François Henri-Pinault, CEO do PPR, está de olho na China ©Reprodução
O avanço da indústria da moda para conquistar a terra prometida do século 21 – ou seja, a China – progride a passos largos: de acordo com o “Bloomberg”, a PPR, holding francesa detentora da Gucci, Balenciaga e Bottega Veneta, está em processo de aquisição de uma marca de luxo chinesa. A informação foi divulgada pelo próprio CEO do grupo, François-Henri Pinault, em entrevista publicada nesta segunda-feira (09.07) pelo jornal “Hong Kong Economic Times”.
Segundo o “Bloomberg”, Pinault afirmou que as negociações estão em fase inicial, mas que a intenção é que até o final de 2012 já estejam concluídas. O francês ainda adicionou que está “muito otimista” com a empreitada e com as perspectivas de crescimento da PPR na China, que, aliás, aumentou seus rendimentos em 18% apenas no primeiro trimestre do ano. Em recente pesquisa da Bain & Co. e Fundação Altagamma, disponibilizada pelo “WWD”, os consumidores chineses são hoje responsáveis por 20% do lucro total do mercado de luxo e, apesar de certa desaceleração na economia local, espera-se a elevação desses números em 18% a 20%, enquanto globalmente a expectativa é de somente 6% a 7%.
Em setembro de 2011, Pinault já havia relevado ao “Bloomberg” a intenção de adquirir uma marca chinesa com “identidade própria”, que não seguisse o conceito europeu de luxo. Paul Michon, porta-voz do PPR, confirmou o novo projeto da holding; no entanto, negou-se a dar mais informações sobre o negócio.
Mais que crescer financeiramente, o investimento maciço de conglomerados na China parece ser uma forma de sobreviver ao declínio das antigas economias ocidentais. O grupo Hermès, por exemplo, criou em 2010 a Shang Xia, grife desenvolvida especificamente para o público chinês; já a Prada abriu em junho de 2011 seu capital (IPO) e colocou suas ações para serem negociadas na Bolsa de Valores de Hong Kong.