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    Estreante na Casa de Criadores, Gabriela Sakate quer fazer roupas ‘possíveis’
    Estreante na Casa de Criadores, Gabriela Sakate quer fazer roupas ‘possíveis’
    POR Redação

    Virginiana, natural de São Paulo e com apenas 23 anos, Gabriela Sakate é uma das novas integrantes do line up do Projeto LAB – braço da Casa de Criadores dedicado aos novos estilistas.

    “Minhas inspirações são coisas lúdicas, olhares sobre momentos, situações, objetos” conta. Tecidos não muito estruturados prometem trazer uma certa leveza inspirada nos trabalhos do designer Jaime Hayon, enquanto papéis metálicos e recortes em estruturas fluídas vão dar conta dos destaques da coleção que ela desfila no verão 2011 da CdC.

    croqui

    Como surgiu o interesse em moda?
    Desde pequena sempre quis trabalhar com moda, minha mãe fazia quase todas as roupas dela em uma costureira e eu desenhava os modelos. Mesmo no colégio eu sempre fazia os trabalhos com algum tema de moda, ou desenhava croquis. Daí quando eu tinha 14 anos, comecei a trabalhar com um designer que fazia desenvolvimento de aviamentos de moda, catálogo para algumas marcas, etc. Foi aí, então, que comecei a trabalhar mesmo com moda.

    Você cursou faculdade de moda?
    Fiz Design de Moda com habilitação em Estilismo na Universidade SENAC.

    Você também passou um tempo na Saint Martins, em Londres. Como que foi essa experiência?
    Fiz o curso de Estamparia Digital, onde aprendíamos todas as técnicas de utilização dos programas digitais e até mesmo como trabalhar com bases diferentes, possibilitando declinar o curso para a linha de acessórios, etc. Estudar na CSM foi uma das melhores experiências que já tive. A escola é totalmente ligada a explorar a criatividade pessoal, proporcionar ao aluno maneiras de cada um experimentar técnicas novas, conceitos, sair dos padrões estabelecidos na elaboração de projetos. Os professores deixam os alunos livres para criar de verdade e da maneira como se sentem mais confortáveis e acredito que isso é um diferencial de lá.

    Você já produz suas coleções? Comercializa em algum ponto de venda?
    Produzo. Não tenho ainda um ponto de venda então acabo vendendo através do meu blog (gabrielasakate.blogspot.com) e do Flickr (flickr.com/gabrielasakate). Mas tenho planos de abrir uma loja ainda este ano.

    Quem é seu público-alvo?
    São mulheres dinâmicas, que buscam estar informadas, valorizam sua independência e que, independente de faixa etária, se sintam jovens. Pessoas que visualizem a moda também como uma maneira de complementar o dia a dia. Acho legal pessoas que gostam de fazer composições. De sair daquele padrão combinadinho. Saber trabalhar a peça, misturando com outras do seu guarda-roupa. Acho que a mulher que vai vestir minha marca também gosta de criar para cada peça maneiras de torná-la usável em diferentes situações.

    E qual a principal característica da sua marca?
    Procuro trabalhar sempre fazendo peças que podem deixar a passarela e ir direto para a loja. Vejo que muitas pessoas têm dificuldade em coordenar as peças de desfile pois são conceituais demais. Também foco na questão de acabamentos que acho que é um diferencial das peças; além de você oferecer ao cliente um produto de qualidade compatível.

    Você diria então que seu trabalho é mais comercial?
    Quando falo em peças comerciais é porque acredito que fazer o experimental e trazer coisas novas para a moda não significa apenas fazer peças totalmente revolucionárias em termos de materiais, modelagem e tornar a roupa algo que só possa ser visto na passarela. Acredito que o trabalho de experimentação acaba sendo mais um desafio se aliado ao ponto de vista de como tornar aquela peça algo desejável para se usar no dia a dia.

    O Projeto LAB, assim como outros projetos de moda visam sim buscar e trabalhar a criatividade, mas acredito eu que, uma das características desses projetos é visar também o lado empreendedor do negócio, uma vez que, é um projeto para lançar pessoas com ideias novas e, além disso, introduzi-las para se manterem no mercado.

    Falando LAB, como surgiu o convite?
    Enviei meu portifólio para seleção e soube que havia ganhado.

    Na sua opinião qual a importância de participar de um evento como a Casa de Criadores?
    É uma maneira de começar um projeto sabendo que pessoas que estão no mercado de moda há muito tempo e que são essenciais para a moda brasileira acreditam no seu trabalho. De certa forma, é saber que essas pessoas viram no meu trabalho algum diferencial e potencial. É um grande desafio e ao mesmo tempo uma realização pessoal.

    Tem algum ídolo?
    Não…

    Nem na moda?
    Gosto muito do trabalho do Marc Jacobs, admiro o Phillip Lim e também o Alexandre Herchcovitch, que sempre tem um olhar muito a frente e é bem inovador. Amo o trabalho da Coco Chanel.

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