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    Direto da “Mag!”: as cenografias dos desfiles internacionais
    Direto da “Mag!”: as cenografias dos desfiles internacionais
    POR Camila Yahn

    Cenografia do desfile Inverno 2013/14 da Prada, criado pelo arquiteto Rem Koolhaas ©AMO/Divulgação Prada

    * Matéria publicada na edição 34 da “ffwMag!” dentro do caderno FFW_Impresso

    Não há limites para impactar o público em um desfile. A moda ainda se encontra na era de cenários grandiosos e surpreendentes e a profissão do cenógrafo é cada vez mais prestigiada e fundamental. Através de locações e montagens, que traduzem a visão do diretor criativo da marca, esses profissionais transportam a audiência para outras dimensões e a ajuda a embarcar na proposta da grife. Uma passarela pode contar uma história, criar climas, fazer rir ou chorar e transformar os desfiles em espetáculos poéticos. É a primeira coisa a ser vista logo quando entramos na sala. A primeira pista do que deve vir.

    Por trás desses cenários, há escritórios especializados em traduzir as ideias dos estilistas. O AMO, de Rem Koolhaas, e o Bureau Betak, do diretor criativo Alexandre de Betak, estão entre os nomes mais ativos do mercado. O primeiro faz as apresentações de Prada e Miu Miu; já o segundo está por trás das passarelas de Viktor & Rolf, Victoria’s Secret e Dior, de quem é parceiro desde os tempos de John Galliano.

    O planejamento para um desfile deste porte pode começar até um ano antes, para pesquisa de locações e desenho do projeto. Segundo Betak, a criação de cenografias é uma das poucas funções que oferece tantas opções na moda: “Posso brincar com pessoas, talentos, efeitos especiais, neve, gelo, fumaça, lasers, luz negra… Não há limites”, disse em uma entrevista à imprensa internacional.

    Esses profissionais reúnem a mesma dose extraordinária de criatividade e técnica para realizar um trabalho nada simples: continuar a ter novas ideias, a cada temporada, para a mesma plataforma e para a mesma audiência. E ainda emocionar e fazer com que, entre tantos elementos em um desfile, seu trabalho seja lembrado.

    Abaixo, alguns dos cenários mais marcantes entre Milão e Paris, da temporada de Outono/Inverno 2013.

    CHANEL

    A cenografia do desfile prêt-à-porter da Chanel Inverno 2013 ©Divulgação Chanel

    Com estrutura de vidro e ferro e arquitetura da escola de Belas Artes de Paris, o Grand Palais já é um cenário impactante. Mas para comemorar seu centenário, a Chanel construiu um globo gigante que girava lentamente repleto de bandeirinhas iluminadas que mostravam as regiões onde a marca está presente ao redor do mundo. Os cenários e locações dos desfiles da grife são sempre o ponto alto das temporadas por sua capacidade de surpreender. Na trilha produzida por Michel Gaubert, trechos de “Around the World”, do Daft Punk, para marcar o caminhar das modelos, que andavam em torno do Mondo Chanel.

    DIOR

    O cenário lúdico e surrealista da Dior ©Divulgação Christian Dior

    A cenografia foi pensada por Raf Simons, diretor criativo da marca, e realizada pelo Bureau Betak, partindo da inspiração-chave da coleção: a persistência da memória, os pensamentos, sentimentos e experiências que inspiram o processo criativo através da passagem do tempo. O conceito tem como referências o surrealismo e o pop, reunidos em uma montagem com bolas de espelho gigantes, em uma atmosfera escapista e viajante.

    JEAN PAUL GAULTIER

    Cenografia de Gaultier joga com luz e sombras ©Patrice Stable p/o Jean Paul Gaultier/Divulgação

    O desfile aconteceu na tradicional casa de espetáculos Salle Wagram, em Paris, onde Gaultier mostrou suas coleções mais icônicas nas décadas de 1980 e 1990. Na boca de cena, uma grande tela vermelha com as iniciais do estilista e um jogo de luz que mostrava as sombras dos corpos das modelos criavam um clima irreverente, que reflete o bom humor do estilista.

    PRADA

    Cenografia da Prada, com telas que parecem janelas ao fundo ©AMO/Divulgação Prada

    O escritório AMO criou um lindo cenário que é o oposto de uma passarela tradicional. O público sentava em uma “ilha” central de madeira, enquanto ao seu redor havia vários pequenos ambientes que apenas davam pistas de uma rotina doméstica. Tanto o palco quanto a ilha foram construídos em madeira; os móveis foram feitos especialmente para a Prada, em madeira, metal e plexiglas, em combinações de texturas e cores de papel.

    MIU MIU

    Passarela futurista no desfile da segunda marca de Miuccia Prada ©AMO/Divulgação Miu Miu

    Com o tema Compressão, o AMO mais uma vez investigou a arquitetura monumental do Palais d’lena, projetado por August Perret. A passarela foi desenhada como um espaço profundo e comprimido através de efeitos de luz e materiais industriais, como o metal negro, que cobriam uma sequência de tubos fluorescentes em cima e embaixo. Perfeito para mostrar a coleção com pegada industrial e esportiva ao som de “This City Never Sleeps”, do Eurythmics.

    LOUIS VUITTON

    O impressionante corredor de hotel criado pela equipe da Louis Vuitton ©Louis Vuitton / Frederique Bonnet

    A cenografia remetia ao glamour de um hotel, com 50 portas fechadas. A cada instante, uma modelo abria a porta e saía lá de trás, deixando o “quarto” exposto. E através da porta aberta, podíamos ver projeções de hóspedes glamourosas se vestindo ou andando pelo quarto. O clima misterioso e sexy, transformava a audiência em voyeur, sempre querendo dar mais uma espiada, até que a porta era fechada.

    Veja abaixo mais fotos das cenografias dos desfiles:

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