Lazaro Hernandez e Jack McCollough, estilistas da Proenza Schouler ©Reprodução
Existe uma diferença entre o luxo americano e o europeu? Certamente, mas o questionamento foi feito pela editora de moda do “Finantial Times”, Vanessa Friedman, que se aprofundou mais no assunto. De acordo com um artigo publicado por Vanessa em seu blog, ela vem pensando nisso desde que foi publicada a notícia de que a marca americana Proenza Schouler receberia um investimento milionário.
De acordo com ela, quando parte da marca foi vendida ao Grupo Valentino (que também tem um contrato de 10 anos de licensiamento da M Missoni), o objetivo do Grupo era colocar a Proenza Schouler no patamar de grifes de luxo como Hugo Boss pelas bandas europeias, mas o resultado não foi bem esse. De acordo com o release oficial após o término das negociações, o Grupo Valentino afirmou que “o negócio da Proenza é o futuro do luxo americano e ela está pronta para competir no mercado global, atualmente dominado por designers europeus”. Para Vanessa, a pergunta mora aí. Por que então, no anúncio, eles não disseram que a grife era apenas o “futuro do luxo”?
“De início, é possível pensar que tem a ver com estilo, a diferença entre uma estética yankee, diferente da europeia”, afirma Vanessa. No entanto, ela já afirma que, das marcas mais novas de sucesso nos EUA (como Jason Wu e Derek Lam), a Proenza Schouler é a que menos grita “Americana!”. A Proenza sussura “cool chique” e o que faz a marca ser americana é o fato dela estar baseada nos EUA. “O que parece uma distinção ridícula, mas quando o assunto é lançar um negócio de moda, produção, fábricas, distribuição e proteção de copyright, é importante onde você está baseado”, diz.
Friedman ainda explica que essa é uma das razões por que tantas marcas da Europa ainda veem seus negócios nos Estados Unidos como estando no estágio inicial. “As logísticas do mercado são diferentes”, conta. Para ela, talvez este seja um dos motivos para a grife americana ter se unido a um grupo de investimento europeu.
Essa é uma discussão que rende muito assunto. No Brasil também há esse tipo de questionamento. Você é um estilista brasileiro porque aqui nasceu, e não significa que tem que colocar elementos de brasilidade em seu trabalho. Certo ou não? E vocês, acham que a “diferença de luxos” é uma questão estética ou comercial?