

    Direto de Milão

    As party girls da Pucci

    Muitas jaquetas e cinturões no desfile da Pucci ©Juliana Lopes

    Ainda que muitos elementos da Pucci que vimos antes estivessem na passarela, os ares de noitada hip-hop-fino trouxeram uma inspiração jovem necessária nesse momento da moda. Nos looks e ao redor. O Palazzo Serbelloni, locação do desfile, colaborou muito pra imagem que a coleção passou. Não foi a primeira vez que a Pucci desfilou lá, mas no sábado à noite, as paredes neoclássicas foram cenário perfeito, com um casting bem escolhido e montado. Com jaquetas, cinturões, fendas, brilhos, estampas exageradas pop-étnicas, paetês. Modelagens muito largas, ou muito justas. Muito curtas ou muito compridas, nada pela metade. Cabelões repicados decadentes e sexies. Iluminação que quase não iluminava. E as meninas entravam e saíam daquelas salas labirínticas como quem entra e sai da boate. Hanne Gaby Odiele fez até uma dancinha simpática. E pensar que Napoleão Bonaparte já dormiu naquele lugar!

    Piriguetismo-rocker da Versace

    Três momentos da Versace: pele à mostra e ar rock’n’roll ©Imaxtree

    O esforço em afirmar o briefing de uma moda rock and roll apareceu sobretudo na camiseta que Donatella exibiu no final do desfile. Era uma camiseta de banda, dessas que se vende na porta de shows, com as datas da turnê atrás. Camiseta que Donatella inclusive deu de presente pras modelos que desfilaram. Mas para sair do desfile com essa imagem em mente era preciso esquecer alguns looks que interferiram a vibe rock e nos fizeram viajar pra outros lados. Dá vontade de esquecer um pouco o Versacismo básico e pensar em como é interessante ver uma t-shirt num desfile desses. No despojamento que essa atitude afirma. Donatella de tshirt é realmente uma aparição. Se for para traçar então um denominador comum entre todos os looks, o que exalta são os decotes ainda “mais decotados”, os umbigos ainda mais de fora e outros itens de um atrevimento autorizado (Versace pode). Nem tão despojada, nem tão perua, no máximo um piriguetismo-rocker. +Veja a coleção completa aqui

    Na Dolce & Gabbana, mais um capítulo da novela siciliana

    Entrada final do rico desfile da Dolce & Gabbana, um dos destaques de Milão ©Juliana Lopes

    Não tem jeito, as raízes sicilianas são mesmo a alma da Dolce & Gabbana e a ideia pegou de um modo tão forte que ainda que esqueçam a palavra barroco, o barroco estará lá. O coque baixo de viúva que vai na igrejinha, as rendas, as flores, os brincos e colares pesados. A atitude provinciana e intacta, de um mundo em que revistas de moda não chegam nas bancas de jornal. As mulheres italianas, e as não italianas, gostam muito de se parecer com aquela italiana ali. A vantagem de acompanhar a novela siciliana da Dolce & Gabbana é que chega sempre o próximo capítulo. E o capítulo que acabamos de ver nos fez lembrar de informações geográficas-culturais típicas daquele lugar. A Sicília é um pedaço da Itália que já é quase África. O imaginário do europeu racional vai embora. Fica a influência grega e árabe. E essa Itália existe na nossa memória hoje por causa de Dolce & Gabbana. + Veja a coleção completa aqui

    Roberto Cavalli, quem diria, mais minimal

    Lindo final da Cavalli, que surpreendeu com coleção menos exuberante ©Juliana Lopes

    Cavalli é o rei da estampa animal, das mulheres que parecem saídas de um filme “Mad Max” com peles e penas apoiadas nos ombros das “guerreiras”. Obviamente sempre misturado com brilho, vinil e acessórios. Então quando um criativo de natureza exuberante resolve ser mais minimal, não fica minimal. Mas surpreende. Menos camadas de tecidos e informações, um styling mais simples com roupas menos rebuscadas. Foi pitoresco, e bonito, ver um Cavalli delicado. Não deixou de lado sua verve, sabemos que é ele, mas em looks mais nus, leves, práticos. As túnicas em cores suaves transmitiram lirismo. Isso só parece ser possível numa carreira de longa pesquisa de estilo, numa marca madura e tradicional como a Roberto Cavalli.

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