Por Juliana Lopes, em Milão
©FFW
Não dá para analisar a moda italiana só com aquela impressão que temos da mulher italiana típica: elegante sim, mas com curvas, com gestos e vozes nada contidos, um gosto pela gastronomia farta, noitadas com prosecco, verões exuberantes. Essa mulher seria apenas Versace, Dolce & Gabbana, Cavalli. Mas essa mulher também quer olhar o futuro apresentado pela Prada! E não tira o pé do clássico apresentado pela Ferragamo. E agora? Bom, parece que chegamos a uma conclusão nesta temporada: a mulher hoje pode e quer ser mente & corpo. A moda captou esse desejo de ser conceitualmente sensual. Ou seja, a sensualidade e o romantismo são pensados e calculados. Como fazer isso? Milão explica:
1) Descendo as saias na altura do joelho ou até mais pra baixo. Se é vontade coletiva ou imposição da moda, não vamos discutir aqui. Mas intuitivamente podemos concluir que isso deve ser uma tendência de parecer mais elegante, não?
Vemos isso em:
Looks da Prada, Dolce & Gabbana, Jil Sander e Iceberg ©ImaxTREE
2) Ficando de olho nos valores racionais trazidos pelo modernismo (highlights históricos: da Art Noveau no fim do século XIX à escola de Bauhaus, fundada em 1919) que criaram uma estética internacional pura, clara, reta e limpa que invadem a passarela tirando qualquer poeira de algo mais fluido ou “passageiro”.
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Looks da Prada, Gucci, Marni e Jil Sander ©ImaxTREE
3) Lembrando-se de que cintura marcada, principalmente acima do umbigo, continua a ser uma estratégia de elegância explorada pelo mundo da moda. Para investir nessa modelagem é preciso ser muito consciente das proporções (é tudo mais pensado, lembra? É tudo medido e racionalizado!).
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Looks da Prada, Fendi e Gianfranco Ferrè ©ImaxTREE
4) Entendendo as trends mais vanguardistas, que representam uma informação de moda ainda mais apurada: sandália com meia (que a Prada já tinha apresentado), mini tops (elegantérrimos porque não mostram o umbigo, para quem tem estilo e corpo magro) e sobreposições de saias com transparências.
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Looks da Dolce & Gabbana e Emilio Pucci ©ImaxTREE
Sobreposição com transparência: dois looks da Jil Sander, à esq.; à dir., dois looks Marni, com adição da sandália com meia ©ImaxTREE
6) Controlando o make up. Porque já era um grande exemplo ver importantes editoras de moda, buyers elegantes e alguns fashionistas usando uma maquiagem que parece “nada”. Ou seja, uma maquiagem “realista”, encaixando-se com a cor e o tipo de rosto de cada um, sem chamar atenção. O makeup artist Peter Philips, responsável pela beleza de Jil Sander, resumiu essa tendência como uma “beleza controlada”. De novo, o racionalismo.
Looks da Jil Sander e Prada ©ImaxTREE
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