Pedro Lourenço ao final de seu desfile ©Imaxtree
O estilista Pedro Lourenço está entre os sete finalistas do prêmio francês ANDAM (Associação Nacional para o Desenvolvimento dos Ofícios de Moda), que tem Pierre Bergé como presidente. Pedro concorre com nomes bastante conhecidos como Iris Van Herpen e Olympia Le-Tan (que ficou famosa com as bolsas em formato de livros). Receber essa indicação já é um feito, mas Pedro enxerga com pouco deslumbre. “Todos os projetos nos quais me envolvo são sérios. Este é mais um em meio a muitos outros deste ano e estou me dedicando para que tenha os melhores resultados”, diz o estilista ao FFW. Reveja aqui a coleção de Inverno 2013 de Pedro Lourenço.
O ANDAM, fundado em 1989 por Nathalie Dufour, oferece um prêmio de €250 mil para o vencedor, além de outros benefícios. “Identificamos talentos emergentes na moda contemporânea e oferecemos a eles maneiras de existir como profissionais, estabelecer e desenvolver sua marca na França e produzir um desfile durante a semana de moda de Paris, perpetuando assim o dinamismo da cena de moda parisiense”, diz Bergé.
Os sete finalistas vêm de países como Brasil, China, Líbano e França, e foram selecionados por um júri de 23 membros que se mantêm anônimos. “Graças ao suporte de nossos parceiros, a competição de 2013 é uma edição excepcional. Estou muito orgulhosa de reunir os principais atores de nossa indústria criativa para apoiar estes jovens designers”, diz a diretora Nathalie Dufour. A iniciativa tem, entre seus patrocinadores, marcas como Saint Laurent, Longchamp e Swarovski.
Os finalistas do ANDAM 2013 são: Alexandre Mattiussi (AMI), Iris Van Herpen, Maison Rabih Kayrouz, Masha Ma, Olympia Le-Tan, Pedro Lourenço e Yang Li.
Leia abaixo a entrevista que Pedro concedeu ao FFW por email.
Como você se sente sendo nomeado por um projeto tão sério?
Todos os projetos nos quais me envolvo são sérios. Este é mais um em meio a muitos outros deste ano, e estou me dedicando para que tenha os melhores resultados.
Qual o significado de um prêmio como este na carreira de um jovem designer?
O maior benefício de um prêmio como este é o apoio financeiro e a credibilidade diante da indústria da moda.
Você acha que estar ao lado de designers conhecidas, como Iris Van Herpen e Olympia Le-Tan, de certa forma chamam atenção para o seu trabalho fora do Brasil?
Quando penso em meu trabalho, o que dá aval a ele é o meu ponto de vista e a qualidade, e não a visão de outros como comparativo. Acredito ser interessante o fato de os três possuírem pontos de vista muito diferentes.
Em que estágio você se encontra em sua busca por estabilidade e reconhecimento na moda internacional?
Com o tempo tenho aprendido que os melhores resultados e desenvolvimentos são lentos e sólidos. Estou em um estágio de solidificação do meu business, para uma expansão voltada à qualidade do produto e da imagem.
O que você mais tem aprendido com a experiência de trabalho fora do Brasil?
Exigência.
Quais os momentos mais difíceis e os mais prazerosos nesse processo?
O mais prazeroso é poder expressar meu ponto de vista e vê-lo se tornar realidade na rua. O mais difícil pra mim, que sou uma pessoa com mais talento criativo, é ter que me dividir entre a administração do meu negócio e a criação das coleções, já que optei por este caminho para evitar investidores controlando o crescimento da minha marca em um momento tão crucial.
O que você achou da matéria publicada na “Piauí” sobre o seu trabalho?
Em minha opinião, a Daniela Pinheiro é uma jornalista excepcional. Esta foi, até hoje, a melhor matéria sobre mim. Fiquei impressionado como ela conseguiu entrar e retratar um universo que não é o dela.
Pensa em voltar a desfilar em São Paulo?
Na verdade, São Paulo é a minha cidade e o Brasil é o meu país. Gosto de fazer desfiles esporádicos aqui para as minhas fieis clientes. No mês que vem, em junho, a Samsung e eu convidaremos para o desfile da minha coleção cápsula.