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    DIRETO DE PARIS: Céline, John Galliano, Givenchy e +
    DIRETO DE PARIS: Céline, John Galliano, Givenchy e +
    POR Redação

    Colaborou Augusto Mariotti

    Celine verao 2011

    >> Céline! O nome mais comentado _e desejado_ dos últimos tempos. Referência máxima e absoluta para as redes de fast-fashion (e muitos jovens estilistas), mas que, por enquanto, só parece agradar os guarda-roupas de fashionistas.

    O tão aguardado 3º desfile da grife, agora sob comando da britância Phoebe Philo, apontada como a responsável por a atual onda minimalista na moda, aconteceu na manhã deste domingo no Tennis Club de Paris _locação afastada, que acabou gerando consideráveis reclamações por parte dos fashionistas que tiveram que acordar um pouco mais cedo (ou menos tarde) que o normal.

    Na passarela, Philo deu continuidade a sua vibe minimalista, só que dessa vez expandindo um pouco suas propostas para incluir algo de descontraído em seu looks. Suas famosas calças retas _agora em tecidos dos mais leves, como a seda_ vêm com modelagem ligeiramente diferenciada: a cintura cai para a linha do quadril, e as pregas (antes discretas ou inexistentes) geram volumes suaves ampliando a proporção. Combinadas com parkas, jaquetas, túnicas e camisetas quadradas _muitas vezes em couro ou outros tecidos encorpados com barras sem acabamento_ imprimem uma imagem interessante: sofisticada e low-profile, com um luxo elegante, ao mesmo tempo com algo de rústico _principalmente naqueles tops de aparência felpuda, num macramê de pontas desfiadas e nas estampas geométricas que quebravam o domínio neutro da coleção.

    O recorrente dilema do masculino vs. feminino que vem pautando muitas das coleções em Paris aparece aqui de um jeito totalmente único, onde as formas mais duras e geométricas ganham contornos de extrema elegância e adaptação ao corpo feminino. Menos poder e mais confiança. É assim que podemos definir o trabalho de Philo, que desde sua primeira temporada na direção da marca vem se dedicando a encontrar uma nova alfaiataria para a mulher do século 21. Ainda assim, fica difícil não se perguntar até quando a estilista conseguirá manter esse visual atual ou relevante. Por mais que seja extremamente desejável, seu novo minimalismo começa a mostrar sinais de fadiga, com pouca evolução de uma coleção para outra.

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    >> Demorou quase 1h para começar, e os convidados já reclamavam dos lugares apertados. Mas a espera valeu a pena. O verão 2011 da John Galliano foi uma de suas melhores coleções dos últimos anos. Não que algo de muito inovador tenha sido apresentado. Na verdade, foi um pouco mais daquilo que Galliano sempre gostou _um forte estilo romântico, com alguma decadência e subversão_, porém com uma maestria na execução acumulada ao longo de intensos anos de trabalho na sua marca e na Christian Dior.

    Os tão amados anos 1920 voltam em cena, inspirados em Maria Lani, artista que pediu para que diversos outros como Henri Matisse, Jean Cocteau e Marc Chagall fizessem retratos seus com a promessa de que entrariam para um filme no qual iria estrelar. Porém, o filme nunca sequer chegou a ser produzido e Lani acabou vendendo as obras e fugindo para os EUA com todo dinheiro.

    Assim, cada roupa veio pensada como um retrato. Único, individual, com estilo próprio. As modelos _entre elas Jasmin Lebon_, cada uma como uma personagem, caminhavam num passado encenado, fazendo mil e uma poses _fato que irritou os fotógrafos, que gritavam para que elas dessem espaço para o clique do próximo look. Vestidos em viés em tecidos transparentes revelavam lingeries provocantes, e os blazeres acinturados em materiais brilhosos eram combinados com as mais incríveis calças volumosas extremamente desejáveis. Decadence avec elegance.

    Mas o que fez do desfile de John Galliano algo especial não foi apenas o espetáculo _dessa vez com direito a um palco de verdade, na Opéra Comique. Muito menos suas roupas incríveis, que embora enaltecidas como peças de um figurino de ópera podiam facilmente descer do palco rumo a vida real. O que fez seu verão 2011 brilhar como uma verdadeira grande comédia (aqui no significado teatral da palavra) foi a paixão de cada detalhe _da barra da saia, ao olhar da modelo. Paixão e sentimento que fazem de tudo aquilo algo autêntico e com força de expressão, capaz de despertar desejo e emocionar.

    givenchy

    >> Na mesma locação das últimas 2 estações, o Licee Carnot, o italiano Riccardo Tisci mostrou na noite de domingo aqui em Paris uma coleção levemente punk para Givenchy, assim encerrando mais um dia da semana de moda francesa.

    No casting as brasileiras Lais Ribeiro, Marcelia Freez e Izabel Goulart, que segundo boatos fará a próxima campanha da maison. Ah, e como não podia faltar, a transsexual mineira e amiga do estilista, Lea T. Na primeira fila, nomes poderosos: Justin Timberlake e Liv Tyler, garotos propaganda de perfumes da grife, Ronnie Wood e sua namorada brasileira Ana Araujo, Lily Allen e Courtney Love.

    O desfile abriu com um interessante trabalho com zíperes que dividiam jaquetas, blazers e coletes em varias partes. Funcionais e decorativos, vinham ora como junções entre partes de uma peça, ora com algum adorno para delinear os ombros, marcar a cintura ou potencializar a conotação sexual.

    Outro ponto forte _e quase onipresente_ foi a estampa de leopardo, elemento recorrente no trabalho de Tisci para Givenchy. Clássica, ou então como um jacquard nas peças pretas, a padronagem vinha ora discreta, ora marcante, ganhando até um interessante efeito meio deep-dye, indo do preto à sua cor natural. Junto com o vermelho, branco e preto, o animal print é elemento essencial da identidade da marca sob o comando do estilista italiano.

    Havia também um duelo entre as partes de cima, ajustadas e rígidas, com as de baixo, em saias esvoaçantes e transparentes, muitas vezes sobre calças de modelagem levemente evasê. A sensação era um tanto dramática, com algo de romântico. Um atitude poderosa, provocativa, ao mesmo tempo com um toque de suavidade e delicadeza.

    A imagem final pode não ser das mais interessantes para a temporada. Talvez pesada para o verão e sem incorporar algo de novo para o legado de Tisci. Mas numa estação onde o masculino vs. feminino está em foco, Tisci deu voz própria ao tema e ainda mostrou imensa precisão na construção e execução de suas peças _principalmente na sua já excelente alfaiataria.

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