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    Resumo #SPFW inverno 2011: do real ao virtual nos desfiles do dia #2
    Resumo #SPFW inverno 2011: do real ao virtual nos desfiles do dia #2
    POR Redação

    colagem© Romeu Silveira

    O que vale mais: forma ou conteúdo? É essa a pergunta que ficou  num dia que trouxe desfiles que prezavam pelos dois extremos. É fato que a internet, com toda sua abrangência e aparente democracia, proporciona infinitas possibilidades para o modo como se apresenta comunica moda. Mas depois de um dia cheio daquela a emoção do ao vivo, aquela que se sente aos suspiros e mini-aplausos, as maravilhas tecnológicas de repente parecem à anos luz da paixão _humana_ que faz com que um simples terno todo desconstruído e recortado ganhe proporções jamais imaginadas.

    Embarcando na onda digital, a Ellus trocou sua passarela tradicional por uma tecnológica . Para o inverno 2011 os convidados da marca sentaram-se em uma pequena sala de cinema, com direto a pipoca e óculos 3-D. A coleção ao invés de ser apresentada em diversas modelos, vem com uma só, Aline Weber, estrela do vídeo assinado pelo fotógrafo Jaques Dequeker e Marcos Mello. Caminhando por uma passarela cercada por arcos de luzes neon, mostrou looks de silhueta próxima ao corpo, jeans resinados e aquela pesquisa têxtil que vem pautando as coleções. Para dar conta da ausência de toque, os convidados puderam olhar peça a peça em araras num camarim, após a projeção.

    Valeu a pena por abrir caminho para esse tipo de apresentação aqui no Brasil. Algo até então inédito nas fashion week tupiniquins, os filmes de moda mostram-se como boas alternativas e ainda com muito potencial a ser explorado. Agora, se chegam substituir a passarela, aí já é outra história.

    É difícil imaginar se alguma câmera seria capaz de captar de forma completa toda maestria técnica de Lucas Nascimento e seus tricôs para Ghetz _confecção de socorro que resolveu investir no estilista, em troca de uma coleção. Ou então, se algum fillmmaker seria capaz de levar para as imagens a emoção lúdica que a Dudu Bertholini e Rita Comparato colocaram em cena com suas poses e looks que misturavam surrealismo _uma coisa Elsa Schiaparelli encontra Neon_ com conceitos de elegância e feminilidade. Mais ainda, chega parecer impossível que vídeo algum dê conta de expressar tão intensamente toda emoção que tomou conta da platéia a cada entrada _única, dupla ou tripla_ do inverno 2011 da Amapô.

    Numa verdadeira efusão _ou seria explosão?_ criativa, Carol Gold e Pitty Taliani mostraram uma verdadeira cacofonia de estilo. Inspirações e referências mil se encontravam num caos delicioso, em que a alfaiataria é desconstruída de maneira esperta e divertia _golas da camisa deslocadas para a barriga ou ombro, as lapelas dos ternos e fazendo cintos de gravatas ou recortadas e trançadas, várias camisas em uma_ e o tricô surge numa loucura de vários pontos e fios numa mesma peça.

    Tudojuntoaomesmotempo.E como dá certo! Mais afiadas do que nunca, conseguem ainda dar certo apelo comercial as suas peças, principalmente no poderoso masculino que domina a coleção. Calças justas _os jeans em modelagem torcida são maravilhosos_, blazeres com recortes de tecidos, camisas e camisetas com ótimas estampas, dão conta dessa ala.

    Verdadeira materialização de um processo criativo que flui de forma orgânica _ou cósmica, como prefere Carô. Ideias, desejos e sentimentos acumulados ao longo do tempo, encontrando-se numa quebra-cabeça-loucura, onde tudo (ou quase) é possível _até paetê tridimensional. Daí aquela sensação de síntese de todos os trabalhos já apresentados. Uma maturidade de estilo implícita, sem se levar muito a sério que cheda de forma quase que natural e despercebida.

    Alexandre Herchcovitch foi outro que fez valer o formato convencional de desfile. E ainda olocou seus convidados para ver tudo de bem perto, numa estreita passarela. Proximidade que também aumentou a tensão, quase um desconforto proposital, sobre suas roupas embaladas num clima denso, reforçado pela trilha de Max Blum.

    Para o inverno 2011 Alexandre quis falar de rochas vulcânicas, magma, vulcões, sedimentos de rocha; a força violenta da natureza. Retomando as imagens góticas que tanto já permearam seu inverso, fala de um romantismo pesado, repleto de emoções, porém agora contidas. Aprisionadas à alta-pressão, prontas para explodirem como um vulcão prestes a entrar em erupção. Aprisionadas como os braços que se prendem ao corpo por alças laterais ou então costurados aos lindos e sóbrios vestidos e capas que encerram a coleção. Quando extravasam, vem em formas de rendas, alguns poucos pedaços de pele à mostram, ou então na aplicação de pérolas sobre o tricô.

    Sua excelente alfaiataria vem trabalhada em peças de silhueta longas, barras que se arrastam pelo chão, calças desconstruídas, saias assimétricas, mangas amplas e um constante uso de capaz que só reforça todo o clima. Tecidos pesados, capuzes e rendas também vem com o mesmo fim tendo num amarelo fluo, pontos de luz que contrastam com a dominância do preto, sempre muito texturizado ganhando ainda mais força.

    O dia teve ainda o lindo desfile de Reinaldo Lourenço, que para esta temporada deixou suas formas arrojadas de lado, dando preferência por uma certa sofisticação e glamour retrô, dignas de festas prives dos anos 1930. Vem daí as formas alongadas, os decotes nas costas e elegância onipresente da coleção. Calma, simples e chique ao estremo. O melhor, contudo, vem na excelente desconstrução da alfaiataria. Blazeres de smoking vem reinterpretados de modo que se transformam em coletes, estolas ou simples maxi gola. O couro aparece como contraponto, dando um pouco de força sensual quando usada em finas tiras nas costas, ou então dando pesos a algumas peças.

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