O próximo filme de Christina Ricci não é uma mega produção de Hollywood. Dirigido por Jake Sumner (filho do cantor Sting com a atriz Trudie Styler), o curta “Four Play” – que mostra Ricci em quatro cenários diferentes dançando, se arrumando, espiando e relaxando – é o mais novo filme de moda prestes a cair na rede. Quem assina a produção é a estilista Donna Karan em pessoa, que optou por usar imagens em movimento pra divulgar sua mais nova bolsa, a “Eldridge”, inteiramente online.
Mas a iniciativa não é novidadeira: marcas que optam por divulgar seus produtos em curta-metragens online são uma crescente. Entre as grandes grifes, vale citar Chanel, Christian Dior, Alexander McQueen, Yves Saint Laurent, Viktor&Rolf e Gareth Pugh entre as que já optaram pelo formato para apresentar não apenas produtos, mas coleções inteiras. Muitos dos vídeos, aliás, foram realizados em parceira com o site SHOWstudio, do fotógrafo Nick Knight, que desde 2000 vem explorando os filmes de moda como importante (e eficaz) plataforma de comunicação.
Acima, o curta-metragem “Ne Pleure Pas Jeanette”, dirigido por Dácio Pinheiro para a revista “MAG!”
A realidade dos filmes de moda no Brasil é mais embrionária. São poucas as marcas, profissionais e veículos que investem no formato. Entre alguns dos primeiros trabalhos no ramo, temos os pequenos filmes e editorias de moda em movimento do diretor Dácio Pinheiro. Mais recentemente, fotógrafos como Zee Nunes, Pedro Sales e Jacques Dequeker se aventuraram na área com uma belíssima série de curta-metragens feitos sob encomenda para as revistas “MAG!” e “Vogue Brasil”.
Entre as marcas nacionais vale citar a D’Arouche, de David Pollak e Carolina Glidden-Gannon, e a carioca Reserva entre as poucas que optaram por vídeos divulgados online para reforçar suas campanhas impressas.
Num raciocínio rápido, imagens de moda que são mostradas em movimento fazem mais sentido para uma geração que passa muito mais tempo na frente do computador do que folheando revistas. Além disso, os vídeos permitem um grau de realismo muito superior ao do papel impresso. Afinal, ninguém veste uma roupa somente para se olhar no espelho. As interações do corpo com a roupa e o espaço formam o conjunto que transmite com sucesso (ou não) a mensagem de cada um. E isso não é perceptível numa foto tão bem quanto num vídeo.